Grato, caro Ricardo, pela elaborada resposta.
Já agora, apresenta também o teu esquema com as tuas ideias, se possível usando a ferramenta
http://lineupbuilder.com/?sk=h58b alterando as posições, nomes, etc, para ser mais fácil visualizar.
Verifico que o meu vocabulário, se calhar, não está correcto. É que quando eu falo em verticalidade, falo em capacidade de transporte de bola através das linhas adversárias, independentemente de ser exterior ou interior. Eu sei que o Zivkovic prefere flectir para o interior e a minha ideia para a sua primeira função ofensiva consistia em tê-lo como veículo de transporte e drible, para fazer a bola chegar mais à frente e permitir o posicionamento sem bola do resto da equipa, num sistema que, salvo esta excepção, prefere o passe a um dois toques. Se calhar a palavra é outra, mas verticalidade foi usada por mim com esse intuito.
Interessante escolheres o Zivkovic para "10" neste esquema. Não sei até que ponto tem aquela "calma" (se é que me entendes) para ler o jogo, jogar ao primeiro toque e perceber os movimentos sem bola ali. Sempre o vi como um jogador de transporte fenomenal, de pulmão, de corrida. Um Rafa mas com clarividência e melhor finalização.
Captaste bem a minha ideia: fazer com que a troca de bola no meio campo, com Krovinovic a ser uma referência e com a envolvência dos laterais (daí as linhas até ao ataque), desposicionem as linhas contrárias, para a abertura de espaços, explorada, por exemplo, por:
1) variação de flanco rápida, com o aparecimento do lateral contrário em vantagem numérica pelo posicionamento do avançado do seu lado, que apoia, se necessário, recuando para a entrada da área para causar dúvida no defesa em desvantagem.
2) bola directa e repentina para um dos avançados que se tenha desmarcado devido à saída do seu marcador, caso haja linha de passe.
3) drible vertical de Zivkovic na direcção da posição de Krovinovic que, entretanto, basculou para a direita (ficando aí livre com o lateral e em vantagem numérica em grande parte dos casos) ou para a posição de Jonas no ataque, caso Jonas tenha recuado para pedir a bola (causando a dúvida no defesa em segui-lo ou não).
Concordo com a tua ideia de 4-3-3, sendo que, no entanto, não sei se Rafa ou Zivkovic são adequados à mesma, como extremos nessa ideia de jogo tão móvel. É que tanto um como o outro adoram ter bola e progredir com ela (ao extremo no caso de Rafa). Será que conseguiriam adaptar-se a uma necessidade muito mais táctica que individual? Técnica não lhes falta, pergunto-me quanto ao resto, contudo. Se me falares de um trio de ataque com Jonas, João Félix e Ferreyra, ok, mas nenhum deles seria um extremo, não é?
Cumprimentos,
A.do Isaías