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A vitória de Vitória

por Ao Colinho do Isaías, em 01.10.15

Com classe, inteligência, ambição e, claro está, a ponta de sorte sempre essencial na Liga dos Campeões, o Sport Lisboa e Benfica venceu no Vicente Calderón o Atlético de Madrid por 1-2.

O início da partida foi bastante repartido, mas o Atlético conseguia ganhar bastante espaço no centro e atrás da linha média Benfiquista, conseguindo criar perigo a partir desse local. Foi, aliás, daí que nasceu o golo inaugural; com uma tabela excepcional que desorientou a defensiva do Benfica e Correa a marcar perante Júlio César que quase a afastava para fora.
Foram os minutos, talvez, mais decisivos para o desfecho do encontro, aqueles que se seguiram ao golo do Atlético: Os anfitriães pressionaram, estiveram perto, cheiraram o golo, mas não marcaram o segundo que poderia bem ter morto o jogo ali.

Não marcaram e, como revela a tal lei que ninguém escreveu, sofreram mesmo: Nélson Semedo cruza da direita, a defensiva tenta afastar e a bola vem parar ao segundo poste, direitinha para o pé esquerdo de Gaitán que fez o empate. Decisivo. O jogo mudou ali.

Após o intervalo, a equipa veio mais personalizada e tivemos um Nélson Semedo, que já estivera bem até ali, absolutamente do outro mundo! Cada vez que o miúdo pegava na bola, levei as mãos à cabeça. Que pulmão! Que classe! Que capacidade!
O Benfica cerrou fileiras e recusava-se a desfazer o desenho, que era o ensejo de um Atlético que queria "convidá-lo" a sair, a pressionar, para repetir o que fizera no seu golo. Não indo na conversa, o Benfica forçou o Atlético a cometer erros, a perder a bola e a permitir os contra-ataques Gloriosos. Foi mesmo glorioso um desses lances, aos dez minutos da segunda parte, com Gaitán a aguentar a bola dentro do terreno, em corrida e transição rápida, a olhar, a fazer um passe longo incrível (com o pé direito!) para que Gonçalo Guedes pudesse, perto do segundo poste, marcar o segundo. Estava feito! Estava dado o pontapé na História, contra tudo e todos, contra mesmo a dúvida eterna que paira sobre a Alma Benfiquista (em que me incluo) de que os de hoje são capazes de honrar os ases do passado!
Faltava muito jogo ainda, muito que sofrer e gerir, mas naquele momento, um miúdo cheio de sonhos afirmou perante um mundo inteiro: "É possível!"

Ferido, o Atlético investiu, mas sem cabeça. Em contraste, a forma inteligente como o Benfica defendeu, sempre mantendo o desenho defensivo, não saindo à pressão cedo demais, impediu veleidades. Os Colchoneros quiseram muito, mas puderam pouco desde o golpe. E aquela defesa do nosso Imperador Júlio César? Valeu um golo!

E Nélson Semedo? Já vos falei dele? Que raça! Que técnica! Que fulgor! Quem é que tínhamos para aquela posição antes, mesmo?


Quando soou o apito final, todo o mundo Benfiquista celebrou. Foi a vitória do Vitória, o jogo que une o grupo em torno do seu treinador. A vitória contra os fantasmas.
Na entrevista rápida, Júlio César destacou a preparação do jogo feita por Rui Vitória. Este foi o Guarda-Redes com que Mourinho venceu a sua segunda Champions, não é um elogio qualquer. Ele próprio sabe o significado das suas palavras. Percebe o que aquele jogo fez no balneário.

Não correrá sempre tudo bem daqui para a frente, claro, mas a partir deste jogo, será o Benfica de Rui Vitória, sem mais fantasmas ou comparações. O mérito e a crítica serão dele e para ele.
Criticado quando necessário - e não deixarei de fazê-lo, quando se justificar! - mas aplaudido e elogiado quando merecido. Eu aplaudo e elogio Rui Vitória por esta vitória. Foi a vitória de Vitória no Sport Lisboa e Benfica. O jogo que une de vez o grupo à sua volta.

Alegria imensa!

NOTA 1: Repúdio e vergonha perante o episódio da tocha e do petardo. O Sport Lisboa e Benfica devia pedir ao Atlético de Madrid o contacto da família afectada e apresentar pessoal e discretamente desculpas, colocando-se à disposição para suportar custos hospitalares inerentes. Uma vez identificado o indivíduo que lançou a tocha, esse custo ser-lhe-ia imputado, ressarcido através dos tribunais, se necessário. Há que haver a compreensão, seja por parte de quem for, que há consequências para os actos.


