Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Retirado de um blog Sportinguista:
http://tuvaisvencer.blogspot.pt/2017/10/rui-malheiro-destroi-rui-vitoria.html
É isto que querem afinal? A lagartagem toda contente e sorridente por prestarmos atenção a esta campanha?
Sim, venham dizer-me que têem dois olhos na cara para ver e que este "artigo" (tão oportuno no seu aparecimento, não foi?) não influencia a vossa opinião, quando leio o seu sumário repetido vezes sem conta em comentários e posts (como este num blog do Sporting)!
Todos temos o direito de gostar ou não gostar de Presidente, Estrutura, Treinador e Jogadores, mas nenhum de nós Benfiquistas quer, com certeza, ser a antena repetidora da lenga-lenga que interessa ao INIMIGO (pois são bem mais que meros adversários neste momento, afirmo-o com toda a racionalidade e convicção).
Parém de repetir estas tretas e acolham a mesma Equipa e o mesmo Treinador que vos levou ao Marquês, neste momento em que eles mais precisam!
Se tivermos de perder que o seja porque fomos à luta, todos juntos, e perdemos o jogo (porque se trata de um jogo, o futebol).
No entanto, para podermos vencer, temos de estar juntos e imunes à comunicação do INIMIGO. Ponto!
Não me oponho a opiniões. Oponho-me a repetições de ideias que são semeadas por quem nos quer ver derrotados!
Eles fazem isto porque têm MEDO DA NOSSA UNIÃO, medo do que somos capazes de alcançar, como já fomos, com esta mesma equipa e treinador! Se fossem superiores (tanto Sporting como Porto) e nós fracos, eles enalteciam-se comunicacionalmente e deixavam-nos no buraco, como que não contando, tal como aconteceu nos fins de 90's e inicíos de 2000's! Entendam o que se está a passar!
VIVA O BENFICA!
Acompanho, conforme o meu tempo me permite, o blogue Novo Geração Benfica, por ter como autores pessoas que são apaixonados Benfiquistas, com opiniões tão díspares quanto o alcance das asas bem abertas da Águia no símbolo do Glorioso.
Algo me aconteceu, pessoalmente (e que não revelarei aqui), há dois anos, com a conquista do Tri, que fez a minha postura perante o Benfica actual alterar-se. Como entendo, em primeira mão, a profundidade das preocupações de alguns dos Benfiquistas que escrevem nesse blogue (bem como noutros, diga-se), decido agora escrever algo breve sobre essa visão do Benfica e de como o clube é gerido actualmente, que tenho uns minutos antes da Supertaça de Futsal.
A questão é que não foi o Benfica que mudou desde os saudosos tempos do Eusébio, do Coluna e de toda aquela constelação Mística. Foi o mundo. Aliás, o mundo Português começou a mudar com atraso, só em 1974, quando noutros países essa mudança já se tinha feito sentir. Não estou a classificar essa mudança como "boa" ou "má", pois isso não é conversa para aqui chamada. O facto é que o mundo em si mudou drástica e repentinamente nos últimos 50 anos e para uma significativa fatia dos Benfiquistas essa mudança, em particular após a depressão dos 1990's e 2000's, não foi possível de assimilar devidamente. A posição de Portugal no mundo alterou da noite para o dia, a sua importância económica e estratégica também. A descolonização secou o principal viveiro de talento do Sport Lisboa e Benfica, tanto ou mais do que quando surgiram o Casa Pia Atlético Clube e o Clube de Futebol "Os Belenenses" nos anos 20. No entanto, só em 1979 é que o Benfica se começou a adaptar a uma realidade cada vez mais evidente: que o futebol iria deixar de ser um desporto e passaria a ser um negócio, tão competitivo e desleal como os outros negócios todos.
Hoje vive-se na época dos 200 e tal milhões do Neymar, com dinheiro do petróleo, precedente aberto pelo magnata Russo do Chelsea e, por isso, o peso do Benfica no mundo de futebol, ainda que mágico na capacidade que tem de chegar a todos os cantos do mundo, é muito inferior do que era há 50 anos.
