Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Nem eu nem nenhum dos Benfiquistas que assistiu ao jogo está agradado com a exibição nem com o resultado. Podemos estar satisfeitos, dado o que foi o jogo, mas não agradados. Ainda assim, o que saltou mais à vista nesta partida foi que, tendo a estratégia inicial do FC Porto funcionado melhor que a do SL Benfica - conseguindo alguma vantagem no meio campo na primeira parte - em momento algum da mesma, demonstrou a equipa Portista estofo ou capacidade para arrumar o jogo a seu favor. Um Benfica amordaçado, sem ideias, algo nervoso, também, encontrou pela frente um Porto que se sentia melhor mas sem confiança para verdadeiramente assumir o jogo - tendo obrigatoriamente de vencer, para depender só de si. Houve, de parte a parte, muito nervo mas pouca bola.
Foi de louvar que Jorge Jesus tivesse pensado neste jogo com os olhos postos na vitória - a inclusão de Jonas e Lima demonstram que o que ele projectava para a partida era um jogo de maior incidência atacante por parte da sua equipa. A inclusão de Talisca visava jogar com alguém que pudesse proteger mais a zona interior, mas o Brasileiro já demonstrou apenas ter aptidão para segundo avançado ou 10, dado que, longe da zona de decisão e finalização, não tem mentalidade para a luta mais acesa que se trava no meio campo, se não lhe derem espaço. A estratégia inicial do Benfica não funcionou.
Aí, Lopetegui percebeu melhor o que iria ser o jogo. Montou a sua equipa com a ideia clara de tentar primeiramente conquistar o meio campo, roubar iniciativa ao Glorioso e, com isso, intimidá-lo. Conseguiu fazê-lo na primeira parte. Houve momentos em que o Benfica perdeu o norte e apenas conseguia "chutar" para a frente, entregando de novo a iniciativa ao adversário.
Com este contexto, faltou ao FC Porto o tal estofo que referi, a capacidade de impôr-se, fazer 15 ou 20 minutos intensos e arrumar o adversário. Será esta mesma falta de estofo, que já lhes faltara no Dragão, que definirá este momento do campeonato. A equipa Portista teve a sua oportunidade e não a aproveitou, mantendo-se a diferença entre os dois da frente, o resultado excelente alcançado pelo Sport Lisboa e Benfica no terreno do adversário directo.
Posto isto, note-se que na segunda parte muito mudou - o Benfica entrou diferente e conseguiu colmatar as falhas do primeiro tempo. Equilibrou o jogo e conseguiu criar espaços, algo que, até aí, não tinha conseguido. O Porto tremeu um pouco e não mais conseguiu conquistar o meio campo ao Benfica. Ambos conseguiram alguns lances de perigo, note-se, mas percebia-se que, a não ser uma falha defensiva ou um lance genial, o jogo terminaria a zeros.
Assim foi. O Sport Lisboa e Benfica sai, naturalmente, melhor deste resultado, mas revelou alguma fragilidade no cara-a-cara com a equipa do FC Porto que queria muito ganhar, mas não teve como; ficou-se pelo mérito de impedir que o Benfica o fizesse.
Pizzi não é ainda médio centro ao nível desejado, mas Samaris foi uma verdadeira parede no centro. Jardel esteve irrepreensível e Maxi foi importantíssimo ao tentar dar combustível ao motor Benfiquista. Jonas, quando apareceu não teve apoio (muito por mérito defensivo do adversário) e Lima... anda em baixo, muito importante na movimentação, mas muito menos decisivo. Valeram os pontos que não deixámos ganhar e que fazem valer a vantagem do jogo do Dragão. São três pontos reais e quatro virtuais com quatro jogo para o fim.
Cada jogo, uma final - não poderá ser de outra forma.
PS: Julinho Lotopegui queria saber como se pratica boxe de rua na Amadora, mas foi poupado a essa humilhação... e ainda bem. Não ficaria nada bem ao Glorioso que houvesse luta fora do ringue. Etxera!
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.