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Quanto mais distantes ficam da salvação, mais os jogadores do Tondela entram em descrença. O grupo de jogadores não está ao nível da I Liga, é certo, mas com certeza que os verão produzir mais, logo que o veredicto esteja lançado e seja matematicamente impossível escapar à descida. Questões de arcaboiço emocional.
O nosso grande Petit, cuja saída extemporânea do Boavista é para mim ainda um mistério, veio agarrar um projecto sem pernas para andar ou, pelo menos, só podendo andar com pernas que não estas.
O Benfica não necessitou de se empenhar para vencer confortavelmente, pese os amarelos desnecessários de Jardel e Mitroglou (se bem que não me convenço que o do Grego não fosse propositado, pensando em "limpar" no Bessa). Jonas acrescentou mais dois à sua conta e só não será o melhor marcador este ano se for permitido ao Slimani passar a marcá-los com os cotovelos... e mesmo assim...
Mantivemos a liderança e ultrapassámos mais uma barreira. Juntos até ao fim, altura em que se farão as contas a esta interessante e completamente atípica época.
Leia uma análise mais factual à partida, por Eu visto de Vermelho e Branco, aqui.
NOTA: Quanto às insinuações de Inácio acerca de Júlio César, enfim... só espero que os assalariados ao serviço de Bruno de Carvalho se mantenham nessa toada "peixeira". É que mesmo que fosse verdade, acabaram por unir ainda mais, como as declarações de Jorge Jesus já o tinham feito em relação a Rui Vitória. Pelo "peixe" lhes morre a boca - já ninguém os levará a sério quando se tratar de algo mesmo sério e grave.
Tinha deixado escrito, no artigo anterior, que seria a pressão a decidir este campeonato. Bom, para já, foi sem dúvida a pressão que decidiu o Sporting - Benfica de sábado. Tendo a iniciativa de jogo, até forçada sobre os jogadores, parecia, a equipa do Sporting nunca foi clarividente o suficiente para poder afirmar que dominou o jogo e que foi "tiro ao boneco".
Longe disso.
A equipa do Benfica apresentou-se organizada, pragmática e concentrada. Cometeu poucos erros e num deles ia quase sofrendo o empate. Teve sorte? Pois claro que teve. No entanto, "A sorte dá muito trabalho", como se diz por aí hoje em dia. Muito trabalho, dedicação e humildade confiante.
Disse Jorge Jesus que o Rui Patrício não fez uma defesa. Tem razão, de facto: o toque subtil do enorme jogador Mitroglou teve tanta classe, que o pseudo novo Victor Damas (como se Rui Patrício chegasse sequer aos calcanhares do enorme rival de Eusébio) só se pôde sentar para melhor assistir à comemoração. Não fez uma defesa porque não há como defender o indefensável.
Disse Jorge Jesus também que o Benfica venceu sem saber como. Talvez a imprensa tenha, de novo e como sempre (por estar sempre contra o Sporting - assim o afirma quem diz que sabe), deturpado ou entendido mal as palavras do futuro treinador do Real Madrid (ou será FC Porto, afinal?). Provavelmente Jorge Jesus, resignado com a derrota e com a inabilidade da sua equipa em dominar o jogo em sua casa (como as estatísticas abaixo revelam) e frustrado com a inabilidade dos seus jogadores em lidar com a pressão que o seu próprio presidente colocou sobre os seus ombros, terá dito: «O Benfica ganhou. Sem saber, como.», ou seja, terá assumido a derrota e admitido que, sem dispor de "saber", tê-la-á comido ele mesmo. É bem possível que afinal essas declarações mal entendidas sejam afinal mais uma campanha da comunicação social contra o Sporting.
A realidade, contudo, é que neste momento o Sport Lisboa e Benfica está na luta, quando esteve arredado em finais do ano passado. Tudo devido à pressão de uns que muito falam (e que quiseram pontapear o seu rival quando este esteve caído no chão) e à ausência desta dos que foram dados como mortos (até por mim!). A realidade é que o clube de Alvalade, com a pressão de si próprio, treme como varas verdes.