Ao fim deste tempo todo, o Benfica vive agora uma nova página da sua História, imerso num mundo cada vez mais incivilizado, sediado num país cada vez mais desprovido do seu carácter, do seu amor-próprio e da sua força estratégica - num país cada vez mais ajoelhado às forças de um Império que, ao contrário de Roma, não se manifesta com estandartes nem com armas.
No futebol dentro do campo, o empate com o Rio Ave (que até nem foi nenhum resultado desastroso, porque o Rio Ave é, neste momento, o 4º clube do futebol Português a nível estrutural, na minha opinião) trouxe à tona as inseguranças todas que parte dos Benfiquistas tem sempre perto de si, como aquela fotografia do momento que queremos esquecer, mas que guardamos no álbum mais precioso. Passámos a ter que refazer o plantel de alto a baixo, porque temos de ganhar os jogos todos - comparando com um tempo em que os clubes periféricos mal tinham campo de treinos, quanto mais equipa para se bater com o profissionalismo que o Benfica já evidenciava nos 60's. Empatámos este e perderemos mais pontos noutros jogos. Os grandes já não jogam sozinhos. Mais a mais, o Benfica já não é visto como grande na UEFA, a par por exemplo, de um Chelsea, devido à sua posição. O Histórico serve os puros e os românticos, mas a UEFA e os parasitas que gravitam à volta do futebol não querem saber disso, apenas do poder.
Colocado num mundo assim, quem neste momento traçou um Sport Lisboa e Benfica com este tipo de gestão adaptou-se aos parasitas (mesmo que se opine que o faça por simpatia com eles) por forma a adaptar o clube ao que aqui está e ao que aí vem. Para isso, Rui Vitória é o homem certo - pela sua inteligência, postura, visão e capacidade de gestão pessoal - e, por consequência, também o é o mercador Luís Filipe Vieira.
Da mesma forma que o Sport Lisboa e Benfica teria ficado pelo caminho se a ideologia pura de Cosme Damião (um dos originais Benfiquistas) tivesse vencido a adaptativa de Ribeiro dos Reis, também o Benfica ideológico que nos deixa saudades lá atrás seria um farol apagado sem esta mudança no mundo material.
Afinal, o "Espírito" do Glorioso (esse sempre puro) necessita de um "Corpo" forte para residir e continuar a Iluminar-nos à transcendência que todos procuramos, em cada jogo, nos relvados pelo mundo fora onde saltitam as papoilas berrantes que nos apaixonam profundamente.
Pouco tempo esta semana para escrever aqui acerca da jornada, mas não quero deixar passar a oportunidade de congratular a equipa do Benfica por um verdadeiro e cheio show de bola no Sábado frente ao Belenenses.
TODA a equipa esteve incrível. Jonas, Pizzi, Filipe Augusto (nem se sentiu a falta de Fejsa), Salvio, Cervi (sempre um descanso este trabalhador incansável), Seferovic, Jardel (a cada jogo que passa, cada vez mais o jogador do Tri), Raúl (é sempre a partir com ele, não há bola perdida), Bruno Varela (cada vez mais seguro no seu lugar). Ainda deu para ver Rui Vitória lançar Martin Chrien, que demonstrou bons detalhes. Um verdadeiro espectáculo!
Agora, foco total no Rio Ave, deslocação sempre difícil para defrontar um dos poucos clubes em Portugal que têm realizado um esforço de base para crescer com sustentação no futebol Português.
Sem ter sido uma entrada tão intensa como na Supertaça (também porque o adversário não deixou), o Benfica mostrou os seus pergaminhos de Tetra-Campeão. Foi uma primeira parte em que, após ter marcado o inaugural por Seferovic (mas 3/4 de golo é do Jonas) e o 2-0 por Jonas, que aproveitou a oferta do central contrário para mostrar arte na concretização, podia perfeitamente ter se encontrado a golear a equipa Bracarense. Contudo, quem não marca arrisca-se a sofrer e o golo do Braga perto do intervalo (desconcentração e lentidão inaceitáveis de Jardel, atenuadas pela falta de ritmo nesta fase, e uma mancha pouco sólida de Varela - atira-te com o torso e os braços à bola, não com os pés, miúdo!) podia ter relançado o jogo. Um penalty que ficou por assinalar sobre Jardel mesmo ao cair do pano podia ter dado essa tranquilidade bem mais cedo. Aqui o video-árbitro não se manifestou.
