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Com 90 minutos de futebol jogado ao nível da honorável amadora Liga Inatel (o que não é nada fácil, tendo em conta a qualidade dos intervenientes), o Sport Lisboa e Benfica lá conseguiu arrancar a vitória, uma vez mais, à laia da "chouriçada" de Rui Vitória - e mesmo assim tiveram de entrar Renato (que está já a sentir a pressão de andar a apanhar bonés no meio campo, sem haver qualquer ligação estratégica e táctica), Jonas (que anda ali a tentar dar um toquezinho de classe na equipa) e Jiménez (que tem presença e vontade de correr sempre atrás da bola).
Manuel Machado, cuja equipa de SUPLENTES quase humilhou o Benfica na Luz ontem, não fossem Ederson, Lisandro e alguma fortuna, viu a sua equipa jogar a um nível superior e comentou aguçadamente acerca da actual baixa exigência Benfiquista, na flash interview. Tem toda a razão. Infelizmente, um dos produtos da BTV tem sido, ao invés do zelo pelo Benfiquismo (que inclui a exigência e a transparência como valores), a protecção à estrutura de poder que do clube se alimenta. O Benfica também pode ser uma empresa, mas não é uma empresa no seu âmago: é um CLUBE de FUTEBOL e, historicamente, do melhor FUTEBOL do país, da Europa e do Mundo. Quem não entende isto, não entende o Benfica, lamento!
As palavras do treinador do Nacional (que não se limitaram à flash interview nem tão pouco à qualidade do futebol do Glorioso) perfuraram de tal modo a máscara de luzes e ruído que fez com que os primeiros comentários do profundamente nojento Pedro Guerra (figura de prôa da propaganda da estrutura), na BTV, claro, fossem proferidas no sentido de menorizar o que havia sido dito, tendo potencial para tocar no verdadeiro Benfiquismo. Manuel Machado é um cromo, sem dúvida, mas diz o que pensa. Pedro Guerra não tem autoridade moral para sequer proferir uma palavra em nome do Sport Lisboa e Benfica. Só que a culpa não é dele.
Se não queres moscas em casa, limpa a merda.
Eis que se aproxima Janeiro e, para além dos aguardados regressos de Sálvio e Semedo, temos dois reforços importantes para a nossa equipa. Bem precisamos deles!
Alejandro Grimaldo: Com Eliseu sobrecarregado na posição pela falta de alternativas, não sendo o Luso-Caboverdiano à partida muito dotado para a posição, Grimaldo deve entrar de caras no onze inicial. Bom toque de bola, envolvência em movimentos ofensivos (como Semedo dava antes da lesão), aparente cultura posicional, capacidade de jogo com os dois pés e a sempre importante capacidade de remate e definição ao cobrar bolas paradas, parece que, por fim, se acertou numa aposta para a posição desde Fyssas, Coentrão e Siqueira.
Franco Cervi: Explosivo como Sálvio e aparentemente inteligente na movimentação como Gaitán e Jonas, Cervi é uma verdadeira esperança da Argentina para os mais altos vôos. Muito do seu desenvolvimento como jogador será oferecido pelo Benfica, seguramente, e penso que, se mostrar o seu real valor, não terá dificuldade em afirmar-se na equipa titular do Benfica.
Bem Vindos!
O mais importante, outra vez conseguido: a vitória. Esta alegria, sofrida, não retira, no entanto, a angústia organizativa do futebol do nosso Sport Lisboa e Benfica. Sim, houveram penalties por assinalar, sim, não sou cego. No entanto, há que jogar mais com estes jogadores que, justiça lhes seja feita, tudo têm feito para serem heróis, apesar da parca liderança a que estão sujeitos. Este plantel dá mais, mas acaba sempre por necessitar da tal superação individual, a inspiração guerreira, para levar a água ao seu moinho. Este esforço paga-se mais à frente, quando o acumulado de uma época pesar sobre os ombros. Vale-nos que os outros não andam descansados a passear...
Leia uma análise mais factual à partida, por Eu visto de Vermelho e Branco, aqui.
