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por Ao Colinho do Isaías, em 23.06.17

Indignação e protesto no Hóquei

 

O Sport Lisboa e Benfica informa que não comparecerá, este sábado, em Gondomar, na final four da Taça de Portugal de Hóquei em Patins. 

 

Esta decisão da Direção do Sport Lisboa e Benfica justifica-se pela necessidade e urgência de se tomar uma posição clara que demonstre o estado de degradação que atingiu este ano a cúpula da modalidade e o total desacordo com alguns critérios – ou falta deles – da parte da direção da Federação Portuguesa de Patinagem (FPP) e dos órgãos que a compõem (Conselho de Arbitragem, Conselho de Disciplina e Conselho de Justiça). 

 

Importa realçar que esta decisão nada tem a ver com as outras três equipas que, de forma meritória, conquistaram o direito legítimo de competir, nesta fase final da prova, pela conquista da Taça 2016/17. 

 

Ao longo de toda a época, a equipa de Hóquei em Patins do Sport Lisboa e Benfica foi sentindo que muito dificilmente poderia jogar em igualdade de circunstâncias com outros competidores no Campeonato Nacional, por circunstâncias alheias à mera e sã competição desportiva. 

 

Perante evidentes sinais de dualidade de critérios nos bastidores, decisões erradas em pista e sucessivas nomeações de árbitros difíceis de compreender, jogadores e equipa técnica levaram a definição do campeão até à última jornada, com assinalável resiliência e espírito competitivo. Mas infelizmente, o pior estava para acontecer. 

 

No decorrer do dérbi de Alverca – intenso, competitivo, uma autêntica final –, ficou clara a inexistência de imparcialidade em algumas decisões, quer para quem o viu no pavilhão quer para os muitos milhares que acompanharam as incidências da emotiva partida pela televisão. Algo que ficou bem expresso, pela forma como foi anulado de forma inexplicável, a poucos segundos do apito final, o golo que daria o 6-5 e muito provavelmente a conquista do 24.º Campeonato para o SLB. 

 

Sobre todos estes temas, o Sport Lisboa e Benfica vai apresentar uma vasta exposição junto das entidades competentes, que deverão analisar, entre outros aspetos relevantes, a viabilidade dos atuais órgãos da FPP e até a “utilidade pública” da mesma federação que, nas mais diversas áreas, continua a anos-luz dos principais clubes que compõem aquele que é considerado o melhor campeonato do mundo. 

 

O SL Benfica procurou, durante toda a temporada, junto das instâncias oficiais, compreender as razões para o estranho critério de nomeação de árbitros, mas não foi possível ouvir explicações e isso diz algo das decisões tomadas. Pediu justiça para os injustificáveis castigos a atletas do Clube – até por comparação com outras situações –, mas, mais uma vez, não foi bem sucedido. 

 

No final de tudo isto, parece que os únicos a quem foi “tirado o sono” foi aos atletas, técnicos, dirigentes e adeptos do SL Benfica, como o comprovam declarações públicas de alguns responsáveis de órgãos pertencentes à FPP ou até a nomeação para o jogo da meia-final da Taça. 

 

Nas últimas cinco temporadas, o SL Benfica sagrou-se duas vezes Campeão Europeu, conquistou muitas provas do calendário nacional com as suas equipas seniores masculina e feminina (que também venceu uma Liga Europeia), colaborou para o desenvolvimento do hóquei em patins jovem, organizou eventos e participou em iniciativas de promoção à modalidade e, em conjunto com os outros clubes, contribuiu para as grandes audiências televisivas do hóquei em patins. Acabou, contudo, por ser ignorado e perseguido durante toda esta temporada. A anulação de um campeonato a 23 segundos do final, sem qualquer motivo para tal, é apenas o espelho de uma época em que nunca houve igualdade de circunstâncias. 

