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O nosso Glorioso lá conseguiu, a custo, como tem sido sempre esta época, arrancar mais três pontinhos na Luz. Frente a uma equipa como o Moreirense, que luta pela manutenção, voltámos a mostrar muito pouco futebol. A equipa de Moreira de Cónegos fez pela vida e implementou o seu jogo, mas cabia ao Benfica a responsabilidade de pegar nas rédeas da partida.
A nossa equipa não jogou nada. Este tem de ser o primeiro comentário ao jogo jogado. Não há um pingo de coordenação, organização e interajuda, sejam elas defensivas ou ofensivas. Tudo é feito em esforço e demasiado entregue à capacidade criativa e à imprevisibilidade das unidades individuais. Acabámos por sofrer o primeiro golo num lance em que o Lisandro parecia um juvenil: largou a marcação do homem mais avançado do adversário, quando contava com o apoio de mais, pelo menos, três colegas contra outros dois, para, imagine-se, se virar para a bola! Quando o fez perdeu o avançado de vista e este ficou à vontade. Mais! Reparem nas imagens a colocação do resto dos colegas defensivos. Do lado contrário, caso o avançado Raphael quisesse cruzar ao segundo poste, aparecia isolado um outro jogador Moreirense! Inacreditável como vai tudo à bola e ninguém organiza!
Pronto, aos repelões e com dois avançados de área e um génio Jonas atrás deles, lá conseguimos fazer três golos e ainda compensar um golo irregular do adversário, em fora-de-jogo, só que isto não é nada! O único dos três golos que marcámos que é de facto originado por uma boa jogada, é o segundo, o do Samaris: boa capacidade do Mitroglou para suster a bola e um passe atrasado que rasga a organização defensiva contrária, sim Sr. No entando, os outros dois, sendo verdade que foram cruzamentos impecáveis do Gaitán, foram lances de "deixa mandar lá para dentro a ver se pega"... e lá pegou duas vezes, com duas excelente finalizações, de Jimenez e de Jonas, mas isto é demasiado ao acaso! Tinha sido um lance semelhante que abrira o marcador com o Estoril...
Eu sou paciente, no sentido de perceber que ideias novas não entram logo todas na equipa e que a preparação da pré-época foi desastrosa. No entanto, há que ver alguma coisa em campo e o que vejo, de momento, são onze jogadores e não uma equipa com o mínimo, o mínimo, de coordenação de qualquer espécie. Falta um plano, seja ele qual for.
Repito: Isto não é nada!
Leia uma análise mais factual à partida, por Eu visto de Vermelho e Branco, aqui.
http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=4748154
A operação ocorreu no final do mês de julho, mas passou despercebida: a Polícia Judiciária fez buscas no Estádio da Luz e nas instalações do Benfica, tendo detido um indivíduo referenciado como diretor do Departamento de Apoio aos Jogadores do clube. No momento da detenção, o homem viajava num automóvel do Benfica e tinha em seu poder 9,5 kg de cocaína.
A notícia é avançada esta quinta-feira pelo Jornal de Notícias. Ao JN, o diretor de comunicação do Benfica, João Gabriel, disse apenas que se trata de "um problema da justiça com o cidadão José Carriço" que nada tem a ver com o clube. O Benfica deverá alegar que Carriço já não era funcionário nem diretor do Departamento de Apoio aos Jogadores quando foi detido, mas segundo o JN, o Ministério Público de Sintra - titular do inquérito criminal - considera que a ligação do indivíduo ao clube é clara.
A investigação inclui escutas telefónicas que revelam as funções de liderança assumidas por José Carriço no clube, auxiliando os novos jogadores em questões burocráticas, a arranjar casa e carro. Segundo informações recolhidas pelo JN, Carriço era motorista de Luís Filipe Vieira e chegou depois a diretor. A investigação teve início no final do ano passado e foi-lhe atribuído o nome de Porta 18, uma vez que era por esta porta do estádio do Benfica que entravam cidadãos de nacionalidade colombiana para reuniões marcadas com José Carriço.