A derrota do (agora) segundo classificado, aproxima-nos bastante dessa posição e deixa as coisas mais interessantes para o ano novo. Vamos ver então como corre em 2016, até pelos reforços que estão a chegar.
NOTA 1:
Absurda atitude de vitimização "à la calimero" da Federação Portuguesa de Natação.
Em primeiro lugar, o que Rui Vitória disse foi a descrição do que é uma corrida de natação: «estava sozinho debaixo de água, batia com a cabeça na parede e voltava para trás», ou seja é um desporto individual que se pratica debaixo de água e, de facto, envolve dar a volta junto à parede para se voltar para trás e prosseguir.
Em segundo lugar, a Federação Portuguesa de Natação é que deve um pedido de desculpas ao Sport Lisboa e Benfica!
NOTA 2:
http://euvistodevermelhoebranco.blogs.sapo.pt/entrevista-a-fernando-tavares-24241
Entrevista muito interessante a Fernando Tavares, no Eu Visto de Vermelho e Branco.
Sim, é possível sentir as duas emoções em simultâneo. Vou ser muito curto hoje.
Em Setúbal, perante uma equipa que deu espaços, jogámos relativamente bem, aproveitando as oportunidades devido à confiança que se instalou nos jogadores.
Só que a confiança trabalha-se, através do envolvimento, da dinâmica.
Na Madeira, os jogadores pareciam postes de iluminação, ou árvores, tal a falta de reacção, de movimentação (salvo excepções como Renato ou Pizzi). Só que não é sobre os jogadores que recai a responsabilidade, isto porque para haver confiança nas movimentações e na ocupação de espaços com e sem bola, há que haver TRABALHO TÁCTICO! E esse, no Benfica, tem sido perto de zero... ou então a um nível muito abaixo do exigível. Por exemplo, o Jonas passou a vir e bem, ocupar a posição 10, descendo para vir buscar jogo, e quando recebia a bola, olhava e não tinha ninguém a mexer-se, a aparecer, a desmarcar-se! E depois é o Jonas que só dá no 4-4-2... o Jonas é um extraordinário 10, SE TIVER MOVIMENTAÇÕES À SUA VOLTA! De que vale ter Mitroglou como referência na área, um jogador de topo como ele, se NINGUÉM APARECE NO ESPAÇO?
Já nos excluímos do tri, não somente por um ou outro resultado, mas porque não apresentamos futebol ao nível necessário. No entanto, ter-se-á de resolver bem cedo esta época o problema que será manter a inabilidade de Rui Vitória como treinador para a próxima época...
Hoje não há mais nada. Enfurecido e desiludido.
Continuem a comer a propaganda e a dar poder ao "maior Benfiquista que já viveu" e "empresário do milénio"... é que mesmo que ele tenha de dispensar Rui Vitória, vai ser ele a escolher o próximo - e ele só acertou uma vez. É incapaz de delegar o futebol a quem sabe... talvez seja por ter os melhores interesses do Sport Lisboa e Benfica em consideração, ao invés dos seus interesses pessoais, certo?
A falta de trabalho táctico fica mais exposta quando a equipa defronta equipas de valor equivalente ou superior, ou mesmo equipas que tenham uma ocupação de espaços mais eficaz. Foi o que aconteceu ontem, uma vez mais.
Esta espécie de 4-3-3 (com a qual concordo bem mais que com o habitual 4-4-2 desta época) desequilibra menos a equipa e proporciona um conforto muito maior aos jogadores. Como uma equipa se constrói de trás para a frente, portanto da defesa para o ataque, haver um maior conforto é essencial para que depois se possa desenvolver melhor jogo ofensivo. Ainda assim, é inacreditável como se verifica que um princípio básico, básico até para o treinador de bancada mais atento ao futebol jogado pelo mundo fora, não parece ser do conhecimento do actual treinador do Benfica, Rui Vitória: o fluxo de jogo, tal como a construção de uma equipa, produz-se de trás para a frente, nunca no sentido inverso. Com a bola, a equipa tem de se movimentar e combinar de forma a progredir no terreno e chegar a zona de perigo em condições de efectuar remates eficazes. Claro que parece mais simples do que é, no entanto não deixa de ser um conceito básico. Não importa se tens Cristiano Ronaldo, Messi e Aguero na frente se a bola não lhes chega em condições jogáveis ou se a única forma de lhes fazer chegar jogo é em passes longos perante uma defesa fechada ou tentativa de jogo directo como última alternativa.
