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Assobio Dourado

por Ao Colinho do Isaías, em 21.09.17

Longe de mim vir defender as quatro exibições mais recentes do Benfica. Foram muito abaixo do requerido e os resultados, ainda por cima, não surgiram em três dessas ocasiões.

 

Contudo, e tendo sido eu quem escreveu isto há dois anos atrás (para entretanto ter mudado de opinião em relação a tal intransigência, mas isso é pessoal), não posso deixar de sentir, neste momento, que há algo de externo à exigência natural Benfiquista nesta súbita onda de apupos e assobios. Apupos e assobios, note-se, aos mesmos jogadores que, após terem conquistado a Supertaça com conforto tal qual venceram o Braga na primeira jornada, após terem vencido em Chaves num jogo em que foram sempre superiores e terem goleado o Belenenses sem apelo aqui na Luz, passaram a ser, afinal, jogadores que não servem.

 

Há dois problemas para Rui Vitória resolver a nível de entrosamento táctico da equipa:

- o primeiro é quem substitui (ou melhor como substituir) Fejsa para soltar o médio criativo (por norma Pizzi)

- o segundo é envolver também os alas (do lado contrário a onde ocorre a jogada) no jogo de área, particularmente devido à mobilidade de Jonas e Seferovic (que fazem uma excelente dupla)

 

Depois há a escolha do 11. Só que tudo isso é algo que se passa internamente e assim deve ser.

 

Agora, enquanto aguardamos que a equipa regresse na plenitude daquilo que já a vimos fazer, não deixo de sentir que a contestação destas últimas duas semanas vem de fora para dentro. Não sou cego, também tenho a minha exigência Benfiquista e não condeno ninguém por contestar. Contudo, temos de fazer um exercício de auto-observação e verificar o que nos tem motivado a tal atitude.

 

É óbvio: estamos nervosos porque é ano de possível Penta e vemos os rivais a atacarem-nos vilmente enquanto amealham pontos. Contudo, da mesma forma que um jogador tem de engolir o seu nervosismo ao marcar um penalty decisivo, nós, adeptos, devemos ter esse controlo emocional para que possamos empurrar esta equipa para mais uma página Histórica.

 

Como qualquer outra, esta é a minha opinião. Calma, caros Benfiquistas, sócios e adeptos, muita calma, e controlo emocional. Tem sido uma viagem que nos testa a todos.

 

Não daremos a quem nos odeia uma vitória de Assobio Dourado.

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rematado às 09:11




4 comentários

De Anónimo a 21.09.2017 às 11:36

Escolheram o Filipe Augusto para embirrar.

FAugusto é um bom suplente para 8, a 6 não tem hipótese.Está a subir de rendimento, costuma ser bom a manter a bola, perde alguns passes ainda assim menos que o Renato.Hoje esteve no meio de 3 latagões e deu conta do recado, dois deles acima do 1,90m, Danilo, Vukcevic, e Fransergio.Achas que o nosso meio campo a 2 se bateu mal?Tivessem feito pressão alta e vulgarizavam o Braga.A jogada do nosso golo tem intervenção dele.Andam a embirrar com o jogador e isso nada adianta.

Com Luisão no banco a equipa parece reagir melhor quando marca um golo.
O SLB não jogou mal ontem.
Faltou agressividade na luta pela bola, e criatividade no ataque.
A primeira deve-se à falta de confiança onde os assobios não ajudam.
A segunda, porque me parece que RVitória está a tentar mudar esquema e automatismos. E agora está na terra de ninguém.Ninguém sabe o que fazer. E ninguém consegue explicar tão má preparação física, a 6 jornadas temos a equipa toda rota incompreensivelmente.

De Ao Colinho do Isaías a 21.09.2017 às 15:59

Concordo, caro anónimo, até como complemento ao que escrevi.