 

O Clube toma esta inédita decisão na sua história não apenas por interesse próprio, mas acima de tudo pelo bem da modalidade. É impossível que o profissionalismo, dedicação, empenho e paixão de clubes como o Benfica continue a conviver e estar dependente do amadorismo e “velhos hábitos” que vigoram no hóquei nacional, desde a primeira divisão às divisões inferiores, dos seniores à formação, do masculino ao feminino.  

 

Que fique claro: tudo isto nada tem que ver com o FC Porto e a UD Oliveirense, cujas equipas lutaram arduamente pelo título nacional e que beneficiarão também, em igual medida ao SL Benfica, das evoluções positivas que se verifiquem nas estruturas que organizam as competições em Portugal. 

 

Finalmente, porque todo o grupo de trabalho do Hóquei em Patins merece um fecho de época na companhia de quem sempre esteve presente nas bancadas, informamos que se realizará um treino à porta aberta, este sábado, no Pavilhão Fidelidade, às 18h30, hora para a qual estava agendada a meia final da Taça, em Gondomar. 

 

Lisboa, 23 de junho de 2017 

Sport Lisboa e Benfica 

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rematado às 13:35




8 comentários

De Anónimo a 23.06.2017 às 16:01

Eu faria mais ainda convidava duas equipas estrangeiras para jogar a mesma hora com o plantel do Benfica e vendia os direitos telivisivos em canal aberto!

Por fim cobrava apenas a módica e simbolica quantia de 1€ aos não sócios e aos sócios bastava levar um bem alimenticio para ajudar as familias que sofreram com o Fogo em Pedrogão!

Só para lixar bem a Federação de Patinagem!

Ass: Madskinn

De Ao Colinho do Isaías a 23.06.2017 às 16:06

Caro Madskinn,

ideia interessante, mas demasiado em cima da hora, acho, para tal convite a estrangeiros (mesmo Espanhois).

Podemos é convidar uma equipa nacional para um amigável, porque não?

Cumprimentos,
A.do Isaías

De Anónimo a 23.06.2017 às 20:40

Uma coisa é certa: vamos dar uma Taça aos corruptos, uma a menos na nossa conta e no nosso museu. Ir a jogo e ganhá-la não seria uma boa lambada nas fuças dos jeitosos que mandam no hóquei?
Não vejo no comunicado nenhuma menção de queixa às autoridades europeias que tutelam o hóquei. Não poderá ser feita?

De Ao Colinho do Isaías a 23.06.2017 às 22:16

Caro anónimo,

No comunicado consta:
«Sobre todos estes temas, o Sport Lisboa e Benfica vai apresentar uma vasta exposição junto das entidades competentes, que deverão analisar, entre outros aspetos relevantes, a viabilidade dos atuais órgãos da FPP e até a “utilidade pública” da mesma federação que, nas mais diversas áreas, continua a anos-luz dos principais clubes que compõem aquele que é considerado o melhor campeonato do mundo.»

As "entidades competentes" só poderá ser a CERS, a entidade Europeia, e quiçá, a mundial, a FIRS.

Quanto aos troféus, meu caro, há questões muito maiores em causa aqui que um troféu ou dois. Como se costuma dizer, em nome de um bem maior, "que se lixe a taça". A ausência da mobilização comercial do Benfica sentir-se-á, por um lado. Por outra, uma exposição por parte de um clube de renome, como é o Sport Lisboa e Benfica, habitual participante nas fases finais das competições Europeias e oriundo de um país sempre candidato a conquistas de selecção, merecerá a maior atenção.

Cumprimentos,
A.do Isaías

De BENFICA365 a 24.06.2017 às 00:04

Meu caro:
Sim, há questões superiores ou em causa aos troféus.
Agora não é através desta medida populista que defendemos a nossa justa causa.
Ao marcar esta posição, vou chamar-lhe decisão/posição populista, o que é o Clube ganha, ou de que maneira está a marcar a sua posição?
Objectivamente o que realmente ganhamos com esta tomada de decisão?
Quem afinal vê a sua posição reforçada(?) O Benfica? A fpp? Quem?

