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Tal como indicado aqui, é evidente que mais e mais notícias visarão provocar dúvidas em relação à imagem do Sport Lisboa e Benfica. Por um lado, semear insinuações e acusações forjadas (como são exemplos a reportagem da SIC, os vouchers e até os emails), por outro, através de pontos de contacto com a comunicação social, transmiti-las de uma forma que faça transparecer culpa evidente, mesmo que sem prova ou fundamento, do Benfica.

 

Não estou com isto a dizer que quem integra a estrutura do Glorioso é santo, bem longe disso. Já repeti inúmeras vezes aqui, por exemplo, o quanto eu não gosto do tipo de pessoa que Vieira é. O que estou a dizer é que não gostar de alguém (porque não é Benfiquista mas trabalha lá, porque tem passado noutros clubes, porque cometeu erros ou foi incompetente) não retira nunca a presunção de inocência ATÉ PROVA EM CONTRÁRIO.

 

O ónus da prova está do lado acusador, pelo que quem constantemente exige que o Sport Lisboa e Benfica, na pessoa de Luís Filipe Vieira, venha a público comunicar a defesa do clube de cada uma das diárias insinuações que se fazem, está a ser muito pouco sério. Primeiro, porque o clube tem um departamento de comunicação que serve para isso mesmo - e tem comunicado em defesa do clube por cada uma das insinuações e acusações - e depois, porque as pessoas têm de entender que, por muito que nos custe, o tempo romântico dos Presidencialismos apaixonados do passado reflecte-se hoje em dia em resultados como os que vemos por Alvalade com Bruno de Carvalho. Vieira não é nem apaixonado nem apaixonante, o que é adequado à realidade actual, no que concerne à gestão empresarial, POR MUITO QUE ESSA FALTA DE CHAMA MEXA COM A NOSSA PRÓPRIA PAIXÃO.

 

São tempos frios. São tempos estúpidos. São tempos materialistas.
Por isso, as consequências de posturas inflamadas no cargo máximo de um importante clube desportivo, cuja incidência da atenção social é máxima, serão, neste tempo, sempre semelhantes ao que se tem visto no Sporting: primeiro dão esmagadora maioria à paixão abrasadora, depois a paixão queima a própria casa e quem lá habita, obrigando-os a querer fugir, e depois opõem-se à paixão que tudo faz para continuar a arder junto da lenha que mais ama, consumindo-a no processo.

 

Vieira tem que ter é, isso sim, uma postura de gestor responsável, transmitir tranquilidade e normalidade - não só para sócios e adeptos, mas também para parceiros e potenciais investidores e patrocinadores - e deixar que o departamento de comunicação, por um lado, e o departamento jurídico, por outro, façam o que lhes compete.

 

A comunicação é imediata e nunca - repito: NUNCA! - será vista como suficiente por todos. Contudo, há coisas que a comunicação não pode ou deve dizer, por poder vir a afectar o trabalho do departamento jurídico.

O sistema judicial onde o departamento jurídico tem de funcionar é, contudo, MUITO LENTO. Por isso, demorou DOIS ANOS a demonstrar, provar, comprovar que a historieta dos vouchers são e sempre foram uma treta. Contudo, ao longo de dois anos, fomos sempre bombardeados por comunicação, social e pessoal, referindo-se à questão dos vouchers como um crime, uma ilegalidade, um motivo para o Benfica descer de divisão - e ainda iremos ouvir no futuro, apesar da última decisão da UEFA. Assim será com TODAS as outras insinuações que levaram a investigações.

 

Desmascarar, em público, um responsável por estas investigações, de seu nome Pedro Fonseca, ajudará a supervisionar os métodos investigantes e judiciais, cujas instituições estão absolutamente minadas, por décadas de hábitos de vassalagem cujos cordéis chegam a Pinto da Costa.

 

Eles, os nossos inimigos, sabem que o nosso "ponto fraco" é a honestidade, pois traz consigo, necessariamente, alguma ingenuidade. Aproveitando-se dessa ingenuidade, pretendem que se conclua entre nós que, "se há tanto processo, tanta investigação, tantas buscas, é porque se passa mesmo algo". Até pode passar-se algo, ninguém é 100% sério e honesto e não ponho as mãos no fogo por ninguém. Contudo, repare-se que os vouchers deram em nada (o Benfica deve agora agir judicialmente contra Bruno de Carvalho pelas calúnias), que os emails são uma mão cheia de nada sobre a qual se constroem narrativas ao gosto do freguês e que no e-Toupeira, AO CONTRÁRIO DO CASHBALL, ninguém do Benfica ficou em prisão preventiva ou sequer pagou fiança para sair: Paulo Gonçalves saiu em absoluta liberdade, com a excepção de não poder contactar com nenhum dos envolvidos. Isto são factos, não teorias ou ilações.