Estou seguro que ainda não foi desta, contudo, que o Sporting Clube de Portugal aprendeu que a Glória não se obtém por decreto: CONQUISTA-SE!
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Nota 1: Penso que o Sporting deve punir Bryan Ruiz com severidade. Ter-se deixado subornar com um mero voucher para o Museu da Cerveja e um kit Eusébio é indigno. Só assim se explica ter falhado este golo cantado, certo? É que se houve um erro contra o Sporting, foi orquestrado pelo Benfica, decerto!
Nota 2: Ou então a astúcia e planeamento persecutório ao Sporting Clube de Portugal, perpetrado pelo Sport Lisboa e Benfica vai ao cúmulo, como este Benfiquista parece quer revelar:
Afinal, é certo que os adeptos leoninos já a viam "toda lá dentro" quando afinal ficou bem fora.
Uma exibição muito bem conseguida, empurrada por uma entrada "à Benfica", arrumando o adversário com dois golpes sucessivos, que possibilitaram a tranquilidade.
Alguns de vós conhecem a admiração que tenho pelas equipas preparadas por Lito Vidigal e o Arouca que se apresentou não foi excepção: teve vontade alcançar mais. Só que deparou-se com o melhor Benfica de Rui Vitória, aquele que progride no terreno em apoio e que reage com pressão apoiada quando perde a bola.
A jogar assim, não dás hipótese, Benfica!
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PS: Desvalorizo por completo o episódio Jonas / Mitroglou. O grego já tinha desperdiçado três golos cantados e o seu colega de ataque estava chateado com ele por não meter a bola na baliza e acabar com o jogo. Nada de mais, nenhum drama, nem qualquer toque de vedeta. Existe sim um atleta que renasceu no Benfica e que lhe quer dar o melhor que tem de si. Mitroglou é um grande jogador, que eu quero ver a definitivo no Benfica, mas só tem a aprender com o veterano Brasileiro.
PS 2: Não se pode no entanto desvalorizar ou ignorar o que se passou no topo Sul da Luz. Há que resolver o problema de vez, tendo em conta a espada que paira sobre a cabeça Benfiquista no que concerne ao comportamento dos seus adeptos que era, historicamente, exemplar até à década de 90.
Num jogo que se esperava complicadíssimo, eis que se tornou numa enorme vitória conquistada em Braga, fruto de um pequeno factor posicional no momento ofensivo, que faz toda a diferença, como é visível.
Baixar um dos avançados para ser assumidamente um "10", transformando o 4-4-2 num 4-2-3-1 (apenas no momento ofensivo, pois defensivamente a equipa mantém o 4-4-2 assumido, mas já lá vamos), oferece ao nosso jogo outra dinâmica, por possibilitar mais e mais fáceis linhas de passe interiores. Acabou, com esta mudança, o fosso enorme que se via no meio campo, que colocava a nossa equipa quase a jogar num absurdo 4-2-4. O jogo faz-se de trás para a frente!
Gaitán, que foi fazendo de "10" nesta partida, mas por vezes trocando com Pizzi, que jogou mais à direita, e Guedes, que esteve mais apagado à esquerda, teve sempre mais espaço desta forma e maior escolha no momento de decidir. Durante grande parte deste jogo, deixou de haver aquele "Benfiquinha" do cruzamento "à chouriço" para a área, a ver se cai alguma coisa no prato, e houve sim um bom Benfica, cheio de dinamismo ofensivo. O que faz um simples "detalhe" posicional!
E Mitroglou é absolutamente impressionante. Estando em condições físicas para jogar, deve ser titular indiscutível!
O posicionamento defensivo, no entanto, foi deficiente ainda, apesar de, com a confiança dos golos, se verificar uma outra dinâmica na pressão - em particular com a capacidade física de Sanches, que se tornou num titular indiscutível. O 4-4-2 a defender parece-me inadequado, sendo preferível o recuo do 10 para povoar o centro do meio campo quando não se tem a bola. Lisandro fez um belo golo, é forte no desarme, mas tem uma enorme dificuldade em manter a linha defensiva. Foi frequente encontrá-lo desalinhado: ora pela excessiva vontade de desarmar, ora por marcar apenas o homem, sem olhar ao posicionamento relativo aos seus companheiros da defesa. Não é fácil, mas acredito que com trabalho e confiança, possa chegar ao nível de Jardel.