O que nos aguarda é um valente castigo desportivo! Certamente!
Perder, e até poderá ser pela patente "quinzeazero" só depois de eu dar tudo dentro de campo...
Meu caro, estamos tão distantes neste assunto, CORDIALMENTE e PRAZEROSAMENTE disponho-me a lê-lo e à abusar da liberdade que tenho fruto neste espaço para "confrontá-lo".
Mas sempre e sempre:
VIVA AO BENFICA!

Da ilha, Aquele Abraço!

De Ao Colinho do Isaías a 24.06.2017 às 13:24

Caríssimo,

Exponha as suas opiniões, sejam elas quais forem, sempre que desejar aqui neste espaço aberto ao seu Benfiquismo.

Tentarei colocar-lhe os fundamentos do meu apoio à decisão, com o intuito de promover o debate são entre quem "rema para o mesmo lado", sem ter qualquer intento de lhe mudar a opinião :)

Ora bem, uma questão que nunca entenderam os nossos rivais, tanto o SCP como o FCP, é que a sua força motriz reside, porque assim o foram determinando ao longo dos tempos, no seu posicionamento relativo ao SLB, por isso, são dependentes do nosso clube. É certo que foi através da competição com os seus rivais que o Benfica se fez evoluir, mas o Glorioso nunca dependeu dessa competição. Note que o Benfica foi inovador na internacionalização em Portugal, precisamente por sentir que era grande demais para tão "pequeno" país (e povo). Competir com o Sporting, primeiro, depois com o Porto, como grandes rivais, ajudou a afinar o espírito de luta desportiva e organizacional, mas não foi o factor mais determinante no sucesso do SLB, pois aqui sempre se competiu, primeiramente, connosco mesmos - competir com os "ases do passado", fazer melhor que a lenda, ultrapassar o record interno, fazer da dificuldade e obstáculo uma força de união e transcendência. Isto não aconteceu, historicamente, com os nossos rivais. Pelo contrário, foi por se verem tão à sombra de tão gigantesca Luz que caíram na tentação de a querer apagar, ao invés de conquistarem a sua própria. Quero deixar este ponto assente.

Posto isto, é evidente que uma competição sem Benfica, em Portugal, não tem impacto a todos os níveis, mesmo que inclua SCP e FCP. O contrário não se verifica: uma modalidade sem SCP e/ou FCP mas com SLB, tem audiência, tem público, movimenta pessoas e gera interesse incomparável.

O que o Benfica fez em relação à Taça de Portugal em hóquei não foi desistir, foi querer... nada mais que jogar hóquei. Pois que há penalização, claro, mas a visibilidade de tal atitude não passará despercebida às instâncias que regulam uma modalidade que tem tão poucos praticantes e clubes de renome e que arrastem multidões. Assim de repente, só Benfica e Barcelona se podem incluir entre esses. Imagine esta medida tomada pelo Barcelona. Imagine uma Taça de Espanha em hóquei sem o Barcelona (e ao que sei não há Real Madrid em competição). Agora imagine taças Europeias, por exemplo, sem a participação de Barcelona ou Benfica - estão destinadas ao insucesso comercial.

Assim, uma mera exposição poderia com facilidade cair em saco roto. "Todos se queixam dos árbitros", pensariam, "deve ser um assomo de raiva e isto passa", podiam concluir. Só que a exposição chegar acompanhada de uma recusa efectiva de participação numa prova (pelo menos uma, veremos) dirigida por sobre quem se reclama na exposição, acrescentará um incontornável ponto de exclamação que não poderá ser ignorado. "Eles estão a falar a sério!"

A limpeza que se exige na modalidade Portuguesa vale bem a recusa de um título desportivo e as penalizações, afirmo.

Forte abraço!
Cumprimentos!
A.do Isaías

De RMC a 25.06.2017 às 21:13

Mais uma vez brilhante e esclarecedor comentário!

Obrigado

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