 

As coisas levarão tempo e, a haver culpa de alguém do Benfica, serão responsabilizados e devidamente punidos, todos concordamos. Até lá, temos de, infelizmente, nos habituar a que a comunicação social e os nossos inimigos nos tentem continuamente denegrir dia após dia. Quem de direito no clube irá agir perante cada um desses incidentes, mas Vieira, como Presidente e responsável máximo, não pode nem deve vir desgastar a sua imagem institucional (ainda por cima ele não é um bom comunicador por natureza), a responder pessoalmente à diária flatulência noticiosa.

 

Quem, como eu, escreve na internet, tem de ter sempre presente um sentido de responsabilidade e salvaguardar sempre o que é melhor para o Sport Lisboa e Benfica, o Glorioso, ao invés de aproveitar a espuma dos dias para querer demonstrar que se tem pessoalmente razão ou para agir sobre ódios (ou desgostos) pessoais contra quem quer que seja dentro do Benfica.

 

Temos de aproveitar o que tudo isto tem trazido de positivo: podemos hoje, com clareza, ver de entre aqueles que consideravamos pessoas inteligentes, dignas e de carácter, aqueles que apenas aguardavam uma desculpa para tentar destruir o nosso Benfiquismo. Hoje podemos vê-los pelo que realmente são. Como escrevi no título do post de ontem, a citação de Voltaire, eles guardavam escondido um amor que, por impossível na cobardia, só se pode manifestar em ódio:

«Como é duro odiar os que se gostaria de amar.»

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rematado às 08:54




6 comentários

De Anónimo a 07.06.2018 às 13:25

Mais um excelente post, caro Isaías, no qual me revejo em absoluto! Não há santinhos em lado algum (e quem for diabo - seja quem for - que vá dentro), mas já deu para entender as intenções e estratégia dos nossos adversários (que, by the way, nos vêem como inimigos).
Saudações gloriosas!
Tiago

De Ao Colinho do Isaías a 07.06.2018 às 13:29

Saudações Benfiquistas, caro Tiago!

Cabe-nos ser atentos e responsáveis perante o desconforto que quer atingir a nossa ingenuidade própria à honestidade do nosso Ideal.

De Anónimo a 07.06.2018 às 16:20

sera que nao havera ninguem na Justica Civil e Desportiva que cale a boca cheia de merda a esse fantoche FJM e nao so... que ao que vao vomitando,ao por o futebol portugues constantemente em alvoroco de guerra?quando acontecer algo de grave veem depois dizer...alqui del rei que isto nao se deve fazer...

De Ao Colinho do Isaías a 07.06.2018 às 16:41

Caro anónimo,

não, não haverá - pois parasita algum se desaloja, por sua vontade, do lugar onde se agarrou e que o alimenta. Para que isto páre de acontecer só há uma forma: terá de deixar de funcionar. Note que já aconteceu algo de grave (por exemplo, Alcochete) e não se vê mudança à vista.

Só que as pessoas gostam disto. São tempos estúpidos, como escrevi. As pessoas gostam deste tipo de bocas, desta linguagem, destas intenções, desde que ganhem.

Cumprimentos!

De Anónimo a 07.06.2018 às 20:08

Meu caro Isaias...ja sai do pais ha quase cinquenta anos e quando parti dai,nao via tanta estrumisse no futebol em portugal(apenas ja se ia notando que o clube do norte estava pronto para assumir as redeas do futebol tuga ha base de vigarisses,como se veio a verificar nos anos oitenta e noventa) isto num pais onde a Justica Civil e Desportiva actua a serio,ja se tinha resolvido em pouco tempo o que se esta a passar em portugal.o problema e que os srs.que estao nessas instancias estao agarrados ao poder e o governo em vez de agir,nao vai ignorando ate que um dia aja alguem com eles no sitio e resolva de uma vez a pouca vergonha que se nota por ai no desporto portugues.
Um abraco
A.Macedo

De Ao Colinho do Isaías a 07.06.2018 às 20:19

Honestamente, caro A. Macedo, e infelizmente também, penso que tal só será possível se o que se vê no horizonte político da Europa se concretizar: quando Portugal deixar de ter soberania até no futebol.

«Há, nos confins da Ibéria, um povo que nem se governa nem se deixa governar.»
- Júlio César (o Romano, não o nosso guarda-redes! :-))

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