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A simples tabelinha

por Ao Colinho do Isaías, em 22.10.15

O Benfica podia e devia ter vencido o Galatasaray em Istambul, ponto. Antes do jogo, um empate teria sido dado como um bom resultado, mas depois do que se viu (particularmente em relação à postura defensiva da equipa turca), a equipa do Glorioso podia ter vencido com facilidade, mesmo depois de sofrer aqueles dois patéticos golos.

 

Com a felicidade de fazer o mais difícil cedinho, com a matreirice audaz de Jonas e a capacidade técnica de Gaitán a fabricarem o primeiro golo, o Benfica permitiu que a equipa turca desse a volta. No entanto, o problema nem foi os golos alcançados pela equipa turca, em duas falhas inacreditáveis neste patamar competitivo (Almeida sabe que não pode cair à bola com o braço levantado e Eliseu parecia que estava a preparar-se para correr no sentido inverso do posicionamento de Podolski). O problema residiu na incapacidade da equipa Benfiquista de jogar simples.

 

Os jogadores do Galatasaray iam sempre "à queima", sempre! O que fazia o portador da bola grande parte das vezes? Virava-se de costas para proteger a bola e passava para trás. Isso é válido quando se está a ganhar, para obrigar o adversário a ter de investir e correr mais, mas quando se está em desvantagem, o antídoto para essa postura defensiva é jogar simples e apoiado. É fazer a simples tabelinha. Não, ontem não seria a correria de Guedes ou a técnica de Gaitán nas alas a inventar o espaço, seria a tabelinha em espaços interiores. De cada vez que lhes aparecia um jogador do Benfica com a bola, os defesas e médios centro do Galatasaray saíam logo ao jogador para pressionar, deixando um imenso espaço atrás de si. Eles facilmente perdiam a formação defensiva, descompensavam-se. Bastaria que, do lado esquerdo ou direito do portador, aparecesse um jogador a oferecer a tabela rápida, para que, na devolução, o que fora portador original da bola desse por si em espaço aberto atrás do adversário que o pressionara. Mais simples não há.

 

Li alguns posts em blogs benfiquistas que apontam uma exibição mais bem conseguida na segunda parte e que foi azar a bola não entrar. Bom, isto é só parcialmente verdade. Houve de facto azar num ou outro lance e podia ter-se chegado pelo menos ao empate, mas não concordo que se tenha jogado bem na segunda parte. Fez-me lembrar Moreirense ou Arouca, ou seja, muita parra mas pouca uva. Num jogo destes, com um adversário que tem uma noção de organização defensiva inferior a um Moreirense ou Arouca (o Astana na Luz defendeu melhor e recorde-se como foi o primeiro golo desse jogo), bastava jogar simples, apoiado e rápido:


Nada que os jogadores do Benfica não saibam fazer (e que tentaram até uma ou duas vezes neste jogo, criando perigo), portanto neste aspecto foi responsabilidade de Rui Vitória. Mais do que o esquema táctico ou as substituições, foi na ausência da simples tabelinha que o Benfica foi ineficaz no ataque a partir do empate.

 

Há que rever este jogo internamente e perceber que daqui a quinze dias podemos goleá-los na Luz.

 

 Leia uma análise mais factual à partida, por Eu visto de Vermelho e Branco, aqui.

 

NOTA: Uma vénia à equipa de Hóquei do Glorioso, que bateu o Sporting por 9-0! Um exemplo da resposta correcta: depois de serem alvos de conversa para gerar controvérsia, só se retorque em campo, neste caso, no pavilhão. Parabéns!

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rematado às 09:37




2 comentários

De BENFICA365 a 22.10.2015 às 10:31

Caro Isaías
Foi realmente tudo isso. Como se diz no linguajar futebolístico " TAVA FÁCIL" perante a anarquia defensiva turca.
Foi mal perdido o jogo.
No lance do penalti, não me atiro para cima da abordagem infantil ao lance do AA.
O lance foi só o seguimento de MAIS UM um péssimo posicionamento do Sílvio. Num espaço de 5M Sílvio foi ultrapassado facilmente 3 vezes da mesma maneira.

Quando cheguei ao lar doce lar, e liguei a BTV já estava 6-0. Mas ainda deu tempo para entrar na festa. Assim nem tudo foi mau esta noite.

Saudações Gloriosas

De Ao Colinho do Isaías a 22.10.2015 às 10:56

Caro Benfica365,

Sem dúvida que não está em cima dos ombros do André Almeida a totalidade da responsabilidade da jogada, mas do lance em si, está. Ele não pode, com a sua experiência, sair à bola noutra posição qualquer que não com os braços junto ao corpo.
Desculpabilizá-lo disso seria o mesmo que dizer que um frango de um guarda redes é responsabilidade de quem permitiu o remate.

De qualquer forma, o importante é retirar as conclusões que referi e que me parecem evidentes: falta jogar simples e apoiado, coisa que se ensina nos escalões de formação e que já se viu a equipa a fazer antes!

Abraço,
Isaías

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