O referido diretor do Benfica terá sido detido na A1, quando seguia num automóvel do clube com outro indivíduo, tendo-lhes sido apreendidos quase dez quilos de cocaína. No momento da detenção, adianta o JN, estavam a ser realizadas buscas no gabinete de Carriço no clube.
Sobre a operação, a PJ emitiu depois um comunicado, sem identificar suspeitos ou entidade patronal, revelando que tinha sido desmantelado um "grupo organizado dedicado ao tráfico de cocaína", que se dedicava à importação por via aérea de estupefacientes para Portugal desde a América do Sul. Nesta declaração, a PJ informa que os dois indivíduos que foram detidos, com 54 e 58 anos, foram sujeitos a prisão preventiva por decisão de um juiz de instrução criminal.
É em choque que fica qualquer Benfiquista sério, perante esta notícia. A ligação de José Carriço com o Sport Lisboa e Benfica, enquanto funcionário que foi (e próximo do presidente Vieira, ainda por cima), é inegável. Especialmente se se confirmar que utilizou infraestruturas do clube para estas práticas que, com certeza, não sejamos ingénuos, não passaram despercebidas a outros funcionários, nem tão pouco à Direcção, com toda a certeza - ninguém é assim tão cego.
Exponho aqui, desde já, a minha total indignação quanto a este caso, exigindo uma investigação profunda para revelar todas as partes envolvidas e a extensão da infiltração desta prática criminosa, às quais os valores do nosso clube se opõem COMPLETAMENTE!
Que sejam apanhados os criminosos, que venha a verdade à tona e que se limpe o Sport Lisboa e Benfica desta sujidade. A exigência de justiça começa nos Benfiquistas que se identificam com os valores do nosso clube centenário.
Choque e vergonha!
Actualização 27/AGO/2015 19:33h
Em julho passado, no âmbito de um processo de investigação mais vasto e no cumprimento do seu dever, a Polícia Judiciária deteve em Sintra um ex-funcionário do Sport Lisboa e Benfica.
A Polícia Judiciária contou de imediato com a colaboração do Sport Lisboa e Benfica, postura que se mantém e manterá. Foi neste enquadramento que a PJ teve acesso ao antigo espaço que o referido ex-funcionário ocupava no estádio, tendo recebido, sobre o mesmo, toda a informação solicitada.
O Sport Lisboa e Benfica, como qualquer outra instituição, não é responsável pela prática de atos ilícitos dos seus ex ou atuais funcionários fora das suas competências profissionais.
A forma leviana, incorreta e cheia de insinuações como a notícia tem vindo a ser divulgada por alguns órgãos de comunicação visa, objetivamente, atingir o bom-nome e a honorabilidade do Sport Lisboa e Benfica, comportamento que não vamos tolerar ou consentir.
Assim, irá o Sport Lisboa e Benfica denunciar, pelos meios e nos locais adequados, estes comportamentos e reclamar aos seus responsáveis a devida compensação pela reiterada violação do direito ao seu bom-nome.
O comunicado não é inteiramente satisfatório, mas compreende-se que não o possa ser ainda, por estar o processo ainda em investigação. Há que estar atento e não se deixar que haja qualquer contemplação nem com os prevaricadores, nem com quem da comunicação social, de facto, tiver posto em causa o bom nome do Benfica por falsidade.
Devo começar por dizer que sou admirador e apreciador do trabalho que Lito Vidigal desenvolve nas equipas por onde tem passado. Tem revelado uma capacidade de adaptação enorme aos planteis que tem tido e consegue sempre montar equipas com foco em resultados, sem me parecer ser teimoso ou de ideias fixas.