O Benfica não entrou a jogar mal, atenção. Trocava bem a bola e viram-se algumas combinações de que falo, ainda que lentas, mas o jogo não estava a pedir para ser sacudido por nós. Era o Atlético de Madrid quem precisava de correr atrás do resultado, pelo que foi uma estratégia adequada. Só que uma vez que o golo foi obtido (Eliseu preferiu, mais uma vez, marcar o homem aberto no exterior e estragar o movimento correcto do resto da defesa, colocando o avançado em jogo), não conseguiram aplicar à troca de bola uma acutilância e dinamismo de quem precisa de extrair algo mais.
A ausência de simples tabelinhas (que requerem movimentação e rapidez) é, como tenho afirmado, um claro sintoma da incapacidade de trabalho táctico, no posicionamento e nas instruções estratégicas, nos "princípios de jogo", de Rui Vitória. Pareceu que em Madrid ele tinha finalmente agarrado a equipa e a tinha trabalhado como queria, mas fora ilusão. Tratam-se de conceitos, repito, básicos, que a equipa não consegue implementar. Isto faz com que o jogo dependa demasiado das individualidades, como já afirmei anteriormente, sendo esta dependência de heróis nefasta à boa progressão dos valores oriundos da formação. É que repare-se: Semedo, Guedes e agora Sanches são heróis, mas esses, ainda que poética, metafórica e romanticamente, acabam todos no "cemitério" (futebolístico), pois a derrota e a "quase vitória" não são alicerces para o desenvolvimento de um jogador de topo. Os heróis da nossa equipa batem-se valorosamente como os Celtas o fizeram à milénios, no entanto, tanto nessa altura como agora, a táctica e a disciplina Romanas derrotam sempre um grupo menos organizado composto pelos mais bravos e fortes heróis. Associe-se uma à outra, no entanto, e obtém-se uma equipa de topo.
Eu reafirmo: este plantel dá mais que isto, pode providenciar melhores condições aos nossos heróis, mas precisa é de trabalho táctico. Rui Vitória não o tem para dar... ou então não consegue dá-lo. Pode tentar mascarar-se com propaganda, tentar tapar o Sol da incompetência com as peneiras da "atitude" e do "coração", mas as evidências estão lá para quem as quiser ver: este treinador não tem capacidade táctica para montar uma equipa do Benfica e serão os próprios jovens, que deveriam ser um dos seus "produtos", os mais prejudicados.
Leia uma análise mais factual à partida, por Eu visto de Vermelho e Branco, aqui.
Entre o jogo de sexta-feira, com a Académica, em que fizemos o suficiente para golear por 3-0 e o de amanhã, com o Atlético Madrid, apenas deixo a menção ao minuto 85. Não é o minuto Eusébio, mas o golo de Renato Sanches teve, sem dúvida, a alma do nosso Pantera!
Leia uma análise mais factual à partida, por Eu visto de Vermelho e Branco, aqui.
Este notícia do Expresso, na qual aparentemente as damas todas lutam pela exclusividade dos direitos do príncipe, traz-me algumas preocupações.
Para começar, esta questão das exclusividades sempre me fez confusão. Ainda assim, partindo desse pressuposto, só deve haver uma entidade que monopoliza os direitos televisivos de qualquer equipa do Sport Lisboa e Benfica, que é o próprio Sport Lisboa e Benfica.
É que a criação da BTV, um projecto bem sustentado no seu objectivo de trazer o Benfica onde quer que os Benfiquistas se encontrem (quer se concorde ou não com certos conteúdos serem verdadeiramente Benfica, mas isso é outra questão), veio suprir uma falha que já teve duas fases:
Com o aparecimento da BTV e, em particular, da detenção própria dos direitos televisivos do clube que representa, verificou-se quantos subscritores da SportTV estavam verdadeiramente interessados no pacote oferecido e quantos queriam, apenas e somente, acompanhar o futebol do Sport Lisboa e Benfica.
