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Mantenho o silêncio quanto aos jogos da equipa, por respeito e crença absolutos.
Já aqui defendi a minha opinião e mantenho-a: não mudo uma vírgula.
É com este treinador, Rui Vitória, que manteremos o sucesso.
Estou orgulhoso dele e da equipa, mesmo sabendo que alguns elementos estão em sub-rendimento.
Peças que possam melhorar esta equipa estão já na equipa B.
Ponto.
O Shadows afirma que o Rui Vitória perdeu a massa associativa.
Bom, eu sou sócio e estou com ele em absoluta confiança.
Não sou muito gordo, não tenho muita "massa", mas faço parte da parte "associativa".
Até ao golo (que foi um lance entre o azar e a inexperiência daquele que é o grande sucessor de Preudhomme, o Svilar), o United foi zero. Bolas longas e consistência defensiva, nada mais.
Mas este United de Mourinho foi zero porque esteve atado por um Benfica, pleno de juventude, muito bem montado tactica e estrategicamente por Jorge Jesus - ah, perdão, por Rui Vitória, é verdade, enganei-me. Os elementos que entraram na equipa corresponderam (Douglas precisa de mais trabalho defensivo) e a equipa esteve sólida e foi a única a criar perigo, contra uma defesa que quase não sofre golos.
Não foi um bom resultado, claro que não, mas foi uma resposta à altura de um plantel que disse presente, frente a uma grande equipa, contra a qual fizeram um grande jogo.
Uma nota minha para o Shadows e o seu post que inclui um comentário quanto ao que Graeme Souness disse em tempos:
Os Benfiquistas de outra época não pensavam ter o direito de vencer por mérito divino! Eles sabiam que o Benfica, o Glorioso, é especial, mas davam tudo (reafirmo TUDO) para vencer, para apoiar, para respeitar, para ser digno, para erguer o Símbolo. A construção do Estádio da Luz, o primeiro, é verdadeiramente exemplo dessa dedicação.
Os Benfiquistas de hoje sim, no geral pensam que têm o decreto divino de vencer, muitas vezes sem noção da realidade à sua volta, muitas vezes sem respeito por si mesmos e pelos seus, muitas vezes, até, insultuosos e impacientes (tal e qual um miúdo mimado que mora aqui no prédio). É fruto do mundo actual.
Atenção que não me refiro a ninguém em particular, mas se a carapuça servir a alguém... que se acuse. Os que se acusarem, vá, insultem-me então, como tão bem sabem fazer. Insultar mais um ou menos um dos nossos não vos deve custar nada. Quanto a mim, tenho estado em silêncio de respeito aqui no blog, mas estou farto de ler lenga-lenga e insultos de supostos Benfiquistas dirigidos a outros.
Eu reafirmo:
ESTOU COM ESTA EQUIPA E ESTE TREINADOR ATÉ AO FIM.
ESTOU COM O GLORIOSO SPORT LISBOA E BENFICA ATÉ AO FIM.
Retirado de um blog Sportinguista:
http://tuvaisvencer.blogspot.pt/2017/10/rui-malheiro-destroi-rui-vitoria.html
É isto que querem afinal? A lagartagem toda contente e sorridente por prestarmos atenção a esta campanha?
Sim, venham dizer-me que têem dois olhos na cara para ver e que este "artigo" (tão oportuno no seu aparecimento, não foi?) não influencia a vossa opinião, quando leio o seu sumário repetido vezes sem conta em comentários e posts (como este num blog do Sporting)!
Todos temos o direito de gostar ou não gostar de Presidente, Estrutura, Treinador e Jogadores, mas nenhum de nós Benfiquistas quer, com certeza, ser a antena repetidora da lenga-lenga que interessa ao INIMIGO (pois são bem mais que meros adversários neste momento, afirmo-o com toda a racionalidade e convicção).
Parém de repetir estas tretas e acolham a mesma Equipa e o mesmo Treinador que vos levou ao Marquês, neste momento em que eles mais precisam!