NOTA 2: Valendo o que vale, nas cinco participações anteriores na Liga dos Campeões, tivemos uma vitória fora (Anderlecht 2-3). Até com o Hapoel de Tel Aviv e o Otelul perdemos, diga-se. Esta época começamos fora com uma vitória 1-2 com o Atlético Madrid?

 

Leia uma análise mais factual à partida, por Eu visto de Vermelho e Branco, aqui

 

CORRECÇÃO (Deixada em comentário):
De luis a 01.10.2015 às 12:28
Só uma correção, ganhamos 1-o fora ao Otelul, glo de Bruno César, e 2-0 ao Basileia, penso que Bruno César e Cardozo

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rematado às 09:04




7 comentários

De Anónimo a 01.10.2015 às 11:10

O «mestre da tática» é que era bom! Bom para ele, o chico-esperto, que fugia da Champions a sete pés para poder vencer cá dentro, dar uma de herói e ganhar os milhões de euros que lhe pagávamos.

Os atiradores de petardos e tochas têm de ser identificados e exemplarmente punidos. Será assim tão difícil? Podemos ter claques sem essa gente. Tenha em conta a opinião da esmagadora maioria dos sócios e dos adeptos, e atue, Presidente!

De luis a 01.10.2015 às 12:28

Só uma correção, ganhamos 1-o fora ao Otelul, glo de Bruno César, e 2-0 ao Basileia, penso que Bruno César e Cardozo

De Ao Colinho do Isaías a 01.10.2015 às 13:17

Caro Luís,

Tem razão sim Sr.
Fica a correcção, que agradeço. Ambos em 2011/12.

Cumprimentos,
Isaías

De BENFICA365 a 01.10.2015 às 13:34

Sinto-me rejuvenescido!

Saudações Gloriosas

De Ao Colinho do Isaías a 01.10.2015 às 14:13

Grande Benfica365,

Cá estamos, companheiro! Nas vitórias e nas derrotas, amigo! :-)

Abraço,
Isaías

De RM a 01.10.2015 às 14:02

Grande salto qualitativo exibicional demonstrado nesta partida. o Benfica entrou bem no jogo, surpreendendo o Atléti ao pressionar a saída de bola dos centrais e a conseguir fechar bem o espaço entre os avançados e o médios. Após os primeiros 15 minutos o Atleti começou a pressionar um pouco mais alto e com as linhas mais juntas, e principalmente, a conseguir ganhar a larga maioria das segundas bolas fruto do encurtamento entre as linhas. Chegou ao golo, e nos 5-10m seguintes teve, naturalmente, ascendente na partida, com algumas oportunidades para dilatar a vantagem. Quando recuperou do "soco" o Benfica começou a dar alguma profundidade através dos laterais e Jonas pegou mais no jogo( Guedes muito bem a explorar o espaço interior permitindo as subidas de N. Semedo e descidas de Jonas) e conseguiu chegar ao empate num bom contra-ataque.

Na 2ª parte o benfica manteve-se personalizado, com as linhas juntas, e de certa forma a conseguir controlar o assédio do Atleti, valendo algumas intervenções de Júlio César, no entanto as jogadas de perigo do Atleti foram sempre de cruzamentos tirados do bico da grande área( como de costume, Eliseu permite quase sempre os cruzamentos a quem se apresenta à sua frente).

Os meus destaques:

Rui Vitória: Gostei sobretudo das mexidas na equipa, em que não a descaracterizou, mantendo em alerta a defensiva do Atleti. Trocas homem por homem é um facto, mas como se diz if it ain't broken don't fix it.

Nélson Semedo: Grande exibição, a conseguir que a equipa respirasse através do seu transporte de bola e defensivamente a nível muito elevado.

Jonas: Classe pura, a bola ali nunca chora e está sempre um passo à frente de todos os outros.

Gaitán: Mais do mesmo

Guedes: Ainda tem muito que melhorar em alguns aspectos( aquelas correrias loucas paralelas à linha, à espera do passe longo de Nélson Semedo têm que acabar), e , assim que souber explorar definitivamente aquilo que tem de melhor poderá vir a ser um bom jogador. Tem golo.

De Ao Colinho do Isaías a 01.10.2015 às 14:14

Caro "Mister" RM,

Muito grato pela contribuição!
Sempre bem vindo :-)

Abraço,
Isaías

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