Esta independência não tem preço. A exclusividade, a existir, terá sempre de ser detida pelo próprio Sport Lisboa e Benfica - esta lição já devia estar aprendida. É que quando se fala de um modelo tipo Premier League Inglesa para o campeonato Português, fala-se de um modelo que não contempla um facto incontornável: é que o Sport Lisboa e Benfica, enquanto instituição Histórica, enquanto marca, enquanto símbolo e mística capaz de gerar interesse (até pelas características da diáspora Portuguesa no mundo) encontra-se muito acima do resto dos clubes Portugueses. Este modelo pode servir a maioria dos clubes Portugueses, mas não serve o Sport Lisboa e Benfica. É que sejamos francos: os Benfiquistas não se interessam pela grande maioria dos jogos da Liga Portuguesa que não envolvam o Benfica - tal como acontece com, naturalmente, os adeptos dos outros principais clubes em relação aos jogos das suas equipas. A diferença é que, como o Benfica tem uma projecção muito superior a nível de audiências, é também o clube impulsionador da venda de qualquer modelo de direitos unificados.
Assim sendo, na minha opinião, o Sport Lisboa e Benfica deve, qualquer que seja o negócio que pretenda fazer em relação aos seus direitos televisivos, garantir a sua independência e portanto impedir que a sua projecção seja utilizada para promover clubes que têm demonstrado ao longo da sua História serem contrários aos valores da instituição Histórica Sport Lisboa e Benfica e que têm visado, por inúmeras vezes, prejudicá-la. Qualquer modelo unificado fará isto e por isso, qualquer modelo unificado será prejudicial ao Sport Lisboa e Benfica, se não em termos financeiros, sê-lo-á em termos de independência.
O Benfica deve manter a transmissão de jogos na BTV e então sim vender as transmissões a quem apresentar propostas por estas tendo essa salvaguarda. É um modelo semi-exclusivo, pois permite que um operador adquira os direitos exclusivos da transmissão dos jogos do Sport Lisboa e Benfica com a única excepção a essa exclusividade a ser a BTV. Valerá menos? Com certeza, mas por um lado, a união das duas receitas fará o valor certamente superior, por outro, manteria a independência do Benfica e reforçaria a sua posição Histórica única em relação aos restantes clubes Portugueses. Se os outros quiserem e puderem fazer o mesmo, façam-no... se realmente tiverem mercado para isso.
Actualização 2 Dezembro, 14.20h:
Um outro factor que me esqueci de referir no texto. Na notícia está escrito que:
«A proposta de 40 milhões por época para garantir os direitos será decomposta em duas parcelas: 25 milhões pelos direitos dos jogos, mais 15 milhões pelo exclusivo do canal Benfica na NOS.»
Ora isto fará não só com que se perca a independência a troco de um valor que nem é assim tão chorudo, como também torna mais difícil a BTV chegar aos Benfiquistas, obrigando este canal a ser transmitido apenas e somente por um operador. Não e não.
Actualização 2 Dezembro, 20.10h:
http://www.slbenfica.pt/noticias/detalhedenoticia/tabid/2788/ArticleId/43892/language/pt-PT/.aspx
A Sport Lisboa e Benfica – Futebol SAD informa que celebrou hoje contrato com a NOS Lusomundo Audiovisuais, S.A, empresa do Grupo NOS, SGPS, para a cedência dos direitos de transmissão televisiva dos jogos em casa da Equipa A de Futebol Sénior da Benfica SAD para a LIGA NOS, bem como dos Direitos de transmissão e distribuição do Canal Benfica TV, para o mercado nacional e internacional.
O contrato celebrado terá uma validade de três anos, com início na época desportiva 2016/2017, podendo ser renovado por decisão de qualquer das partes até perfazer um total de 10 épocas desportivas. O valor do contrato ascende a um total de 400 milhões de euros, repartido em montantes anuais progressivos.