Se tivermos de perder que o seja porque fomos à luta, todos juntos, e perdemos o jogo (porque se trata de um jogo, o futebol).
No entanto, para podermos vencer, temos de estar juntos e imunes à comunicação do INIMIGO. Ponto!
Não me oponho a opiniões. Oponho-me a repetições de ideias que são semeadas por quem nos quer ver derrotados!
Eles fazem isto porque têm MEDO DA NOSSA UNIÃO, medo do que somos capazes de alcançar, como já fomos, com esta mesma equipa e treinador! Se fossem superiores (tanto Sporting como Porto) e nós fracos, eles enalteciam-se comunicacionalmente e deixavam-nos no buraco, como que não contando, tal como aconteceu nos fins de 90's e inicíos de 2000's! Entendam o que se está a passar!
VIVA O BENFICA!
Desilusão
É este o sentimento que se apoderou de mim nos últimos dias. Podem pensar que é da equipa, do treinador, dos dirigentes ou de qualquer outra pessoa que trabalha no Benfica. Mas não. Estou desiludido com os Benfiquistas nos quais me incluo. Estou desiludido pela facilidade com que 2 directores de comunicação conseguiram pôr em prática um plano tão simples.
Em termos de arbitragem fizeram o que costumam fazer. Gritaram que o Benfica era o grande beneficiado. Todos os jogos nas primeiras jornadas encontraram erros a favorecer o Benfica. Nessas semanas nunca se falou dos grandes jogos que o Benfica fez. Na Supertaça foi o primeiro golo que era precedido de uma falta. Na primeira jornada foi um golo anulado ao Braga. Na terceira jornada foi o Eliseu. Do futebol que estávamos a praticar nunca se falou.
Mas o plano não se ficou por aqui. Desde o final da época passada começou a haver uma quantidade de comentários anónimos em fóruns e blogues Benfiquistas sempre com o mesmo discurso. As vendas, o passivo que não desce (mesmo sem o relatório de contas ter saído), a defesa, o número 8, o guarda-redes, o Mitroglou, etc, etc.
Eu digo que até achei patética essa estratégia, mas eis que de repente, após 4 jogos em que praticamos um grande futebol, empatamos um jogo em Vila do Conde. Bastou isso. Um empate para todo aquele burburinho criado com antecedência dar frutos, e tudo e todos serem postos em causa. Desde aí a equipa joga sobre brasas. No jogo seguinte com o Portimonense a equipa já era assobiada no seu próprio estádio e a partir daí foi uma bola de neve.
E depois olhamos para os planteis e eu penso. Mas somos mesmo pior que os outros? Um frango do Varela é pior do que um do Casillas? André Almeida é pior que Piccini? Porque é que se fazem contagens dos jogos em que Grimaldo ficou de fora desde que está no Benfica (mesmo a primeira meia época em que ficou de fora por opção) e não se contam os de Coentrão no mesmo período? Por que é que a idade do Luisão incomoda e a de Mathieu não? Ter Fejsa, Samaris e Filipe Augusto não é melhor do que Danilo e mais ninguém ou William e mais ninguém? Pizzi é pior que Battaglia ou Oliver? E se nenhum destes 3 poder jogar, Porto e Sporting têm alternativas mais válidas do que o Benfica para os substituir? Ter 4 ou 5 extremos de qualidade é pior do que ter 2 de qualidade e não ter ninguém para os substituir como acontece com o Porto e Sporting? Ou ter 4 avançados de qualidade é pior do que ter apenas 2/3 como os outros?
Mas mesmo para os que não pensam como eu tenho uma novidade. Até 1 de Janeiro o mercado não volta a abrir e são estes que temos de segurar. São estes que não podemos deixar cair.
Quem está a ser fraco no meio disto tudo não são os jogadores, treinadores ou dirigentes. Quem está a ser fraco e comido de cebolada somos nós que não paramos de aumentar o ruído em torno da equipa. Somos nós que estamos a fazer de uma equipa vencedora, uma equipa que duvida de si própria, enquanto outros sem títulos nos últimos anos jogam tranquilos e sem qualquer pressão.