Só que o Benfica nunca perdeu o seu foco. Entrou na segunda parte com a mesma determinação ofensiva que lhe fizera chegar ao 2-0 antes. Num lance de Cervi (que é um CRAQUE, um descanso para qualquer treinador, tão bem que ataca e defende, sem nunca desistir de um lance), Salvio empurrou e recolocou a vantagem de dois golos.
Surge depois o lance da polémica do lado do Braga. Seferovic parece, a olho nu, estar a colocar em jogo Ricardo Horta. À primeira, pareceu-me, também, que não estava fora-de-jogo. Precisei de, à vontade, dezenas de repetições para pausar no ângulo em que se vê Seferovic e Horta ao mesmo tempo no plano. Aí, nota-se que está, de facto, ligeiramente adiantado (mais ou menos tanto como o Hassan no golo bem anulado anterior). Honestamente, não sei se foi capacidade do fiscal de linha ou um golpe de vista que correu bem. A verdade é que o video-árbitro concordou com a decisão, por ter tido a oportunidade que eu tive: a de rever o lance de vários ângulos, várias vezes. Bem decidido, afinal, após as dúvidas iniciais.
O Benfica venceu bem, podia ter dilatado o marcador e acabou a controlar o adversário e a gerir o esforço (já pensando em Chaves). Cumprida a primeira etapa de um ciclo difícil.
NOTA: Não posso deixar de comentar aquela aziada conferência de imprensa do Abel, em que o seu lagartismo calimeriano veio todo à tona. Até posso aceitar que lhe tenham dito ou que ele tenha visto o lance polémico do fora-de-jogo de forma diferente. É um lance dos mais difíceis de analisar, particularmente porque o fiscal de linha está do lado do atacante. O que não posso deixar passar é aquela conversa dos orçamentos. Rui Vitória respondeu-lhe bem, referindo o Feirense que terminou próximo do Braga com um orçamento muito inferior e os anos em que teve de trabalhar com saldo negativo. Só que basta voltar a 2009/10 e perguntar qual a diferença de orçamento entre o Braga, que lutou até ao fim pelo título, e o Sporting ou o Porto dessa época. Mais a mais, aquele ressabiamento típico de neo-lagarto, a deixar, em ar de gozo, o desejo que o Benfica se dê mal na Champions, "porque lá é pequenino" (era isso que implicitava) demonstra bem o clube de onde vieste. Vai lá contabilizar, ó Abel, o número de meias-finais e finais das várias competições Europeias em que o Benfica participou. Vai lá ver quantas dessas aconteceram deixando pelo caminho equipas de orçamento muito superior? Eu já tinha escrito sobre o SC Braga aqui no blog e a sua intenção legítima de querer ser um dos grandes. Contudo, este é o tipo de caminho que os afastará de tal intento, por pretender chegar a grande sem antes se transcender. Olha, Abel, o Benfica na sua história, na fase de ascensão, com orçamento zero, sacou campeonatos ao Sporting que já pagava a jogadores.
Ficarão aqui na memória, estas tuas reflexões, ó Abel.
Actualização 10/AGO/2017, 11:50
Entretanto já me chegou que um site/blog afecto ao Sporting quer demonstrar e provar com a imagem abaixo que o golo do Braga não é obtido em fora-de-jogo:
Ridículo. Então e que tal, já que se deram ao trabalho de pôr as linhas, alinhá-las com o rabo do Seferovic, a sua parte do corpo mais atrasada que conta para efeitos de fora de jogo, ou com a cabeça/ombro do Horta, que é a mais adiantada que conta? Isso é que era, mas aí já não havia "prova".
Ri-dí-cu-los.
