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O ponto do Marquês

por Ao Colinho do Isaías, em 30.01.18

Dos inumeráveis tipos de Benfiquistas, destaco neste momento dois:

 

- Os "Exigentes", que não perdem uma oportunidade para cantar a todos os ventos o quanto têm razão na sua incessante "crítica" e apreciações aparentemente infalíveis, para quem o mais importante e relevante é eles terem razão (aproveito para fazer notar que o actual Presidente do Sporting Clube de Portugal pertencia a este grupo equivalente no clube nosso rival).

 

- Os "Presentes", que, apesar de tudo que se passou dentro e fora das quatro linhas, se aperceberam que aquele golo de livre do Jonas, no último suspiro depois de ter falhado o penalty, aquele pressing desorganizado já no final após ter sofrido um golo injusto, aquela ausência de festejo no empate, a recuperação de um ponto quando tudo parecia perdido, representam o ponto de encontro com Krovinovic. Este foi o ponto do Marquês.

 

«Vemo-nos no Marquês»

 

De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

 

- Vinícius de Moraes, "Soneto da Fidelidade"

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rematado às 12:56


Um conto do Benfica

por Ao Colinho do Isaías, em 19.01.18

Reafirmo, em nota prévia, que não gosto da personalidade de Luis Filipe Vieira, como não gosto da personalidade de grande parte dos empresários modernos - pois ser empresário bem sucedido hoje, pressupõe ter traços de personalidade que condeno, pessoalmente. Como o mundo é que me contém e não eu que contenho o mundo, aceito bem que apontem que sou eu que estou errado, pois, dessa perspectiva, estou desfazado, em termos de valores, do mundo.

 

Posto isto, acho pertinente fazer mais um intervalo neste meu silêncio para comentar aquilo que têm sido os últimos tempos do blog mais visitado pelos Benfiquistas (e não só), o NGB. E faço-o servindo-me de um paralelismo com a parábola criada por Charles Dickens, "Um Conto de Natal". Neste caso, de Benfica.

 

Mas antes disso, um esclarecimento.

 

O actual Presidente do Sport Lisboa e Benfica, diga-se o que se disser, de facto revolucionou a instituição, modernizou-a (com o que de bom e de mau isso tem, dependendo da tabela de valores de cada um). Note-se, contudo, que a obra feita na vertente empresarial é relativa ao contexto mundial à sua volta - e aí, Vieira percebeu que ou consolidava o potencial empresarial deste nosso símbolo ou, eventualmente, cairíamos num novo fosso, materialmente. Aqui, tenho de concordar.

É verdade que o Benfica tornou-se mais impessoal, os seus sócios mais clientes e investidores a fundo perdido do que participantes activos e obreiros, contudo, esta é a realidade do mundo actual, não foi criação de Vieira nem do Benfica. Poderia o Benfica manter-se forte perante a pressão de um mundo cada vez mais mercantil e impessoal, sem encetar mudanças? Se o tipo de empreendedorismo dos seus sócios também mudou, como poderia Vieira não mudar o Benfica e deixá-lo ao acaso de uma perspectiva associativista e democrática, que depende de valores que se perderam e que são quase extintos na actualidade humana? Cosme Damião manteve-se íntegro e incorruptível nos seus valores quando perdeu a eleição em 1926 para Ribeiro dos Reis, mas poderia o Sport Lisboa e Benfica sobreviver às mudanças que já se viam em curso no mundo e em Portugal, no que concerne ao desporto, se a sua lista tivesse saído vitoriosa? Com clubes (encabeçados pelo Sporting) a começar a pagar cada vez mais a jogadores, poderia a ideologia pura e elevada do desporto amador de Damião manter o Benfica vivo? Não. A derrota do pai do Benfiquismo, um exemplo para todos nós, significou na realidade uma nova fase de ascensão, agora que o Benfica dispunha das mesmas ferramentas modernas (à época) e que conseguiria equilibrar as contas.

 

Serei, posto isto, apologista da maleabilidade ideológica? Não. Entendo é que, por exemplo, por muito que eu considere que os impostos são altos e mal aplicados (para ser leve na adjectivação) as consequências de não os pagar, por integridade ideológica, seriam destrutivas na minha realidade.

Não há rocha que resista à erosão das vagas do oceano das eras.

 

Serão tais mudanças no nosso Benfica, encetadas por Vieira face ao mundo, o fim do Benfica ideológico? Claro que não. O espírito do Benfica, a mística que nos une, só pode subsistir se o corpo que habita for forte. Esse espírito somos nós e só desapareceremos se quisermos, se desistirmos, se nos deixarmos corromper sem perceber a diferença entre uma casa e um lar. Vieira reconstruiu a casa à modernidade, com tudo o que tal acarreta, mas cabe a nós transformá-la em lar. É que as outras eras já não voltam, já não as veremos. Nós não somos como os nossos pais e os nossos filhos não serão como nós.

 

Com isto esclarecido, quero então falar do blog NGB e comparar as assombrações de Luis Filipe Vieira aos seus escribas. Não é minha intenção menorizar qualquer das opiniões ou autores que referirei, mas apenas, de forma individual e pessoal, formar uma opinião comparativa.

