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Com classe, inteligência, ambição e, claro está, a ponta de sorte sempre essencial na Liga dos Campeões, o Sport Lisboa e Benfica venceu no Vicente Calderón o Atlético de Madrid por 1-2.
O início da partida foi bastante repartido, mas o Atlético conseguia ganhar bastante espaço no centro e atrás da linha média Benfiquista, conseguindo criar perigo a partir desse local. Foi, aliás, daí que nasceu o golo inaugural; com uma tabela excepcional que desorientou a defensiva do Benfica e Correa a marcar perante Júlio César que quase a afastava para fora.
Foram os minutos, talvez, mais decisivos para o desfecho do encontro, aqueles que se seguiram ao golo do Atlético: Os anfitriães pressionaram, estiveram perto, cheiraram o golo, mas não marcaram o segundo que poderia bem ter morto o jogo ali.
Não marcaram e, como revela a tal lei que ninguém escreveu, sofreram mesmo: Nélson Semedo cruza da direita, a defensiva tenta afastar e a bola vem parar ao segundo poste, direitinha para o pé esquerdo de Gaitán que fez o empate. Decisivo. O jogo mudou ali.
Após o intervalo, a equipa veio mais personalizada e tivemos um Nélson Semedo, que já estivera bem até ali, absolutamente do outro mundo! Cada vez que o miúdo pegava na bola, levei as mãos à cabeça. Que pulmão! Que classe! Que capacidade!
O Benfica cerrou fileiras e recusava-se a desfazer o desenho, que era o ensejo de um Atlético que queria "convidá-lo" a sair, a pressionar, para repetir o que fizera no seu golo. Não indo na conversa, o Benfica forçou o Atlético a cometer erros, a perder a bola e a permitir os contra-ataques Gloriosos. Foi mesmo glorioso um desses lances, aos dez minutos da segunda parte, com Gaitán a aguentar a bola dentro do terreno, em corrida e transição rápida, a olhar, a fazer um passe longo incrível (com o pé direito!) para que Gonçalo Guedes pudesse, perto do segundo poste, marcar o segundo. Estava feito! Estava dado o pontapé na História, contra tudo e todos, contra mesmo a dúvida eterna que paira sobre a Alma Benfiquista (em que me incluo) de que os de hoje são capazes de honrar os ases do passado!
Faltava muito jogo ainda, muito que sofrer e gerir, mas naquele momento, um miúdo cheio de sonhos afirmou perante um mundo inteiro: "É possível!"
Ferido, o Atlético investiu, mas sem cabeça. Em contraste, a forma inteligente como o Benfica defendeu, sempre mantendo o desenho defensivo, não saindo à pressão cedo demais, impediu veleidades. Os Colchoneros quiseram muito, mas puderam pouco desde o golpe. E aquela defesa do nosso Imperador Júlio César? Valeu um golo!
E Nélson Semedo? Já vos falei dele? Que raça! Que técnica! Que fulgor! Quem é que tínhamos para aquela posição antes, mesmo?
Quando soou o apito final, todo o mundo Benfiquista celebrou. Foi a vitória do Vitória, o jogo que une o grupo em torno do seu treinador. A vitória contra os fantasmas.
Na entrevista rápida, Júlio César destacou a preparação do jogo feita por Rui Vitória. Este foi o Guarda-Redes com que Mourinho venceu a sua segunda Champions, não é um elogio qualquer. Ele próprio sabe o significado das suas palavras. Percebe o que aquele jogo fez no balneário.
Não correrá sempre tudo bem daqui para a frente, claro, mas a partir deste jogo, será o Benfica de Rui Vitória, sem mais fantasmas ou comparações. O mérito e a crítica serão dele e para ele.
Criticado quando necessário - e não deixarei de fazê-lo, quando se justificar! - mas aplaudido e elogiado quando merecido. Eu aplaudo e elogio Rui Vitória por esta vitória. Foi a vitória de Vitória no Sport Lisboa e Benfica. O jogo que une de vez o grupo à sua volta.
Alegria imensa!
NOTA 1: Repúdio e vergonha perante o episódio da tocha e do petardo. O Sport Lisboa e Benfica devia pedir ao Atlético de Madrid o contacto da família afectada e apresentar pessoal e discretamente desculpas, colocando-se à disposição para suportar custos hospitalares inerentes. Uma vez identificado o indivíduo que lançou a tocha, esse custo ser-lhe-ia imputado, ressarcido através dos tribunais, se necessário. Há que haver a compreensão, seja por parte de quem for, que há consequências para os actos.
NOTA 2: Valendo o que vale, nas cinco participações anteriores na Liga dos Campeões, tivemos uma vitória fora (Anderlecht 2-3). Até com o Hapoel de Tel Aviv e o Otelul perdemos, diga-se. Esta época começamos fora com uma vitória 1-2 com o Atlético Madrid?
Leia uma análise mais factual à partida, por Eu visto de Vermelho e Branco, aqui.
CORRECÇÃO (Deixada em comentário):
De luis a 01.10.2015 às 12:28
Só uma correção, ganhamos 1-o fora ao Otelul, glo de Bruno César, e 2-0 ao Basileia, penso que Bruno César e Cardozo
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