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Estou de luto, pois pareceu-me a certa altura que Vigo ficava afinal na Suiça, mas luto contra qualquer tipo de sentimento de desistência.
Estes mesmos jogadores já mostraram muito mais... e voltaram a fazê-lo, pois a seguir ao fundo só lhes resta subir, com HUMILDADE.
Cada jogo, cada lance, cada passo, terá sempre de ser encarado como decisivo.
Luto, e exijo que lutem comigo. Connosco.
Longe de mim vir defender as quatro exibições mais recentes do Benfica. Foram muito abaixo do requerido e os resultados, ainda por cima, não surgiram em três dessas ocasiões.
Contudo, e tendo sido eu quem escreveu isto há dois anos atrás (para entretanto ter mudado de opinião em relação a tal intransigência, mas isso é pessoal), não posso deixar de sentir, neste momento, que há algo de externo à exigência natural Benfiquista nesta súbita onda de apupos e assobios. Apupos e assobios, note-se, aos mesmos jogadores que, após terem conquistado a Supertaça com conforto tal qual venceram o Braga na primeira jornada, após terem vencido em Chaves num jogo em que foram sempre superiores e terem goleado o Belenenses sem apelo aqui na Luz, passaram a ser, afinal, jogadores que não servem.
Há dois problemas para Rui Vitória resolver a nível de entrosamento táctico da equipa:
- o primeiro é quem substitui (ou melhor como substituir) Fejsa para soltar o médio criativo (por norma Pizzi)
- o segundo é envolver também os alas (do lado contrário a onde ocorre a jogada) no jogo de área, particularmente devido à mobilidade de Jonas e Seferovic (que fazem uma excelente dupla)
Depois há a escolha do 11. Só que tudo isso é algo que se passa internamente e assim deve ser.
Agora, enquanto aguardamos que a equipa regresse na plenitude daquilo que já a vimos fazer, não deixo de sentir que a contestação destas últimas duas semanas vem de fora para dentro. Não sou cego, também tenho a minha exigência Benfiquista e não condeno ninguém por contestar. Contudo, temos de fazer um exercício de auto-observação e verificar o que nos tem motivado a tal atitude.
É óbvio: estamos nervosos porque é ano de possível Penta e vemos os rivais a atacarem-nos vilmente enquanto amealham pontos. Contudo, da mesma forma que um jogador tem de engolir o seu nervosismo ao marcar um penalty decisivo, nós, adeptos, devemos ter esse controlo emocional para que possamos empurrar esta equipa para mais uma página Histórica.
Como qualquer outra, esta é a minha opinião. Calma, caros Benfiquistas, sócios e adeptos, muita calma, e controlo emocional. Tem sido uma viagem que nos testa a todos.
Não daremos a quem nos odeia uma vitória de Assobio Dourado.
Triste mas sem exageros que seriam naturais, prefiro não escrever acerca do jogo do Bessa, onde assisti a excelentes 20/30 minutos da nossa equipa, para depois se desmontar física e mentalmente. Só que há que trabalhar mais e parece que não há preparação física para isso neste momento.
Prefiro, assim, deixar aqui um curto pensamento, uma sugestão.
Heriberto, Willock e Alex Pinto são parte da solução para esta época.
Nesta equipa do Benfica, que já tinha demonstrado muito mais neste início de época, instalou-se repentina desconfiança, em parte motivada por uma clara diminuição de forma física. Não vou discutir se deve revolucionar-se o onze inicial, nem tão pouco irei agora colocar em causa os jogadores e o treinador, pois acredito neles (não são afirmações vãs). Essa reflexão, embora um exercício perfeitamente válido como adepto, em nada contribuirá para o que se passa no âmago do grupo.
Os lobos, agora em alcateia, estão sempre à porta, à espreita, e aproveitarão qualquer nesga que lhes dermos, mesmo entre adeptos. Não podemos abrir brechas.
Deixo, por isso, um excerto clássico que espelha o que realmente a equipa precisa e o que o treinador deverá conseguir tornar claro no grupo:
Deve-se pedir em oração que a mente seja sã num corpo são.
Peça uma alma corajosa que careça do temor da morte,
que ponha a longevidade em último lugar entre as bênçãos da natureza,
que suporte qualquer tipo de labores,
desconheça a ira, nada cobice e creia mais
nos labores selvagens de Hércules do que
nas satisfações, nos banquetes e camas de plumas de um rei oriental.
Revelarei aquilo que podes dar a ti próprio;
Certamente, o único caminho de uma vida tranquila passa pela virtude.
- Décimo Júnio Juvenal, em Sátira X
Penso que esta Sátira do poeta Romano Juvenal, sobejamente conhecida aliás, contem toda a mensagem que a equipa de futebol do Glorioso precisa neste momento, de forma a inverter o momento que vive.
Ainda estou com o coração nas mãos.