Continuo a dizer que este lance é muito difícil e que se fosse validado o golo não me chocava absolutamente nada. Já o penalty sobre o Jardel... é claro para todos.
Muitas dúvidas, algumas pertinentes, outras absurdas, se levantaram entre as hostes Benfiquistas devido aos resultados e exibições dos jogos de pré-época. Eu mantive-me em silêncio quanto a isso, por me aperceber que o que estava a ser feito nesses jogos era um reforço da condição física, para uns, e um teste à utilidade imediata, para outros. Sabia, mesmo antes de Rui Vitória o dizer na conferência de imprensa que antecedeu a Supertaça, que o Benfica se apresentaria competitivo no Sábado, o que não quer dizer que vencesse, pois uma final é uma final.
Pois bem, a entrada do Benfica desconjuntou um Guimarães aguerrido (como sempre) e desfez o plano de jogo que Pedro Martins tinha montado, que passava por uma contenção de resultado, procurando enervar o Benfica, para depois tentar dar uma machadada no adversário. Obrigados a reagir com o 1-0 de Jonas, o Benfica aproveitou vez após vez esse necessário adiantamento e marcou um apenas quando teve oportunidade para se aconchegar num confortável 4-0. Como não conseguiu finalizar, quando o Guimarães reduz, num lance entre o fortuito e a falha de André Almeida (Bruno Varela devia ter falado com o colega, mas tecnicamente a culpa não é dele), o jogo relança-se.
A segunda parte foi, tendo em conta a proximidade de jogos importantes, pautada por uma tentativa de gestão de jogo que não funcionou muito bem. Com a condição física a ressentir-se depois de intensa primeira parte, a equipa não conseguia manter a bola e ofereceu algumas oportunidades ao adversário que podia ter empatado, não fosse Varela e a inabilidade de Hurtado. A entrada de Raúl, contudo, mexeu logo com a partida e inverteu a pressão. Raphinha foi forçado ao erro, deu o ouro ao "bandido" Pizzi e este esperou até ao momento exacto e deu a Raúl, com a mesma classe com que tinha dado a Seferovic, metade do golo que este converteu primorosamente. Estava arrumada a questão.
Foram 40 minutos à Benfica aos quais poucos adversários em Portugal terão capacidade para resistir. Há que melhorar a finalização e, com melhor condição física mais à frente, gerir de outra forma a posse de bola sob pressão. Vem o Braga a seguir, rumo ao Penta.
NOTA: Neste momento, o onze é Jonas, Cervi, Pizzi, Fejsa, Luisão e mais seis!
Diante de um Vitória demasiado agressivo, não travado por uma arbitragem disciplinarmente passiva, o Benfica uniu-se, fez-se forte e conseguiu resolver uma final complicada em 5 minutos na segunda parte.
O jogo em si foi mais de luta que de espectáculo, mas o que queríamos concretizou-se. Juntámos mais uma dobradinha ao inédito Tetra e vamos de férias com a chama imensa bem acesa.
Parabéns a Rui Vitória por a acender, por nunca tremer diante do trabalho à sua frente, por nunca temer a derrocada quando a derrota nos visita. Fiel, dedicado, humilde. Coerente, sereno, competente.
Vamos de férias tranquilos, sabendo agora que na "Cadeira de Sonho" está um Sonhador com os pés bem assentes no chão.
Rumo ao 37! Rumo ao Penta!
Tais foram as lágrimas que ontem brotaram nos meus olhos, pela emoção da vitória sobre o Vitória de Guimarães, do futebol avassalador, da História, sim, mas sobretudo pelo entendimento profundo do que realmente foi alcançado. Nestes momentos, o Benfica dá-nos a oportunidade, a cada um de nós, de nos erguermos acima do lodo inerente à nossa existência. Os problemas mundanos extinguem-se, as preocupações tornam-se supérfluas, ocorre uma "pequena morte" que nos deixa saborear o êxtase da transcendência.