A prova da sua capacidade de adaptação aconteceu ontem diante do nosso Benfica, sendo que Vidigal soube ler o jogo, ler o desacerto emocional da equipa adversária e montar uma teia de anti-jogo, que com certeza já estava treinada e montada previamente. Encontrando-se a vencer tão cedo - erro terrível de Luisão que não acompanhou a subida da linha defensiva, ele que é suposto ser o comandante da mesma! - Vidigal deixou passar mais alguns minutos a ver se caía outro golo do céu (esteve quase a acontecer noutro lance em que tanto Lisandro como Eliseu me pareceram mal) e depois mudou para o Plano B de contenção e frustração do adversário.
Sendo certo que se algumas das várias oportunidades flagrantes de golo tivessem sido concretizadas, hoje estaríamos com outro estado de espírito, é certo também que o Arouca deixou de "jogar à bola" e passou a desenrolar um estilo de anti-jogo que, sendo legal, só se torna feio. Talvez haja algo mais que se possa fazer em relação a certo tipo de pseudo-lesões e atrasos de tempo. Talvez. Só que o treinador do Arouca sentiu o desequilíbrio emocional do Benfica a crescer a cada lance falhado e promoveu a actuação dos seus pupilos nesse campo, frustrando cada vez mais a nossa equipa.
Rui Vitória, por seu lado, não mexeu bem no jogo, desta vez. Já não falando na ausência de processos, que é elemento que deverá vir dos treinos, não houve bom sinal vindo do banco ontem. Pareceu-me cedo para trocar Ola John por Victor Andrade, até porque o Holandês tem tido um comportamento, sentido e vivacidade em campo recentes que nunca ou, no máximo, raramente se vira nos anos anteriores. No meio daquela equipa, Ola John foi, enquanto esteve em campo, o mais esclarecido. Procurou a tabela, o passe, ganhar espaço, procurou aparecer. Quando ele saíu, perdeu-se algum sentido ofensivo. Mais: este jogo era para Talisca, da forma como estava a decorrer. Com tanto boneco à frente do guarda redes, o remate do Brasileiro seria uma arma importante para se tentar tirar partido de um ressalto, de um braço mais esticado, enfim, tentar procurar alguma fortuna quando ela parecia, emocionalmente, fora do alcance.
A intensidade na segunda parte foi insuficiente, após uma primeira parte que, não tendo sido bem jogada pelo Benfica, foi, pelo menos, recheada de vontade de chegar ao golo. Samaris é melhor "8" que Pizzi, por muito boa vontade que o homem possa ter, por isso tinha de lhe ser incumbida a missão de transportar a bola para mais próximo da área contrária, à procura de um avançado. Gaitán só esteve em campo, infelizmente, 45 minutos. Não sei o que se terá passado no balneário, mas não jogou na segunda metade, desconcentrado.
Posto isto, verificou-se que ontem foi o Arouca campeão. Venceu os seus dois jogos e está em primeiro, merecidamente. Sim, beneficiou de algumas decisões arbitrais (como o golo mal anulado ao cair do pano e, talvez, um penalty sobre Mitroglou), mas basear-nos nisso para justificar esta derrota perante uma equipa acessível que só jogou, por decisão própria, futebol durante 15 minutos, é claramente desculpa de outra freguesia. No Benfica assume-se quando a equipa não tem argumentos e a verdade é que não procurou, com saber e vontade, que a sorte lhe sorrisse: faltou-lhe capacidade emocional. Pensava-se que o golo de Mitroglou tinha retirado os fantasmas da equipa, mas não. A insegurança emocional ainda está lá. Normalmente essa insegurança é fruto de ora má preparação física ora de dúvida em relação ao que fazer em campo. Talvez até os dois?
Facto é que, apesar do mal ser menorizado pelo que os rivais não se distanciaram nesta jornada, muito vai ter que mudar, caro Rui Vitória. Muito vai ter que mudar. Não é cedo, pois ontem já era tarde.
O Arouca fez pela vida e foi ontem campeão com o que tinha.