Eles não vão ganhar sempre, bem pelo contrário. Os problemas mais cedo ou mais tarde vão aparecer. Nós temos é que estar em posição de aproveitarmos esses momentos maus que eles vão ter. Mas para isso temos de voltar a ser Benfica. E para voltarmos a ser Benfica temos de olhar para o nosso símbolo, ler o lema que lá está inscrito e colocá-lo em prática.
E PLURIBUS UNUM
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Acrescento de minha lavra:
Ontem que percepção transpareceu do jogo da equipa?
Entrou a marcar, num terreno impraticável. Enfrentou um Marítimo organizado, mas incapaz de suster o jogo do Benfica (mesmo sem ser avassalador), contando com um guarda-redes em grande nível que impediu o segundo golo em diversas ocasiões, junto com alguma sorte dos seus defesas. Esta foi a equipa até pouco antes de sofrer o empate. Depois, depois sim, caíram-lhe novamente os fantasmas em cima, concordo, mas até ao empate? Bastava que uma das bolas que Charles defendeu, ou que bateram num defesa, tivesse entrado. Quantos jogos assim já ganhámos a partir das bancadas?
Honestamente, não jogámos nem melhor nem pior que em Chaves e aí ganhámos e estávamos todos com a equipa. No ano do Tri, ganhámos no Bessa jogando bem pior que neste ano. Foi uma festa - "os campeões fazem-se de jogos assim", dizia-se na altura.
Não estou a dizer que não podemos nem devemos ter opiniões. Estou a dizer que mesmo sabendo que, por exemplo, um filho ou amigo nosso está com problemas na missão que tem em mãos, a última coisa que se pode fazer é deixar afundar. Podemos aconselhar, até passar raspanetes, mas isso tudo fora do olho público. Entendam, de uma vez por todas que a internet, o Facebook, os blogues, os comentários nos sites dos jornais, são espaço público - e mais: público e anónimo. No café ainda se sabe quem disse o quê.
A percepção dos Benfiquistas no geral em relação à equipa está definitivamente negativa, reforçada que foi pela desorientação com o Portimonense, pelo resultado do Bessa e pela vergonha em Basileia. Contudo, na minha opinião, a mesma foi influenciada de fora, daí concordar com este comentário que coloquei em destaque aqui.
Então quando li um post, no mesmo blog de onde veio este comentário, a demonstrar grandes saudades de Jorge Jesus porque conseguia "esmagar os adversários" e encher estádios com futebol espéctaculo, tive a certeza de que há forças externas a aproveitar-se da emotividade Benfiquista. Jorge Jesus ganhou tanto quanto perdeu em seis anos. Até de um Hapoel de Tel-Aviv levámos 3-0, sem serem mais porque o adversário não tinha mais para dar. Rui Vitória, por sua vez, em dois ganhou bem mais do que perdeu. Só que as pessoas teimam, inadvertidamente, a confundir calma e carácter com fraqueza, enquanto associam manha e arrogância a competência - este foi o legado comunicacional de Mourinho, que Jesus aproveitou para elevar a sua personalidade, só que Mourinho é muito melhor que Jesus, tal como Rui Vitória o é. O Tri e o Tetra, com os problemas pelos quais os planteis passaram, tinham ardido com Jesus (como aliás arderam para o Sporting e com um salário absurdo).
Ainda ontem vimos um Sporting a jogar em casa, amedrontado e sem conseguir sair para o ataque durante os noventa minutos, por um Porto cuja única arma é a velocidade e força física de Aboubakar e de Marega (veremos quando houver lesões ou impedimentos).
A equipa do Benfica está a jogar ao nível que nos habituou no passado recente? Não. Só que daí a fazer-se este apedrejamento público de alto a baixo, a partir de um empate fora, é inteiramente inapropriado.