Só que o Benfica não venceu apenas, fez mais que isso. Abrasou uma vez mais, com a Luz intensa do seu íntimo sol, todos os vampiros conscientes e inconscientes, que desesperam por tapar a contínua manifestação do Fogo Sagrado, para subsistirem. Desligados da vida, eles invejam-nos por o Benfica nos ter escolhido, por nos imbuir com estas chamas que, ao contrário do que se diz, não criam um Inferno da Luz, mas sim que queimam um Inferno (o da mundana existência) com a Luz.
Este é, para mim, também, um momento de redenção. A coragem de um homem é mais facilmente vista pela forma como aceita os seus erros e assume e admira os seus melhores. Sofri de cegueira. Não reconheci Rui Vitória nem quando o vi, nem quando começou perdendo no nosso clube. Não tive a clarividência de perceber e só o milagre da conquista que ainda foi a tempo de conseguir na época passada me mostrou. Ainda assim, apesar de ter mudado o meu discurso aqui no blog, ainda me faltava assumir o erro.
A diferença individual entre Jorge Jesus e Rui Vitória, bem como o efeito que cada um tem nos que os rodeiam, é abissal. Fomos levados pela tentação da boçalidade nos momentos de vitória. Confundimos exigência com prepotência. A isto tudo, Rui Vitória reagiu com coerência, consistência e tranquilidade. Devolveu àqueles que seguem o Benfica um sentimento tão mais próximo da originalidade do próprio clube, tão genuíno, que se tinha perdido pelas eras mercantis, onde deixámos em lápides alguns dos últimos verdadeiros idealistas.
Só que o Benfica não existe fora do seu contexto. Se a era é mercantil, então o Benfica adapta-se. Se o nosso Símbolo é uma estaca cravada na escura Roma, qual um farol (por isso nos situamos na Luz), então si fueris Romae, Romano vivito more (em Roma faz como os Romanos). Se a era é mercantil, então quem melhor que um mercador astuto para liderar o clube e empresa? Luís Filipe Vieira, a quem reconheço variados defeitos que foi revelando ao longo destes 15 anos, tem o mérito de perceber "como ser Romano" antes dos outros. Deu ao Benfica as ferramentas próprias para se afirmar de novo neste novo mundo, tão distante dos tempos da fundação, como outros antes dele o fizeram. Adaptou o clube aos novos tempos. Mesmo que o tenha feito partindo de motivações egoístas, tornou-se num homem cujo Destino se revelou muito maior do que ele próprio.
«O mundo é para quem nasce para o conquistar
E não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão.»
- in Tabacaria, Álvaro de Campos (Fernando Pessoa)
Vieira encontrou, nestes dois anos, em Rui Vitória, o contraponto fundador, o idealista à imagem de figuras de proa do nosso clube no início e meio do século XX. O homem que soube acender um outro tipo de lume em nós todos, através da comunicação calma e respeitosa, mesmo nos momentos em que teve de se exaltar perante as circunstâncias. A fortuna que o acompanha, acompanha-nos agora, porque Rui Vitória fundiu-se tão naturalmente com o Benfica que, agora, parece que nasceram juntos. E não tenho quaisquer dúvidas que a sua Sorte, tão aliada às suas outras competências nos momentos mais cruciais, tem sido a força da sua "raça ardente e viva". Peço perdão, Rui Vitória. Grato pela alegria e inspiração, que vão bem além das vitórias conquistadas.
E agora, celebre-se mais um pouco. Somos TETRA, porra!
Daqui a duas semanas, já há mais um troféu para conquistar - sempre com o máximo respeito pelos adversários (humanos como nós), sem tomar absolutamente nada como garantido, com total humildade e uma ardente vontade de saborear de novo a transcendência.
É minha opinião que, no que concerne à suspensão de Rui Vitória, o nosso treinador não deve protestar a arbitragem num jogo em que a equipa perdeu por falhas próprias (mesmo que tenha também havido erro do árbitro), muito menos pondo-se a jeito de ser suspenso. Ponto prévio feito. Contudo, se é verdade o que vem escrito na a notícia d'A Bola, eu faço uma vénia ao Mister Vitória relativamente ao seu comportamento com Augusto Inácio.