O Benfica foi derrotado porque deixou de acreditar que é
(Bi)Campeão.
Leia uma análise mais factual à partida, por Eu visto de Vermelho e Branco, aqui.
O Estoril na Luz não foi, de todo, uma aldeia Gaulesa remetida à sua própria protecção. Foi sim, aproveitando a clara falta de confiança, a dúvida, que pairava sobre a psique encarnada, um conjunto de guerreiros da Gália atrevidos pelos poderes de uma qualquer poção mágica transmitida pelo seu ambicioso treinador, trespassando com facilidade as linhas defensivas da Legião Benfiquista, mas nunca ultrapassando o Imperador Júlio César. Foi ele que, defesa atrás de defesa, acabou por não só tornar possível, como exigir, de trás para a frente, que a confiança pudesse por fim descer sobre o Manto Sagrado e resolver a contenda.
A vitória acabaria por sorrir, por números até impensáveis para aquilo que a equipa estava a exibir: desconfiança, receio de errar, apatia.
Com a troca (talvez tardia) de Pizzi por Talisca e de Ola John por Victor Andrade, o Benfica ganhou dinâmica. Talisca voltou a ser (finalmente!) um transportador de bola e Victor Andrade trouxe muita vontade de abanar o jogo, de sacudir a defesa contrária.
E foram as defesas de Júlio César. E foram os cânticos por Eusébio. E foi Gaitán (romantismos à parte, o melhor em campo) que cruzou com precisão para Mitroglou poder afirmar que é reforço. Ele que já tinha marcado em fora-de-jogo (evidente) e que tinha já desperdiçado um golo feito a poucos metros da baliza, pôde agora associar o seu nome à Mística Benfiquista e perceber o que é uma explosão de alegria (que, no fundo, foi mais de alívio!) no seio da Família Gloriosa. Agora já sabe. Agora quererá mais.
Foi assim, com Eusébio a observar sorridente, que se deu a redenção dos Legionários, tão contestados pelas Américas, tão parcos por terras do Algarve.
O dardo do Grego (que nasceu no que fora outrora o reino de Alexandre, o Grande - a Macedónia), furou a resistência Estorilista e abriu o caminho para a exibição contundente, confiante, à bi-campeão! Talisca obrigou o defesa do Estoril a proteger o torso entre a mão e o joelho, tal a força do seu remate, providenciando a Jonas o primeiro golo da sua nova época na Luz, de penalty. Depois, Victor Andrade sacou um centro algo curvado demais - nada de mais para um Jonas confiante: um passito ou dois atrás, impulsão e vai buscar. Três a zero, num instante! Uma exibição de outra equipa, de uma Legião absolutamente diferente!
Só que o jogo não podia acabar sem o seu momento de poesia. Poesia justa (ou justiça poética, dirão alguns), pela medida da visão de Victor Andrade, do calcanhar de Gaitán, da movimentação de Nélson Semedo e do seu remate de pé esquerdo. O quarto golo demonstrara, por fim e para que dúvidas não restassem, que Jesus já não mora ali. Aquele fora o golo de Rui Vitória, o golo do exorcismo, o golo do sonho de inúmeros miúdos que tudo dão de si, dia após dia, para um dia chegar a pisar aquele relvado com o Manto Sagrado vestido. Foi o golo "daquilo que podia ter sido" com Bernardo Silva...
Missão cumprida, vitória alcançada, o Benfica onde deve estar. Muito suor; muita fortuna também, mas a sorte protege os audazes! Não ficou tudo resolvido, nem estava tudo destruído antes. Há muito trabalho pela frente, mas muita vontade, viu-se, de elevar o Benfica ao nível que merece.
Este foi o primeiro dia do resto da época da equipa de futebol do Sport Lisboa e Benfica.
Leia uma análise mais factual à partida, por Eu visto de Vermelho e Branco, aqui.