A época foi mal planeada? O presidente vende jogadores a mais? O treinador insiste nos jogadores em que crê e que sabe que são muito mais que estes últimos jogos? Isso é conversa que podemos ter, com certeza, mas sem esta berraria de fim-de-mundo, pois com isto só estamos a moralizar um Porto que quer dar aparência de forte mas que para além de estar com a faca na gargante, conta com um desmancha-balneários que só deixou cacos em Coimbra, Braga, Guimarães e até Nantes. Estamos a dar força ao balneário e à liderança deste arruaceiro que agora até só fala do Benfica para dizer que "a crise está à vista" - isto é conversa para os dele, não para nós! Ele até já diz que vai ser campeão! Não percebem a ligação das coisas?
Houve eleições recentemente, não houve? Apareceu oposição a Vieira? Não. Então ao fim de quatro ou cinco jogos maus depois do Tetra, querem substituí-lo por quem? Eu reafirmo que não gosto de Luís Filipe Vieira pessoalmente, não gosto do tipo de pessoa, não gosto do tipo de gestão (mas entendo o resultado e o rumo, não gosto do método), não gosto da forma como se pavoneia à custa do Benfica, mas quem queriam agora, neste preciso momento, ao fim destes anos todos, que o substituísse? Que aparecesse um salvador, de repente, saído de um bolso qualquer, que visse, com uma revolução estilhaçar o resto dos ânimos? Então o ano passado foi enaltecido como Presidente sem concorrência, com grande votação, e agora já é para queimar?
Haverá tempo e espaço próprio para debater e até encontrar alternativas, se for o caso, tanto para Presidente como para Treinador, como para Jogadores.
Mas agora, vamos lá ter calma e focarmo-nos no importante.
São bons ou maus jogadores, são bons ou maus treinadores, tudo isso debatível e discutível, mas são do Sport Lisboa e Benfica e envergam o manto sagrado.
Depois fazem-se as contas e pedem-se responsabilidades (ou atribuem-se louros), mas neste momento não há dragarto que me faça virar contra a minha Luz. Mantê-la-ei acesa contra o vendaval que querem montar à nossa volta e demonstrarei, mesmo discordando, lealdade para quem representa, trabalha e já elevou o símbolo do Glorioso a conquistas tão importantes e celebradas.
PluribusUnum7: Palavras Sábias, Grato!
Estou de luto, pois pareceu-me a certa altura que Vigo ficava afinal na Suiça, mas luto contra qualquer tipo de sentimento de desistência.
Estes mesmos jogadores já mostraram muito mais... e voltaram a fazê-lo, pois a seguir ao fundo só lhes resta subir, com HUMILDADE.
Cada jogo, cada lance, cada passo, terá sempre de ser encarado como decisivo.
Luto, e exijo que lutem comigo. Connosco.
Longe de mim vir defender as quatro exibições mais recentes do Benfica. Foram muito abaixo do requerido e os resultados, ainda por cima, não surgiram em três dessas ocasiões.
Contudo, e tendo sido eu quem escreveu isto há dois anos atrás (para entretanto ter mudado de opinião em relação a tal intransigência, mas isso é pessoal), não posso deixar de sentir, neste momento, que há algo de externo à exigência natural Benfiquista nesta súbita onda de apupos e assobios. Apupos e assobios, note-se, aos mesmos jogadores que, após terem conquistado a Supertaça com conforto tal qual venceram o Braga na primeira jornada, após terem vencido em Chaves num jogo em que foram sempre superiores e terem goleado o Belenenses sem apelo aqui na Luz, passaram a ser, afinal, jogadores que não servem.
Há dois problemas para Rui Vitória resolver a nível de entrosamento táctico da equipa:
- o primeiro é quem substitui (ou melhor como substituir) Fejsa para soltar o médio criativo (por norma Pizzi)
- o segundo é envolver também os alas (do lado contrário a onde ocorre a jogada) no jogo de área, particularmente devido à mobilidade de Jonas e Seferovic (que fazem uma excelente dupla)
Depois há a escolha do 11. Só que tudo isso é algo que se passa internamente e assim deve ser.