Outra curiosidade muito positiva foi ter verificado que a equipa afinal sabe trocar a bola e pôr o adversário a correr atrás dela. Porque não o fez mais cedo? Bom, há mérito do Braga, que de facto quis muito virar o resultado, mas há algum demérito do Benfica, a nível do já referido posicionamento defensivo. Alguns detalhes na transição defensiva podiam ter dado um maior descanso à nossa equipa, mas com certeza que o Pinheiro do Eu Visto de Vermelho e Branco, dissecará isso que todos vimos de uma forma mais evidente e técnica.
O que se deseja é que este seja o jogo "zero" de um novo ciclo para Rui Vitória. Há que utilizar esta boa exibição de uma forma diferente do que se fez aquando da vitória em Madrid.
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Vencer o estreante Astana na primeira jornada da Champions, em casa, era o objectivo mínimo exigível ao Sport Lisboa e Benfica - e foi cumprido. Não foi uma exibição deslumbrante, mas não foi tão fraca como tenho lido por aí na blogosfera Gloriosa. Há muito ainda a melhorar, mas já muito foi melhorado também. Este adversário apresentou-se com a lição bem estudada e requereu uma mexida táctica que foi bem implementada ao intervalo por Rui Vitória.
A dinâmica ofensiva viu-se, a espaços, na primeira parte, mas, não concretizando o primeiro golo, o Benfica permitiu que o adversário adormecesse o jogo inteligentemente. Jonas não foi tão mortífero hoje como é costume (não pode ser sempre, infelizmente!) e isso foi intranquilizando a equipa.
Com a alteração na segunda parte, particularmente Samaris a descair evidentemente para a posição de lateral direito, tapando e encorajando as investidas de Nélson Semedo e permitindo que Gonçalo Guedes investisse mais em tabelas e jogo interior. Guedes não esteve a bom nível ainda, ao contrário do Nélson - sim revela inexperiência, mas também uma vontade enorme e uma capacidade de dar pulmão ao jogo fora-de-série: o melhor critério virá com o tempo, acredito.
Só que não foi só desse lado que ocorreu a diferença táctica para a segunda parte: Mitroglou passou a ter ordens para procurar mais os espaços na ala esquerda, libertando Gaitán para o jogo livre e criativo, contando com as subidas de Eliseu, para os apoios. Foi precisamente daí que nasceu o desbloqueio do jogo: tabela rápida com Mitroglou a transportar o defesa, abrindo a brecha para que Gaitán, na sua classe imensa, fizesse o resto. O um a zero, depois do susto que o Astana pregou logo no início da segunda parte, com uma bola ao poste perante a desconcentração de Jardel, trazia então a tranquilidade para partir para cima do adversário e matar o jogo.
Outra vez pelo lado esquerdo, contando com o apoio de Eliseu naquela ala, nasceu o segundo golo: lance de desequilíbrio puxando o lateral esquerdo do Astana, lançando Eliseu isolado que, tendo pelo menos duas escolhas (Jonas e Mitroglou), escolheu a mais visível e deixou o grego fazer o dois a zero.
Defensivamente não houve muito trabalho, mas notou-se ainda alguma fragilidade, pelo que há ainda muito a melhorar, mas o objectivo mínimo exigível para este primeiro jogo na Liga dos Campeões foi cumprido.
Quanto ao jogo jogado, continua a não estar tudo bem nem tudo mal, mas nota-se que há uma evolução sustentada e começa a perceber-se que Rui Vitória sabe, pelo menos, ler o jogo e emendar.
Uma coisa é certa: Gaitán é de outro mundo. Faz-me sentir como se tivessemos ali um Messi que ninguém mais conhece. Espero que seja possível, mesmo que improvável, mantê-lo até ao final da época, pelo menos!
