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Falemos de bola

por Ao Colinho do Isaías, em 20.11.18

Como somos todos treinadores de sofá e bancada - e como já não suporto ler sobre um eventual regresso de Jorge Jesus - vamos lá falar de bola, para desanuviar e trocar ideias de forma descontraída.

A minha equipa e esquema para o nosso Benfica 18/19 seria o seguinte:

SLB1819-Isaías.PNG

Ajustem e dêem as vossas ideias através desta ferramenta:
http://lineupbuilder.com/?sk=h58b

Autoria e outros dados (tags, etc)

rematado às 16:12




14 comentários

De Ricardo Fernandes a 21.11.2018 às 16:15

Não tenho conhecimentos, além dos da maioria dos interessados de bola. Fui jogador de distritais, mas fora isso o conhecimento é apenas aquele que vou adquirindo, lendo e vendo muitos jogos.

De qualquer forma, se pretendes verticalidade no médio direito, a fuga para terrenos mais interiores retira verticalidade ao jogo.

Na tua táctica e atenção que eu não disse como eu jogaria, fazia as seguintes alterações Cervi - Grimaldo, Jardel - Conti, Almeida - Corchia e Pizzi - Rafa. A minha equipa, nesse modelo seria: GR Odysseias, DD Corchia, DE Grimaldo, DCD Dias, DCE Conti, MD Fejsa, MC Ziv, MD Rafa, ME Krovi, AT Jonas, PL Ferreyra.

No teu esquema, há uma povoação do meio campo, onde (tendo um treinador competente - repara que os nossos dois médios centro actualmente não trocam a bola entre si), onde competiria a esses médios, chamar o adversário e criar espaço a Jonas, para jogar de costas para a baliza e ter espaço para rodar. Nesse sentido, ele não pode trocar só a bola com Ferreyra e Rafa daria-lhe essa opção e verticalidade quando necessária. Porém o truque de uma táctica assim é a subida dos laterais. São esses que tem de ter a capacidade para ser verticais.

Se fores ao primeiro ano do JJ tinhas quase isso. Um nº 10 com Aimar, um Médio direito interior com o Ramirez e um Extremo esquerdo - Di Maria. Resulta melhor quando um dos médios é decididamente vertical e joga na linha para esticar o jogo. Havia no entanto uma grande diferença, pois Javi Garcia construía jogo e Fejsa não o sabe fazer.

Eu teria sempre um modelo de 442 sem 10 mas com 8 e um modelo de 433, onde os extremos e ponta de lança fossem totalmente móveis. É ver os modelos de 433 do Barcelona e perceber a diferença. Seria teres tão depressa o extremo esquerdo a acompanhar o ponta de lança, como na direita, como qualquer uma das combinações possíveis entre os 3. Rápidos entre os 3.

442 - Vlach, Corchia, Dias, Conti, Grimaldo, Fejsa, Gabriel/Gedson/ Krovi, Rafa à esquerda, Pizzi/ Zivko, Jonas e Ferreyra
433- Vlach, Corchia, Dias, Conti, Grimaldo, Fejsa, Gedson/ Gabriel, Krovi, Rafa Ziv e Jonas.

Claro que este 433, teria de ter sempre Jonas, mesmo não tendo a capacidade de troca com os outros dois. Porém é inteligente demais para ficar de fora.

De Ao Colinho do Isaías a 22.11.2018 às 08:45

Grato, caro Ricardo, pela elaborada resposta.

Já agora, apresenta também o teu esquema com as tuas ideias, se possível usando a ferramenta http://lineupbuilder.com/?sk=h58b alterando as posições, nomes, etc, para ser mais fácil visualizar.

Verifico que o meu vocabulário, se calhar, não está correcto. É que quando eu falo em verticalidade, falo em capacidade de transporte de bola através das linhas adversárias, independentemente de ser exterior ou interior. Eu sei que o Zivkovic prefere flectir para o interior e a minha ideia para a sua primeira função ofensiva consistia em tê-lo como veículo de transporte e drible, para fazer a bola chegar mais à frente e permitir o posicionamento sem bola do resto da equipa, num sistema que, salvo esta excepção, prefere o passe a um dois toques. Se calhar a palavra é outra, mas verticalidade foi usada por mim com esse intuito.

Interessante escolheres o Zivkovic para "10" neste esquema. Não sei até que ponto tem aquela "calma" (se é que me entendes) para ler o jogo, jogar ao primeiro toque e perceber os movimentos sem bola ali. Sempre o vi como um jogador de transporte fenomenal, de pulmão, de corrida. Um Rafa mas com clarividência e melhor finalização.

Captaste bem a minha ideia: fazer com que a troca de bola no meio campo, com Krovinovic a ser uma referência e com a envolvência dos laterais (daí as linhas até ao ataque), desposicionem as linhas contrárias, para a abertura de espaços, explorada, por exemplo, por:
1) variação de flanco rápida, com o aparecimento do lateral contrário em vantagem numérica pelo posicionamento do avançado do seu lado, que apoia, se necessário, recuando para a entrada da área para causar dúvida no defesa em desvantagem.
2) bola directa e repentina para um dos avançados que se tenha desmarcado devido à saída do seu marcador, caso haja linha de passe.
3) drible vertical de Zivkovic na direcção da posição de Krovinovic que, entretanto, basculou para a direita (ficando aí livre com o lateral e em vantagem numérica em grande parte dos casos) ou para a posição de Jonas no ataque, caso Jonas tenha recuado para pedir a bola (causando a dúvida no defesa em segui-lo ou não).

Concordo com a tua ideia de 4-3-3, sendo que, no entanto, não sei se Rafa ou Zivkovic são adequados à mesma, como extremos nessa ideia de jogo tão móvel. É que tanto um como o outro adoram ter bola e progredir com ela (ao extremo no caso de Rafa). Será que conseguiriam adaptar-se a uma necessidade muito mais táctica que individual? Técnica não lhes falta, pergunto-me quanto ao resto, contudo. Se me falares de um trio de ataque com Jonas, João Félix e Ferreyra, ok, mas nenhum deles seria um extremo, não é?

Cumprimentos,
A.do Isaías

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