Agora, enquanto aguardamos que a equipa regresse na plenitude daquilo que já a vimos fazer, não deixo de sentir que a contestação destas últimas duas semanas vem de fora para dentro. Não sou cego, também tenho a minha exigência Benfiquista e não condeno ninguém por contestar. Contudo, temos de fazer um exercício de auto-observação e verificar o que nos tem motivado a tal atitude.
É óbvio: estamos nervosos porque é ano de possível Penta e vemos os rivais a atacarem-nos vilmente enquanto amealham pontos. Contudo, da mesma forma que um jogador tem de engolir o seu nervosismo ao marcar um penalty decisivo, nós, adeptos, devemos ter esse controlo emocional para que possamos empurrar esta equipa para mais uma página Histórica.
Como qualquer outra, esta é a minha opinião. Calma, caros Benfiquistas, sócios e adeptos, muita calma, e controlo emocional. Tem sido uma viagem que nos testa a todos.
Não daremos a quem nos odeia uma vitória de Assobio Dourado.
Triste mas sem exageros que seriam naturais, prefiro não escrever acerca do jogo do Bessa, onde assisti a excelentes 20/30 minutos da nossa equipa, para depois se desmontar física e mentalmente. Só que há que trabalhar mais e parece que não há preparação física para isso neste momento.
Prefiro, assim, deixar aqui um curto pensamento, uma sugestão.
Heriberto, Willock e Alex Pinto são parte da solução para esta época.
Nesta equipa do Benfica, que já tinha demonstrado muito mais neste início de época, instalou-se repentina desconfiança, em parte motivada por uma clara diminuição de forma física. Não vou discutir se deve revolucionar-se o onze inicial, nem tão pouco irei agora colocar em causa os jogadores e o treinador, pois acredito neles (não são afirmações vãs). Essa reflexão, embora um exercício perfeitamente válido como adepto, em nada contribuirá para o que se passa no âmago do grupo.
Os lobos, agora em alcateia, estão sempre à porta, à espreita, e aproveitarão qualquer nesga que lhes dermos, mesmo entre adeptos. Não podemos abrir brechas.
Deixo, por isso, um excerto clássico que espelha o que realmente a equipa precisa e o que o treinador deverá conseguir tornar claro no grupo:
Deve-se pedir em oração que a mente seja sã num corpo são.
Peça uma alma corajosa que careça do temor da morte,
que ponha a longevidade em último lugar entre as bênçãos da natureza,
que suporte qualquer tipo de labores,
desconheça a ira, nada cobice e creia mais
nos labores selvagens de Hércules do que
nas satisfações, nos banquetes e camas de plumas de um rei oriental.
Revelarei aquilo que podes dar a ti próprio;
Certamente, o único caminho de uma vida tranquila passa pela virtude.
- Décimo Júnio Juvenal, em Sátira X
Penso que esta Sátira do poeta Romano Juvenal, sobejamente conhecida aliás, contem toda a mensagem que a equipa de futebol do Glorioso precisa neste momento, de forma a inverter o momento que vive.
Ainda estou com o coração nas mãos.
Alerta Vermelho para uma equipa Tetra-Campeã do Sport Lisboa e Benfica, que não pode se deixar levar emocionalmente por uma equipa bem organizada como a do Portimonense. Não pode haver outra exibição assim esta época, muito menos na Luz.
Faltou inspiração, atitude e calma. Existiu Estrela.
Grato Quarto Anel pelos Três Pontos.
Acompanho, conforme o meu tempo me permite, o blogue Novo Geração Benfica, por ter como autores pessoas que são apaixonados Benfiquistas, com opiniões tão díspares quanto o alcance das asas bem abertas da Águia no símbolo do Glorioso.
Algo me aconteceu, pessoalmente (e que não revelarei aqui), há dois anos, com a conquista do Tri, que fez a minha postura perante o Benfica actual alterar-se. Como entendo, em primeira mão, a profundidade das preocupações de alguns dos Benfiquistas que escrevem nesse blogue (bem como noutros, diga-se), decido agora escrever algo breve sobre essa visão do Benfica e de como o clube é gerido actualmente, que tenho uns minutos antes da Supertaça de Futsal.