As partes promoverão uma conferência de imprensa, na tarde do próximo dia 10 de dezembro, para esclarecimentos adicionais.
Parece que sempre se avançou... resta saber em que moldes...
Actualização 3 Dezembro, 9.31h:
http://expresso.sapo.pt/desporto/2015-12-02-E-agora-onde-vejo-os-jogos-do-Benfica-
Não sou assinante da NOS. Vou ter de mudar de operador de TV para ver a BTV e os jogos do Benfica?
Para já não. O acordo hoje confirmado entre a NOS e o Benfica só é válido a partir da época 2016/17. Por isso, quaisquer mudanças que possam ocorrer na estratégia de distribuição destes conteúdos não terão efeitos imediatos. Se é assinante da MEO, da Vodafone TV ou da Cabovisão, vai poder continuar a subscrever o canal pelo menos até ao fim desta temporada.Mas é expectável que a BTV passe a ser um exclusivo da NOS a partir do verão?
A resposta certa a esta questão só deverá ser dada pela operadora numa conferência de imprensa agendada para 10 de dezembro. No entanto, tendo em conta o histórico da NOS (e da antiga ZON), é pouco crível que decida 'fechar' a BTV ou os jogos do Benfica a assinantes de outras operadoras: todos os canais da NOS têm sido disponibilizados à concorrência. E ainda recentemente o CEO da empresa, Miguel Almeida, reiterou que os operadores de televisão devem concorrer pela qualidade dos serviços que têm e não pelos conteúdos que existem. Há, no entanto, um factor que pode mudar este histórico: a recente abordagem da MEO, agora detida pelos franceses da Altice, na compra de conteúdos foi mal recebida pelo mercado. Em particular pela NOS, que é líder de pay-tv em Portugal. Esta demonstração de força na compra imediata dos jogos do Benfica para impedir que estes ficassem um exclusivo da MEO poderá, por isso, ter outras consequências.E os jogos do Benfica vão ficar na BTV ou passar para outro canal?
De novo: certezas, só quando a NOS anunciar a sua estratégia ao mercado. Mas em cima da mesa estão duas opções. Ou a NOS passa a emitir os 17 jogos por época do Benfica em casa na Sport TV - canal que detém a 50% com Joaquim Oliveira - ou mantém a sua emissão na BTV. Qualquer das soluções terá vantagens para a operadora. Se emitir os jogos na Sport TV, reforça a posição deste seu canal, que já é dominante na área de conteúdos desportivos em Portugal. Mas se continuar a emitir os jogos na BTV, também garante que o canal criado pelo Benfica se mantém atractivo. Não apenas para os actuais subscritores, mas também para todas as plataformas de televisão, nacionais e internacionais, que queiram tê-lo. E como os direitos de distribuição do canal estão agora a cargo da NOS, pode fazer sentido não esvaziar o produto e manter o projeto como uma interessante fonte de receitas.
Actualização 3 Dezembro, 16.05h:
De notar que eu defendia (e defendo, mas já está consumado o negócio, por isso não importa) a expansão da BTV tendo como bandeira principal de venda os jogos do Benfica. Aposta nos mercados dos países com grande presença de origem Portuguesa e Lusófona, com algumas ideias de negócio algo alternativas que tornariam a oferta semi-exclusiva. Acredito que a BTV, sendo detentora da "marca" Benfica a que tanta gente pelo mundo fora quer ter acesso, podia, a médio prazo, atingir valores bem superiores a este. Havia risco? Sim, havia, mas bem calculado, tal como estes anos embrionários da BTV foram, com crescimento calculado e jogadas inovadoras que sacudiram o mercado.
De qualquer forma, à parte daquilo que eu preferia, houve de facto uma grande precipitação ao fechar-se este acordo à pressa. Não quero agora entrar no campo de encontrar os motivos desta pressa, apesar de ter alguns palpites e bitaites. O facto é que, com um pouco mais de tempo, haveriam de surgir outras hipóteses. Preocupa-me também a máscara dos €25M + €15M, pois vamos imaginar que, por qualquer motivo que se queira imaginar, a BTV fecha.