 

---

 

Fantasma do Benfica Futuro:

 

O Fantasma do Benfica Futuro é o plano que envolve o Seixal: um Benfica made-in-Benfica, capaz de se auto-sustentar de forma geral, que eventualmente consiga manter os seus jogadores por forma a lutar, até, por um título Europeu.

 

Fantasma do Benfica Presente:

 

O Fantasma do Benfica Presente é Rui Gomes da Silva e as suas opiniões e conselhos, interpretados de variadíssimas formas. Rui Gomes da Silva acredita no melhor dos dois mundos - o do Passado e o do Futuro - e situa-se, por isso, num Presente de meio-termo entre os bastidores do futebol, a tasca popular e a empresa profissional.

 

Fantasma do Benfica Passado:

 

O Fantasma do Benfica Passado é o Shadows e também o Redmoon, cada um na sua medida.

O Shadows é o idealista por excelência, fiel a uma cultura de Terceiro Anel que mobilizou o apoio às equipas do Benfica durante um período temporal passado.

O Redmoon é, como apelidado pelo seu colega Benfica by GB, um romântico, defendendo a noção de que a honra de jogar no Benfica deve ser a principal motivação dos jogadores.

 

---

 

Não sei se Luís Filipe Vieira lê o NGB ou não, mas é óbvio que alguém no Benfica o faz e lhe relata sumariamente o que por lá se escreve. No entanto, formam-se à sua volta, qual a Ebenezer Scrooge (personagem da tal obra de Charles Dickens), estas três assombrações que quererão ter peso na sua consciência. Que peso? Que influência?

 

Penso que Vieira quer de facto materializar a assombração do Futuro que ele próprio formulou. Mesmo para  quem considera que Vieira não é Benfiquista como afirma, não há nada que um mercador deseja mais que um grande negócio - que melhor negócio há no Benfica do que materializar essa visão que agora assombra o Futuro do clube?

 

Vejo também que no Presente só há um caminho a seguir pelos Benfiquistas: que é o de unirem-se à equipa, ao clube e até à empresa. Não porque concordem ou não com tudo o que se passa, se faz e se decide, mas porque as únicas ferramentas eficazes que os inimigos do ideal Benfiquista têm são os próprios Benfiquistas.

 

Considero por isso que o Passado não volta mais, por muito que a nostalgia nos bata (eu incluído). A realidade que compreendo em retrospectiva, pessoalmente, é que se a mentalidade do Terceiro Anel se tem mantido intacta durante a Presidência de Vieira como se manteve até esse ponto, hoje para além de não termos sido Tetra, não teríamos sequer condições para poder haver uma assombração de Futuro como a que Vieira formulou. Há que lembrar, numa auto-análise, que foi durante o tempo dessa cultura do Terceiro Anel que se permitiu que uma mafia se instalasse e tomasse conta das estruturas do futebol e se elegeu Damásio e Vale e Azevedo, que se maltratou equipas nossas e jogadores-símbolo.

 

Este nova incarnação do Benfica, impessoal e empresarial, pode não ser ao meu gosto, seguramente que não, mas é um corpo que garante de tal forma vitalidade para que nós, seu espírito e mística, habitem através dele para o Futuro, que os nossos inimigos desesperam de MEDO da nossa real FORÇA - e por isso mentem, conspiram e nos querem dividir. O que eles não entendem é que nós já somos e sempre fomos divididos - uns são ricos, outros pobres, uns antiquados, outros modernos, uns conservadores, outros liberais - mas somos unos no Amor a esse símbolo que jamais deixaremos cair.

 

Seremos nós que transportaremos aos ombros o nosso ideal Benfica rumo ao Penta.

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rematado às 11:53


"Vamos ganhar o campeonato, com certeza!"

por Ao Colinho do Isaías, em 03.01.18

Disse Krovinovic, há momentos.

 

Eu concordo: com tamanho Fogo Sagrado, reafirmo - "com certeza"!

 

De notar que ainda mantenho um silêncio geral, propositado, mas aproveito o derbi e o ano novo para deixar uma nota, para relembrar que a vitória do Benfica, perante tudo o que tem sido alvo (até o próprio videoárbitro neste jogo!), está acima de quaisquer preferências ou opiniões sobre pessoas, indivíduos ou decisões; umas com razão, outras, meras repetições da propaganda dos nossos inimigos, outras com agenda própria e não em prol do Benfica.

 

Se o ano do Tri foi importante para que percebêssemos quem de entre os nossos amigos que são Sportinguistas apoiou os esquemas e posturas de "vale-tudo" de alguém como Bruno de Carvalho (e por isso, não digno de amizade, digo eu), este ano do Penta será importante para distinguir de entre os Benfiquistas quem, apesar de opiniões sobre os seus, coloca o mais importante à frente das trafulhices e esquemas não só do Presidente do Sporting, como do seu mentor, Pinto da Costa. Os outros, esses ficarão à vista.

 

E o mais importante é, claro, a Luz: o BENFICA.

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rematado às 23:42




Ao Colinho do Isaías

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