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Do futebol praticado pela equipa do Sport Lisboa e Benfica em Astana, há, colectivamente, pouco ou nada de novo a dizer. As falhas de posicionamento defensivo mantêm-se e a dinâmica ofensiva continua pobre, tendo sido menos visível pela falta de qualidade relativa do adversário.
Houve, no entanto, no aspecto individual uma certeza que só se houver uma escandalosa cegueira por parte do actual treinador do Benfica, Rui Vitória, não será implementada: Renato Sanches é o novo titular indiscutível.
O rapaz encheu o campo. Esteve presente no momento defensivo, posicionando-se sempre bem, e foi um verdadeiro motor ofensivamente, procurando sempre a conquista de terreno, com bola, ao adversário e eficaz e sem medo no momento de decidir, sempre bem, um passe.
Foi ele o desequilibrador. Foi ele a luz intensa de um farol no mar de escuridão futebolística que caracteriza o futebol actual Benfiquista.
Desengane-se, ainda assim, quem pense que ganhar Sanches, Semedo ou Guedes equivalem a vitórias. A aposta nos talentos do Seixal já estava atrasada, de acordo, mas este não é o melhor método para a implementar.
Sob a perspectiva de uma efectiva mudança na filosofia do futebol do Benfica, não é a saída do anterior treinador, Jorge Jesus, que me preocupa - é sim a escolha do sucessor. É que "atirar" jovens para dentro de campo qualquer um pode e consegue fazer. Integrá-los num esquema táctico e filosofias vitoriosas é difícil e requer que o treinador alie a uma sabedoria táctica impecável, uma capacidade humana acima da média para conseguir comunicar com tanto jovens como veteranos, para aliá-los na luta pela vitória.
Sanches, tal como Semedo antes de se lesionar, é um heroi apenas porque a ausência de competência táctica e estratégica obriga a que seja a criatividade e a capacidade física individuais a fazer a diferença. Com um jogo colectivo competente, o heroismo dilui-se e a vitória torna-se mais provável.
Pela minha parte, preferia que a ascensão destes talentos se fizesse dessa outra forma competente e vitoriosa, sem heroismos, para que mais tarde não se possam tornar vilões quando não puderem, num dia mau, corresponder às elevadas expectativas que aos seus jovens ombros foram colocadas. Receio que, para isso, seja necessário mesmo outro treinador.
Ainda assim, tenho de deixar os meus parabéns, merecidos, pela qualificação no seu todo. Espero que seja possível alcançar o primeiro lugar na Luz!
Leia uma análise mais factual à partida, por Eu visto de Vermelho e Branco, aqui.
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