Ficam €25M, com um contrato até 10 anos do qual ninguém se pode soltar, nem Vieira nem qualquer eventual sucessor, pois com certeza não haverá pagamento por um canal que já não existe... e se isso for estratégia? E se oferecer €25M pelos direitos, + €15M pela transmissão BTV, já tiver na sua estratégia "secar" a BTV até ao desaparecimento, através, por exemplo, da SportTV que tem os conteúdos todos? Imagine-se que a SportTV apanha também o Benfica B e a formação e as modalidades e faz o SportTV 6... a BTV fica com o quê? É que é do interesse da NOS que a BTV acabe, pois poupam €15M. Não o afirmo, mas que é uma hipótese válida, é.
Actualização 11 Dezembro, 08.07h:
Uma sessão de esclarecimentos que pouco esclareceu. Não acredito, no entanto, que a NOS não tenha um plano acerca do que fazer com os jogos do Benfica. Penso sim que não quiseram confirmar o cenário SportTV, canal que já se prepara para subir o seu preçário.
Num jogo que se esperava complicadíssimo, eis que se tornou numa enorme vitória conquistada em Braga, fruto de um pequeno factor posicional no momento ofensivo, que faz toda a diferença, como é visível.
Baixar um dos avançados para ser assumidamente um "10", transformando o 4-4-2 num 4-2-3-1 (apenas no momento ofensivo, pois defensivamente a equipa mantém o 4-4-2 assumido, mas já lá vamos), oferece ao nosso jogo outra dinâmica, por possibilitar mais e mais fáceis linhas de passe interiores. Acabou, com esta mudança, o fosso enorme que se via no meio campo, que colocava a nossa equipa quase a jogar num absurdo 4-2-4. O jogo faz-se de trás para a frente!
Gaitán, que foi fazendo de "10" nesta partida, mas por vezes trocando com Pizzi, que jogou mais à direita, e Guedes, que esteve mais apagado à esquerda, teve sempre mais espaço desta forma e maior escolha no momento de decidir. Durante grande parte deste jogo, deixou de haver aquele "Benfiquinha" do cruzamento "à chouriço" para a área, a ver se cai alguma coisa no prato, e houve sim um bom Benfica, cheio de dinamismo ofensivo. O que faz um simples "detalhe" posicional!
E Mitroglou é absolutamente impressionante. Estando em condições físicas para jogar, deve ser titular indiscutível!
O posicionamento defensivo, no entanto, foi deficiente ainda, apesar de, com a confiança dos golos, se verificar uma outra dinâmica na pressão - em particular com a capacidade física de Sanches, que se tornou num titular indiscutível. O 4-4-2 a defender parece-me inadequado, sendo preferível o recuo do 10 para povoar o centro do meio campo quando não se tem a bola. Lisandro fez um belo golo, é forte no desarme, mas tem uma enorme dificuldade em manter a linha defensiva. Foi frequente encontrá-lo desalinhado: ora pela excessiva vontade de desarmar, ora por marcar apenas o homem, sem olhar ao posicionamento relativo aos seus companheiros da defesa. Não é fácil, mas acredito que com trabalho e confiança, possa chegar ao nível de Jardel.
Outra curiosidade muito positiva foi ter verificado que a equipa afinal sabe trocar a bola e pôr o adversário a correr atrás dela. Porque não o fez mais cedo? Bom, há mérito do Braga, que de facto quis muito virar o resultado, mas há algum demérito do Benfica, a nível do já referido posicionamento defensivo. Alguns detalhes na transição defensiva podiam ter dado um maior descanso à nossa equipa, mas com certeza que o Pinheiro do Eu Visto de Vermelho e Branco, dissecará isso que todos vimos de uma forma mais evidente e técnica.
O que se deseja é que este seja o jogo "zero" de um novo ciclo para Rui Vitória. Há que utilizar esta boa exibição de uma forma diferente do que se fez aquando da vitória em Madrid.
Leia uma análise mais factual à partida, por Eu visto de Vermelho e Branco, aqui.
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