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Não é por ter sido meia dúzia que agora passou a estar tudo bem, mas sem dúvida alguma que o Benfica que defrontou, na sexta-feira, o Belenenses, foi outro distinto e que ainda só tinha aparecido durante 15 minutunhos perante o Estoril.
O golo cedo ajudou, com certeza. A confiança de estar à frente libertou os jogadores para uma exibição magnífica. Parece-me também que os jogadores estão agora mais "disponíveis" fisicamente. Defensivamente não houve qualquer margem para que os azuis do Restelo pudessem espreitar a baliza de Júlio César.
O posicionamento e interajuda no processo defensivo foram quase perfeitos: Os laterais já fecham interiormente (Eliseu ainda é muitas vezes apanhado a defender por fora e parece não conseguir corrigir), Samaris foi uma rolha no meio campo, mantendo a defesa impermeável, Luisão voltou a ser comandante com o imediato Jardel a seu lado.
O processo ofensivo também já teve o jogo interior em sucessão rápida de passes que parte as defesas contrárias. Assim sim. O primeiro golo foi fruto de uma movimentação de Jonas "à Lima", que cruzou para Kostas "Tacuara" Mitrogolo finalizar como se fosse Paraguaio desde pequenino (se alguma vez foi pequeno!). Foi um cruzamento com critério, criando a movimentação o espaço entre os dois centrais que o Grego usou para facilmente ganhar o lance a Tonel. A partir daí, viu-se o rolo compressor. Rápidos na bola recuperada, intensos nos passes, no querer marcar mais, na gestão defensiva feita em ataque continuado. Os outros golos foram surgindo naturalmente, as falhas defensivas inevitáveis para quem é exposto a tamanha pressão.
A história desta partida conta-se pelos golos e pelas ocasiões que não entraram para o Benfica. O Belenenses não fez mais porque o Benfica não deixou. Jonas foi o goleador do costume, sempre frio e certinho na finalização, Gaitán deslumbrou e até Talisca voltou aos petardos.
Se isto foi fruto do trabalho de Rui Vitória, então, desta vez, conta com o meu aplauso imenso. Há que manter este caminho agora! Muito do que acusei, vi corrigido, mas um jogo não basta. No Benfica, só todos os jogos contam!
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O nosso Glorioso lá conseguiu, a custo, como tem sido sempre esta época, arrancar mais três pontinhos na Luz. Frente a uma equipa como o Moreirense, que luta pela manutenção, voltámos a mostrar muito pouco futebol. A equipa de Moreira de Cónegos fez pela vida e implementou o seu jogo, mas cabia ao Benfica a responsabilidade de pegar nas rédeas da partida.
A nossa equipa não jogou nada. Este tem de ser o primeiro comentário ao jogo jogado. Não há um pingo de coordenação, organização e interajuda, sejam elas defensivas ou ofensivas. Tudo é feito em esforço e demasiado entregue à capacidade criativa e à imprevisibilidade das unidades individuais. Acabámos por sofrer o primeiro golo num lance em que o Lisandro parecia um juvenil: largou a marcação do homem mais avançado do adversário, quando contava com o apoio de mais, pelo menos, três colegas contra outros dois, para, imagine-se, se virar para a bola! Quando o fez perdeu o avançado de vista e este ficou à vontade. Mais! Reparem nas imagens a colocação do resto dos colegas defensivos. Do lado contrário, caso o avançado Raphael quisesse cruzar ao segundo poste, aparecia isolado um outro jogador Moreirense! Inacreditável como vai tudo à bola e ninguém organiza!
Pronto, aos repelões e com dois avançados de área e um génio Jonas atrás deles, lá conseguimos fazer três golos e ainda compensar um golo irregular do adversário, em fora-de-jogo, só que isto não é nada! O único dos três golos que marcámos que é de facto originado por uma boa jogada, é o segundo, o do Samaris: boa capacidade do Mitroglou para suster a bola e um passe atrasado que rasga a organização defensiva contrária, sim Sr. No entando, os outros dois, sendo verdade que foram cruzamentos impecáveis do Gaitán, foram lances de "deixa mandar lá para dentro a ver se pega"... e lá pegou duas vezes, com duas excelente finalizações, de Jimenez e de Jonas, mas isto é demasiado ao acaso! Tinha sido um lance semelhante que abrira o marcador com o Estoril...