«Não te cumprimento porque não sou hipócrita e tenho valores pessoais e profissionais de que não abdico. Ninguém esquece o que nos tentaste fazer no ano passado.»
Se o conteúdo do que lhe disse foi realmente o que vem relatado na notícia, ele representou o Benfiquismo naquele momento.
A equipa do Sport Lisboa e Benfica mereceu perder este jogo.
Uma partida, como nós bem sabemos, é disputada em 90 minutos, não 45. A exigência, particularmente na concentração e no foco no jogo, é ainda mais elevada quando se enverga o Símbolo e o Manto Sagrado.
Rui Vitória, que no geral costuma ter uma boa leitura do jogo e dos adversários, foi, desta vez, "comido de cebolada" pelo ódio que se lhe opôs, incorporado e personalizado por Augusto Inácio. Como ele próprio referiu no final, foram "camisolas vermelhas contra verdes e brancas" - com esta injecção de fuel, o ódio se reacende. Perder, especialmente assim, com tanta desorientação, foi entregar o ouro ao bandido.
Eu repito que a equipa do Benfica mereceu perder e que, por consequência (porque fez pela vida e bem), a equipa do Moreirense mereceu ganhar. O que me desgosta é ter sido com Inácio, que representa o ódio, personifica-o. É apenas mais um a fazê-lo, entre o presente e o passado. O Sport Lisboa e Benfica, como Símbolo, brilha mais intensamente que qualquer outro clube (pelo menos, em Portugal) e, por consequência, a sombra que essa Luz forma perante os outros é maior, fazendo parecer que o mais pequeno, mas menos brilhante, está à sua altura. Por isto, o Benfica não pode, nunca, perder-se. Não pode perder-se na sua equipa em campo e não pode perder-se em relação à direcção em que caminha.
O ódio, sombra causada pela intensa Luz do Glorioso, estará sempre presente, sempre à espreita. É no momento do jogo (que é sempre mais que apenas um jogo) que temos de mostrar a superioridade do nosso Símbolo, pois qualquer desleixo será aproveitado.
Contudo, este resultado poderá ter um efeito positivo. Rui Vitória, que é inteligente, não deverá voltar a arriscar nos seus onzes e seguramente que esta segunda parte será usada como exemplo doravante. Adicionalmente, com jogo na segunda-feira para a I Liga, os jogadores titulares estarão em brasa para rectificar a imagem que deixaram - e isso pode e deve ser psicologicamente usado pelo treinador. Apelo à humildade, concentração e dedicação de todos os envolvidos.
Resolvidas, aparentemente de vez, as questões que me impediam acesso à internet, regresso finalmente Ao Colinho do Isaías. Regresso aqui após dois meses em que o Benfica conseguiu manter-se em todas as provas e liderando o campeonato focado em si mesmo apenas. Orgulho.
A dúvida que ficara no grupo em relação ao jogo com o Boavista (com ou sem razão de queixa da arbitragem, temos equipa para não podermos desculpar-nos com isso) poderá ter sido eliminada com este jogo calmo e tranquilo, precisamente o que a equipa precisava neste momento, com a importância da qualificação para as meias-finais do Campeonato de Portugal .
A falta de rotinas em conjunto da linha defensiva que jogou ontem proporcionou dois golos ao Leixões, o que terá de merecer atenção e trabalho - contra uma equipa da I Liga, encaixar dois golos poderá ser bastante problemático.
Ainda assim, a equipa está bem, aliás, o plantel está bem. Rui Vitória (que errou no alinhamento diante do Boavista, claramente), revela-se inteligente ao entender, assumir (não tem de o fazer publicamente) e corrigir os seus erros. A equipa que apresentou ontem diante de um dos últimos classificados da II Liga, após aquele 3-3, enviou uma mensagem clara e tranquilizou os jogadores. O resto, foi o talento a fazer golo.
Zivkovic é cada vez mais o titular que precisamos na ala direita. Seguramente que haverá inteligência também de Rui Vitória na forma como irá fazer essa transição, de modo a que o plantel se mantenha unido e todos os jogadores se sintam importantes.
Força Benfica!
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.