Ao Colinho do Isaías

Boas, grande admirador do Isaías.
Tivessemos nós um futebol fluido praticado até agora, e fosse qual fosse o grupo, seria olhada a tarefa com mais confiança.

Mas a equipa e o treinador continuam (opinião minha) com os mesmos problemas do ano passado.Jogo a repelão e muita indefinição táctica, má reacção à perda de bola e pressão ineficaz e baixa. Tirando o grande Fejsa julgo que temos uma meio campo fraco e desde o ano passado apenas Renato disfarçou a pobreza.

Ganhar com coração às grandes e médias equipas não é suficiente, e apenas deve ser recurso, não norma. Tacticamente vamos abaixo com equipas médias pois compensam em aplicação aquilo que lhes falta em talento individual.

A equipa do ano passado era limitada o que só enaltece o que conseguiram.Não era nem é o melhor plantel.Vimo-nos à rasca para ganhar os últimos jogos e aos rivais directos.

Foi mal reforçada este ano.Os jogos ganham-se no meio campo e o meio campo continua fraquissimo.

O ano passado usou-se a mobilização emocional contra o suposto ataque pessoal a Rui Vitória por parte do anterior treinador.

Como acho vergonhosa qualquer manipilação, estas vitórias morais sobre tipos que desdenham o Glorioso não me dizem nada.
Temos que ser superiores, ponto.Ganhar, ponto.Deixar os outros com a sua menoridade, sem revanchismo.Passar em frente. É isto o rolo compressor.

Dissertar sobre a lama e a pobreza de espírito é estar na lama.
Isto ajuda a ver porque há tanta gente a não respeitar os benfiquistas.
Eufóricos até ao primeiro empate, servindo-lhes o clube para mascarar uma vida infeliz, críticos para com o clube, quando não correspondendo aos paliativos de sucesso, os obriga a confrontar a sua responsabilidade na sua infelicidade.

É aqui que entram os afectos, como chamariz que disfarça ser o futebol uma arma de distracção e alienação. E depois, após a mobilização emocional primária, fica o sentimento de pertença e superioridade moral.

Que se lixe o que os outros dizem fazem ou pensam em relação ao Benfica.
Temos é de ter o clube organizado, uma equipa e formação com elevadissima cultura táctica (porque jogadores talentosos aparecem sempre) e uma identificação com valores que conferem a personalidade do que é ser benfiquista.

O resto são os cães que ficaram para trás a ladrar.

Abraço

Joca, comentário muito lúcido.
Subscrevo na totalidade.
Saliento a deficiente gestão do plantel. Em vez de resolver as debilidades, apetrechando a equipa para seguir um determinado modelo táctico, compram-se jogadores para valorizar e revender com lucro