O que li acerca do Filipe Augusto é de um exagero tremendo, ainda que compreenda a origem. Todo o problema está em pensar-se que o mundo, Portugal e o Benfica enquanto instituição composta, construida e mantida por seres humanos (não me refiro à sua Mística) ficou imutável no mesmo momento temporal que os 60's/70's. Já escrevi sobre isso.

Pode gostar-se ou não, pode concordar-se ou não, mas neste momento, os jogadores não são (apenas) desportistas dependentes de agradar ao seu clube, através do qual subsistem. Hoje, os jogadores têm personalidade, orgulho, temperamento, ego forte. Isto trouxe consequências negativas, claro, mas trouxe também mudanças que, quer se queira ou não, temos de perceber.

O Filipe Augusto quer muito afirmar-se e não tenho dúvidas algumas que quer muito ajudar o Benfica neste seu momento. É egoísta? Sim, mas quem não o é hoje? Os adeptos? Bom, isso depende, pois muito deste recente apupo tem a ver com questões egoístas por parte dos adeptos também.

Nos anos 60, 70 ou 80, um jogador que saísse assobiado, quereria esconder-se, pois dependia do seu clube e era um desportista entregue à sua missão. Hoje, reage, pois o tempo do futebol-desporto já lá vai. Sou saudosista, eu, nesse aspecto. Contudo, compreendo que ou entendo o tempo em que vivo e continuo a amar o Espírito do Glorioso Benfica habitando este novo mundo, ou desisto dele.

Não penso desistir.

Cumprimentos,
A.do Isaías

De kiuy a 21.09.2017 às 17:36

"Hoje, os jogadores têm personalidade, orgulho, temperamento, ego forte. "

E mais um exemplo de um benfiquista que NADA sabe do Benfica.

Um dos melhores jogadores de sempre do Benfica foi EXPULSO do clube depois de atirar e pisar a camisola do Benfica. Isto foi há muito muito tempo, há 70 anos. Isto é apenas um exemplo. Há muitos mais...

Dizer que só hoje em dia os jogadores têm personalidade dá vontade de rir. O Benfica é a prova do contrário.

De Ao Colinho do Isaías a 21.09.2017 às 18:25

Caro kiuy,

interpretou dessa forma, trazendo à baila a situação do Félix Antunes, mas não foi isso que eu quis transmitir.

Não o escrevi no sentido de que na altura não tinham, mas de que na altura o MUNDO (não era o Benfica específicamente, era o mundo inteiro), não lhes permitia demonstrá-lo plenamente, como aliás, esse episódio demonstra e prova. A consequência para o Félix Antunes revela que o próprio mundo no geral (e o Benfica em particular) não o permitiam. Repare que não estou a tecer julgamento da diferença entre as épocas, pois isso é com cada um.
Não se trata de se gostar ou não gostar da demonstração do Filipe Augusto. Trata-se de perceber que 2017 não é, para o melhor e para o pior, 1953.

Talvez este artigo do Benfiquista Alberto Miguéns possa ser uma leitura interessante para si:

https://em-defesa-do-benfica.blogspot.pt/2015/09/felix-antunes-reu-ou-vitima.html

Cada incidente está inserido tanto no seu contexto particular como também no geral, pelo que não pode, nem deve, ser avaliado dessa forma.

Curiosamente, caro kiuy, jamais nos anos 50 um Benfiquista seria capaz de dizer de outro Benfiquista que não o é, ou mesmo que nada sabe do Benfica, por ter uma opinião com a qual o primeiro não concorda. Hoje, contudo, o seu comentário é (mais) uma prova do contrário - que cada vez mais as pessoas, inflaccionadas por seus temperamentos individuais, têm facilidade para passar ao ataque pessoal, ao menosprezo e ao desrespeito, perante a divergência. E olhe que nos anos 50 é que estava em vigor o fascimo.

Como diria o saudoso Fernando Pessa: «E esta, hein?»

Cumprimentos,
A.do Isaías

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