A questão é que não foi o Benfica que mudou desde os saudosos tempos do Eusébio, do Coluna e de toda aquela constelação Mística. Foi o mundo. Aliás, o mundo Português começou a mudar com atraso, só em 1974, quando noutros países essa mudança já se tinha feito sentir. Não estou a classificar essa mudança como "boa" ou "má", pois isso não é conversa para aqui chamada. O facto é que o mundo em si mudou drástica e repentinamente nos últimos 50 anos e para uma significativa fatia dos Benfiquistas essa mudança, em particular após a depressão dos 1990's e 2000's, não foi possível de assimilar devidamente. A posição de Portugal no mundo alterou da noite para o dia, a sua importância económica e estratégica também. A descolonização secou o principal viveiro de talento do Sport Lisboa e Benfica, tanto ou mais do que quando surgiram o Casa Pia Atlético Clube e o Clube de Futebol "Os Belenenses" nos anos 20. No entanto, só em 1979 é que o Benfica se começou a adaptar a uma realidade cada vez mais evidente: que o futebol iria deixar de ser um desporto e passaria a ser um negócio, tão competitivo e desleal como os outros negócios todos.
Hoje vive-se na época dos 200 e tal milhões do Neymar, com dinheiro do petróleo, precedente aberto pelo magnata Russo do Chelsea e, por isso, o peso do Benfica no mundo de futebol, ainda que mágico na capacidade que tem de chegar a todos os cantos do mundo, é muito inferior do que era há 50 anos.
Ao fim deste tempo todo, o Benfica vive agora uma nova página da sua História, imerso num mundo cada vez mais incivilizado, sediado num país cada vez mais desprovido do seu carácter, do seu amor-próprio e da sua força estratégica - num país cada vez mais ajoelhado às forças de um Império que, ao contrário de Roma, não se manifesta com estandartes nem com armas.
No futebol dentro do campo, o empate com o Rio Ave (que até nem foi nenhum resultado desastroso, porque o Rio Ave é, neste momento, o 4º clube do futebol Português a nível estrutural, na minha opinião) trouxe à tona as inseguranças todas que parte dos Benfiquistas tem sempre perto de si, como aquela fotografia do momento que queremos esquecer, mas que guardamos no álbum mais precioso. Passámos a ter que refazer o plantel de alto a baixo, porque temos de ganhar os jogos todos - comparando com um tempo em que os clubes periféricos mal tinham campo de treinos, quanto mais equipa para se bater com o profissionalismo que o Benfica já evidenciava nos 60's. Empatámos este e perderemos mais pontos noutros jogos. Os grandes já não jogam sozinhos. Mais a mais, o Benfica já não é visto como grande na UEFA, a par por exemplo, de um Chelsea, devido à sua posição. O Histórico serve os puros e os românticos, mas a UEFA e os parasitas que gravitam à volta do futebol não querem saber disso, apenas do poder.
Colocado num mundo assim, quem neste momento traçou um Sport Lisboa e Benfica com este tipo de gestão adaptou-se aos parasitas (mesmo que se opine que o faça por simpatia com eles) por forma a adaptar o clube ao que aqui está e ao que aí vem. Para isso, Rui Vitória é o homem certo - pela sua inteligência, postura, visão e capacidade de gestão pessoal - e, por consequência, também o é o mercador Luís Filipe Vieira.
Da mesma forma que o Sport Lisboa e Benfica teria ficado pelo caminho se a ideologia pura de Cosme Damião (um dos originais Benfiquistas) tivesse vencido a adaptativa de Ribeiro dos Reis, também o Benfica ideológico que nos deixa saudades lá atrás seria um farol apagado sem esta mudança no mundo material.
Afinal, o "Espírito" do Glorioso (esse sempre puro) necessita de um "Corpo" forte para residir e continuar a Iluminar-nos à transcendência que todos procuramos, em cada jogo, nos relvados pelo mundo fora onde saltitam as papoilas berrantes que nos apaixonam profundamente.
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