Foi cantando a frase apresentada no título deste artigo que o Sporting, tendo ganho limpo ao Benfica no jogo jogado em campo, diga-se, festejou a conquista da Supertaça. Vimos um Sporting a jogar à Benfica, sem dúvida, e foi para isso que o treinador Jorge Jesus foi contratado - ele é, sem dúvida, um grande treinador de campo, um "montador de equipas", com o seu modelo funcional. Uma vez mais, o Sporting festeja não uma conquista sua, mas uma conquista ao Benfica: Foi buscar o treinador ao Benfica, para pôr a equipa a jogar à Benfica, para ganhar ao Benfica.
Só que, há que admiti-lo, percebo hoje que Jesus encaixa muito melhor no Sporting do que alguma vez encaixou no Benfica. É que também ele, tal como o clube, vive a obsessão pela grandeza do Glorioso - ainda para mais, tendo passado cá seis anos, tendo-a visto e sentido na primeira pessoa. Todo o seu discurso, desde que chegou ao Sporting, tendo vindo directamente do Benfica, foi alinhado com a atitude mental "do pior que há no Sporting" - assim apelidava o meu falecido pai, Sportinguista de gêma, a relação de inveja do Sporting em relação ao Benfica, causada pelo sentimento do que o Sporting "devia ter sido". O Sporting foi criado com a ideia de ser grande, "ao nível dos maiores da Europa", mas foi o Benfica que foi conquistando esse estatuto pelos campos jogados, deixando a equipa de Alvalade com um ressentimento de "destino roubado".
O meu pai, que representava uma estirpe quase extinta de Leões, foi sempre respeitador do Benfica (mesmo quando os filhos, ambos Benfiquistas, por infantilidade própria de certas idades, gozaram com as suas derrotas). Ele respeitava o Glorioso porque sabia que não bastava querer ser o maior, havia que realmente sê-lo. Ele sabia que nenhuma das vitórias do Benfica tinham sido um "destino roubado", pois elas significaram apenas que o Sporting não tinha sido suficientemente competente para vencer. Esta visão colocou-o algumas vezes em colisão com outros Sportinguistas, incapazes de assumir que, Historicamente, o Sporting fora, no geral, menos competente que o Benfica no "ombro-a-ombro". E foi, é e será essa rivalidade o que empurra o Benfica para a vitória, não se duvide - não no sentido de bastar "ganhar ao Sporting" (ao contrário do que se tornou referência mental para parte dos Sportinguistas actuais: bastar "ganhar ao Benfica") - mas no sentido de querer ser o melhor e por isso vencer os adversários e as adversidades, ou seja, superar-se.
Jorge Jesus, que nunca escondeu ser Sportinguista, demonstrou pertencer àquela parcela de mentalidade que diminui o clube de Alvalade para uma dimensão de, por exemplo, um Belenenses (e se os tempos fossem outros, não seria de admirar ver Jorge Jesus, à semelhança de Artur José Pereira, daqui a uns tempos pedir ao Sporting para sair, por forma a fundar o seu próprio clube...). Ele menoriza o clube pois coloca a sua figura acima deste, afirmando que agora é que o Sporting é candidato ao título (com ele) e que tudo o que existe agora no Benfica foi criação dele (o que não é afirmação nova, como o Braga bem sabe). Da mesma forma que me senti envergonhado, sinceramente, quando Jesus diminuiu o Benfica com as mesmas afirmações em relação ao Braga, os Sportinguistas deveriam compreender o que estas palavras querem dizer em relação ao seu clube. Só que, se Jorge Jesus for apresentando resultados, isso passará para segundo plano no universo dos adeptos do Sporting... até ao dia em que o ego de Jesus, o soberbo, considerar que o clube que lhe deu condições, estabilidade e dinheiro ficou para trás em comparação com o reflexo da sua imagem no espelho. De facto, para diminuir mais ainda o Sporting, só faltou a Jesus, que ainda há parcos meses festejava o Bi-Campenato entre Benfiquistas, saltar enquanto cantava com os adeptos do Sporting "E quem não salta é lampião!". Ah, mas conseguiu fazer ainda pior, é verdade. Conseguiu provocar Jonas e esperar que ele levasse "na brincadeira" porque, afinal, tinha sido Ele, Jorge Jesus, o Maior, a "cumprimentá-lo". Ora digam-me lá se a palmada que se vê nas imagens e o "qu'é q'foi?" característico de Jesus é qualquer outra coisa que não uma provocação:
Jonas aguentou-se, ciente das câmaras, mas não se ficou, aparentemente:
http://rr.sapo.pt/bolabranca_detalhe.aspx?fid=47&did=195799
Se tudo fosse ao contrário, se o treinador que passara seis anos no Sporting tivesse assinado pelo Benfica e vencido a Supertaça, será que a Sporting TV passaria a sua conferência de imprensa a seguir ao jogo? Pois, se calhar não, especialmente com Bruno de Carvalho. Um dos pontos positivos da BTV neste "pós-jogo": foi absolutamente imparcial e profissional.