Eu sou paciente, no sentido de perceber que ideias novas não entram logo todas na equipa e que a preparação da pré-época foi desastrosa. No entanto, há que ver alguma coisa em campo e o que vejo, de momento, são onze jogadores e não uma equipa com o mínimo, o mínimo, de coordenação de qualquer espécie. Falta um plano, seja ele qual for.
Repito: Isto não é nada!
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O Estoril na Luz não foi, de todo, uma aldeia Gaulesa remetida à sua própria protecção. Foi sim, aproveitando a clara falta de confiança, a dúvida, que pairava sobre a psique encarnada, um conjunto de guerreiros da Gália atrevidos pelos poderes de uma qualquer poção mágica transmitida pelo seu ambicioso treinador, trespassando com facilidade as linhas defensivas da Legião Benfiquista, mas nunca ultrapassando o Imperador Júlio César. Foi ele que, defesa atrás de defesa, acabou por não só tornar possível, como exigir, de trás para a frente, que a confiança pudesse por fim descer sobre o Manto Sagrado e resolver a contenda.
A vitória acabaria por sorrir, por números até impensáveis para aquilo que a equipa estava a exibir: desconfiança, receio de errar, apatia.
Com a troca (talvez tardia) de Pizzi por Talisca e de Ola John por Victor Andrade, o Benfica ganhou dinâmica. Talisca voltou a ser (finalmente!) um transportador de bola e Victor Andrade trouxe muita vontade de abanar o jogo, de sacudir a defesa contrária.
E foram as defesas de Júlio César. E foram os cânticos por Eusébio. E foi Gaitán (romantismos à parte, o melhor em campo) que cruzou com precisão para Mitroglou poder afirmar que é reforço. Ele que já tinha marcado em fora-de-jogo (evidente) e que tinha já desperdiçado um golo feito a poucos metros da baliza, pôde agora associar o seu nome à Mística Benfiquista e perceber o que é uma explosão de alegria (que, no fundo, foi mais de alívio!) no seio da Família Gloriosa. Agora já sabe. Agora quererá mais.
Foi assim, com Eusébio a observar sorridente, que se deu a redenção dos Legionários, tão contestados pelas Américas, tão parcos por terras do Algarve.
O dardo do Grego (que nasceu no que fora outrora o reino de Alexandre, o Grande - a Macedónia), furou a resistência Estorilista e abriu o caminho para a exibição contundente, confiante, à bi-campeão! Talisca obrigou o defesa do Estoril a proteger o torso entre a mão e o joelho, tal a força do seu remate, providenciando a Jonas o primeiro golo da sua nova época na Luz, de penalty. Depois, Victor Andrade sacou um centro algo curvado demais - nada de mais para um Jonas confiante: um passito ou dois atrás, impulsão e vai buscar. Três a zero, num instante! Uma exibição de outra equipa, de uma Legião absolutamente diferente!
Só que o jogo não podia acabar sem o seu momento de poesia. Poesia justa (ou justiça poética, dirão alguns), pela medida da visão de Victor Andrade, do calcanhar de Gaitán, da movimentação de Nélson Semedo e do seu remate de pé esquerdo. O quarto golo demonstrara, por fim e para que dúvidas não restassem, que Jesus já não mora ali. Aquele fora o golo de Rui Vitória, o golo do exorcismo, o golo do sonho de inúmeros miúdos que tudo dão de si, dia após dia, para um dia chegar a pisar aquele relvado com o Manto Sagrado vestido. Foi o golo "daquilo que podia ter sido" com Bernardo Silva...
Missão cumprida, vitória alcançada, o Benfica onde deve estar. Muito suor; muita fortuna também, mas a sorte protege os audazes! Não ficou tudo resolvido, nem estava tudo destruído antes. Há muito trabalho pela frente, mas muita vontade, viu-se, de elevar o Benfica ao nível que merece.
Este foi o primeiro dia do resto da época da equipa de futebol do Sport Lisboa e Benfica.
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