Alerta Vermelho para uma equipa Tetra-Campeã do Sport Lisboa e Benfica, que não pode se deixar levar emocionalmente por uma equipa bem organizada como a do Portimonense. Não pode haver outra exibição assim esta época, muito menos na Luz.
Faltou inspiração, atitude e calma. Existiu Estrela.
Grato Quarto Anel pelos Três Pontos.
Acompanho, conforme o meu tempo me permite, o blogue Novo Geração Benfica, por ter como autores pessoas que são apaixonados Benfiquistas, com opiniões tão díspares quanto o alcance das asas bem abertas da Águia no símbolo do Glorioso.
Algo me aconteceu, pessoalmente (e que não revelarei aqui), há dois anos, com a conquista do Tri, que fez a minha postura perante o Benfica actual alterar-se. Como entendo, em primeira mão, a profundidade das preocupações de alguns dos Benfiquistas que escrevem nesse blogue (bem como noutros, diga-se), decido agora escrever algo breve sobre essa visão do Benfica e de como o clube é gerido actualmente, que tenho uns minutos antes da Supertaça de Futsal.
A questão é que não foi o Benfica que mudou desde os saudosos tempos do Eusébio, do Coluna e de toda aquela constelação Mística. Foi o mundo. Aliás, o mundo Português começou a mudar com atraso, só em 1974, quando noutros países essa mudança já se tinha feito sentir. Não estou a classificar essa mudança como "boa" ou "má", pois isso não é conversa para aqui chamada. O facto é que o mundo em si mudou drástica e repentinamente nos últimos 50 anos e para uma significativa fatia dos Benfiquistas essa mudança, em particular após a depressão dos 1990's e 2000's, não foi possível de assimilar devidamente. A posição de Portugal no mundo alterou da noite para o dia, a sua importância económica e estratégica também. A descolonização secou o principal viveiro de talento do Sport Lisboa e Benfica, tanto ou mais do que quando surgiram o Casa Pia Atlético Clube e o Clube de Futebol "Os Belenenses" nos anos 20. No entanto, só em 1979 é que o Benfica se começou a adaptar a uma realidade cada vez mais evidente: que o futebol iria deixar de ser um desporto e passaria a ser um negócio, tão competitivo e desleal como os outros negócios todos.
Hoje vive-se na época dos 200 e tal milhões do Neymar, com dinheiro do petróleo, precedente aberto pelo magnata Russo do Chelsea e, por isso, o peso do Benfica no mundo de futebol, ainda que mágico na capacidade que tem de chegar a todos os cantos do mundo, é muito inferior do que era há 50 anos.
Ao fim deste tempo todo, o Benfica vive agora uma nova página da sua História, imerso num mundo cada vez mais incivilizado, sediado num país cada vez mais desprovido do seu carácter, do seu amor-próprio e da sua força estratégica - num país cada vez mais ajoelhado às forças de um Império que, ao contrário de Roma, não se manifesta com estandartes nem com armas.
No futebol dentro do campo, o empate com o Rio Ave (que até nem foi nenhum resultado desastroso, porque o Rio Ave é, neste momento, o 4º clube do futebol Português a nível estrutural, na minha opinião) trouxe à tona as inseguranças todas que parte dos Benfiquistas tem sempre perto de si, como aquela fotografia do momento que queremos esquecer, mas que guardamos no álbum mais precioso. Passámos a ter que refazer o plantel de alto a baixo, porque temos de ganhar os jogos todos - comparando com um tempo em que os clubes periféricos mal tinham campo de treinos, quanto mais equipa para se bater com o profissionalismo que o Benfica já evidenciava nos 60's. Empatámos este e perderemos mais pontos noutros jogos. Os grandes já não jogam sozinhos. Mais a mais, o Benfica já não é visto como grande na UEFA, a par por exemplo, de um Chelsea, devido à sua posição. O Histórico serve os puros e os românticos, mas a UEFA e os parasitas que gravitam à volta do futebol não querem saber disso, apenas do poder.
Colocado num mundo assim, quem neste momento traçou um Sport Lisboa e Benfica com este tipo de gestão adaptou-se aos parasitas (mesmo que se opine que o faça por simpatia com eles) por forma a adaptar o clube ao que aqui está e ao que aí vem. Para isso, Rui Vitória é o homem certo - pela sua inteligência, postura, visão e capacidade de gestão pessoal - e, por consequência, também o é o mercador Luís Filipe Vieira.
Da mesma forma que o Sport Lisboa e Benfica teria ficado pelo caminho se a ideologia pura de Cosme Damião (um dos originais Benfiquistas) tivesse vencido a adaptativa de Ribeiro dos Reis, também o Benfica ideológico que nos deixa saudades lá atrás seria um farol apagado sem esta mudança no mundo material.
Afinal, o "Espírito" do Glorioso (esse sempre puro) necessita de um "Corpo" forte para residir e continuar a Iluminar-nos à transcendência que todos procuramos, em cada jogo, nos relvados pelo mundo fora onde saltitam as papoilas berrantes que nos apaixonam profundamente.
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