E da bola? Bom, falando da bola, perdemos com justiça. Houve um golo mal anulado para um lado, um penalty por assinalar para o outro e ainda um "chouriço" a fazer a diferença, mas foi sempre o Sporting que revelou mais argumentos futebolísticos. O Benfica podia ter ganho até, note-se, mas foi daqueles jogos em que o vencedor foi quem jogou melhor. O Benfica tem muito trabalho pela frente, muitas mudanças a fazer no seu estilo de jogo, se quer de facto competir com a grandeza do seu passado.
No entanto, nem tudo foi negativo: Nélson Semedo ganhou a titularidade. Lizandro colocou um problema a Jardel e Luisão, afirmando-se. Pouca consolação, mas importantes notas para a época que agora começa.
Penso que Rui Vitória deverá impôr as suas ideias e largar de vez quaisquer fantasmas que os jogadores possam ter em relação ao sistema que costumava ser de Jorge Jesus. Que jogue em 4-3-3, como gosta, ou 4-2-3-1. O 4-4-2 pode ser recurso de ocasião, com resultados desfavoráveis, mas penso que deve haver por parte do treinador do Benfica, nesta fase, uma imposição total das suas ideias e cortar de todo com o que possa ainda assombrar o jogo da equipa já tão ferida por este defeso.
É certo que num 4-3-3, Jonas terá de ficar no banco (por muito que custe), sendo Mitroglou o ponta-de-lança com características para fazer jogar o ataque, sozinho lá na frente. Neste esquema, será essencial um transportador de bola, pelo que seria positivo não descartar Djuricic, pois Pizzi não cumpre essa função tão bem. Talisca é hipótese, mas tem de se expôr ao jogo, pedir a bola, e não andar escondido.
Em 4-2-3-1, Jonas pode jogar atrás de Mitroglou e transportar a bola, sendo não só um segundo ponta de lança, como uma referência para o início das jogadas de ataque com bolas rente à relva, lateralizando depois para as investidas dos alas. Se for esse o caso, é ainda importante que seja Pizzi e não Samaris, a jogar ao lado de Fejsa, para garantir a inversão do triângulo do meio campo logo que se parte para o ataque.
Há também a possibilidade 4-2-2-2, que foi testada e funcionou em 45 minutos contra o PSG, mas esse esquema pressupõe a manutenção de Gaitán ou a aposta assumida em Djuricic (e/ou Taarabt, assim que esteja em forma). É fundamental também um lateral esquerdo que dê profundidade e alternativa no ataque, defendendo também com competência!
Enfim, tudo conversa de "treinador de bancada".
O que se exige a Rui Vitória é que monte uma equipa competitiva, que honre a camisola e o peso histórico que representa. Ajudará se ele se impuser e cortar de vez com o fantasma Jesus dentro do próprio balneário. Terá ele personalidade para o conseguir?
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