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Estava escrito!

por Ao Colinho do Isaías, em 11.07.16

Da forma que todo o Euro 2016 correu a Portugal, estava escrito que seria desta que venceríamos: venceríamos pelos que hoje envergam a camisola da selecção nacional, mas também por todos os que a envergaram e não obtiveram essa vitória, merecendo-o bem mais.

O pontapé de Eder (que fez o jogo da sua vida, diga-se) foi de Eusébio, de Coluna, de Simões, de Chalana, de Carlos Manuel, de Diamantino, de Rui Costa, de João Pinto, de Figo e de todos os outros que, de certeza absoluta, injustamente não mencionei.

O peso deste golo na História do futebol Português, expande-se na direcção desses ases do passado e, com certeza, também no futuro - seja ele qual for, que esteja reservado para a selecção.

 

Rui Patrício teve um jogão, ao nível das exibições no resto do Euro, mantendo o sonho vivo em certos momentos.

Rui Fonte e Pepe estiveram certinhos (ainda que Pepe tenha sido um pouco mal batido no lance aos 91', em que o poste nos salvou).

Cedric e Guerreiro estiveram muito bem, tanto defensivamente como quando subiram no terreno. William algo nervoso, não conseguiu ser o pivot defensivo e primeira referência de construção (muito por culpa de Griezmann que lhe apareceu muitas vezes na zona).

Renato esteve um pouco apagado - pareceu-me cansado, o que é normal, tendo em conta a sua forma de jogar e o esforço que providenciou à equipa nos jogos anteriores.

Adrien entregou-se muito, mas esteve sempre em desvantagem perante a fisicalidade do meio campo Francês.

João Mário tentou sempre ser solução, mas, nunca conseguiu neste Euro evidenciar toda a capacidade que demonstrou no campeonato - talvez cansaço, também, sim.

Nani foi o jogador Português em melhor forma neste Euro e, apesar de muito tapado neste jogo, esteve bem no que foi possível.

João Moutinho fez o que Fernando Santos lhe pediu.

E depois, Eder. Bom, o Eder. Foi o jogo da vida do Eder, foi mesmo. Ganhou todas as bolas divididas pelo ar, pôs em sentido a dupla de centrais adversária e, para colocar a cereja no topo do bolo, ficou na História com o golo da vitória.

 

Ronaldo, por seu lado, alternou o Euro todo entre o jogador colectivo que eleva o futebol de qualquer equipa a um nível fantástico e o jogador dos números individuais que desafinam qualquer colectivo. Ele será dos poucos a não perceber que, num jogo destes, a sua saída acabou por ser benéfica para o jogo colectivo.

É triste que se continue a alimentar o ego e a necessidade de protagonismo de um rapaz que, não obstante a sua enorme qualidade futebolística individual, não tem postura nem arcaboiço para ser Capitão. Já sei, já sei: é o melhor do mundo, dizem os especialistas. Eu discordo dessa leitura mas aceito o veredicto deles. Contudo, há mais no futebol e no desporto que os números - Ronaldo, já trintão, pode estar à beira da fase da sua vida em que descobrirá isso mesmo e talvez não da forma que espera.

Chego a Fernando Santos. O seu bluff funcionou e as estrelas (as lá de cima e as que tinha na equipa) protegeram-no. Montou uma equipa com um futebol chato e pouco ligado, mas que, qual Itália, foi passando as barreiras que lhe apareceram ao caminho, com maior ou menor esforço, com maior ou menor fortuna.

Fica na História, isso é incontestável, como o seleccionador que conseguiu o que nenhum outro antes conseguira: ganhar uma final por Portugal.

 

Parabéns a todos os envolvidos pelo primeiro título de uma selecção Portuguesa!

Estava escrito!

 

---------

 

Quanto à finalista França: já lá estivemos, mes amis... sabemos como é.

 

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rematado às 08:49




2 comentários

De Anónimo a 11.07.2016 às 13:31

É bom que se festeje.Os 'pessimistas'como eu, infelizmente não perdem uma oportunidade para falar mal. Foi bom termos ganho o troféu, tal como é bom celebrar todas as outras conquistas, por exemplo no atletismo de quem pouca gente fala, proporcionalmente ao apoio que recebe. Ninguém perguntou aos emigrantes porque vibram com uma selecção de um país que os escorraçou. Muito poucos são emigrantes por opção.A maior parte saiu porque só tinha miséria no país em que nasceu. Vamos andar a celebrar e a embarcar no circo com pouco pão, mas são apenas celebrações efémeras de bola.Daqui a 100 anos é apenas estatística. Nenhum dos nossos problemas enquanto país está resolvido.Se a bola serve para esquecer ou para criar a ilusão de que tudo está bem, há que dar razão aos antigos romanos.
Abraço grande Isaías.

De Ao Colinho do Isaías a 11.07.2016 às 13:35

Caro anónimo,

Pertenço também aos "pessimistas" que refere e agradeço a profundidade (e verdade) do seu comentário. Não foque essa ideia só no país Portugal, pois não é limitada a ele, creia.

Abraço,
Isaías

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