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Com o regresso à Liga, o Benfica tinha pela frente um Belenenses que vinha a melhorar bastante nos tempos recentes, podendo, fruto disso, vir jogar futebol à Luz... nos períodos em que o Benfica lho permitiu.
Entrando forte e determinado, procurando provocar o erro madrugador do adversário, o Glorioso adiantou-se no marcador num lance de crença de André Almeida e de infortúnio para o nosso conhecido Miguel Rosa. Curioso como o dedo é apontado ao jogador por querer atrasar de peito para o guarda-redes, mas ninguém parece compreender que nenhum dos seus companheiros, podendo ver a presença de uma camisola vermelha por detrás de si, lhe lançou o aviso.
De qualquer forma, após o golo obtido e mais uma ou outra jogada interessante e promissora, mas sem conclusão, o Belenenses começou a estabilizar e aproveitou o abrandamento Benfiquista para jogar. Arriscando uma defesa bem subida, com o sucesso de ter cortado três lances de perigo com essa "armadilha", os Belenenses começavam a acreditar que com um golo virariam o rumo do jogo. Só que ao intervalo estava 1-0. Resultado parco para justificar tanto abrandamento no Benfica, ainda que se possa explicar com alguma fadiga europeia, talvez.
Na segunda parte, os azuis quiseram realmente procurar a fortuna e o resultado e conseguiram, num par de lances, assustar a defesa do Benfica. Num deles, a bola vai ao poste (Miguel Rosa outra vez) e logo a seguir Mitroglou faz o 2-0 de forma espectacular. Foi fazer do ataque a melhor defesa, sem dúvida, mas abrandar com 1-0, que não é situação nova, é demasiado arriscado numa fase em que a margem de erro é mínima.
A partir daqui, mais seguro, o Benfica susteve o Belenenses sem sustos de maior e conseguiu o golo da tranquilidade pouco depois, por Salvio, arrumando a questão, indo ainda a tempo de ver Jonas regressar aos golos, após uma brilhante triangulação com Samaris (bom jogo) e Mitroglou, e também de ver André Horta regressar à equipa tanto tempo depois, ainda que só por 5 minutos.
Haverá campeonato até ao fim. Contudo, quem tem este ataque, tem a melhor defesa possível ao seu título de campeão.
A derrota no Dragão por 1-0 na jornada anterior, tinha deixado o Benfica a quatro pontos, impulsionando o FC Porto para a liderança. Uma semana depois, desses três pontos perdidos no Dragão, dois já cá cantam, recuperados. Os Portistas não foram além de um empate com o Moreirense (continuando a não mostrar evolução exibicional), enquanto que o nosso Sport Lisboa e Benfica bateu o Paços de Ferreira por 3-0. Como bónus, tivemos um Sporting também com pouca ou nenhuma evolução a empatar no Bessa.
Quanto ao nosso jogo, grandes, enormes 15 minutos iniciais. Dinâmica, pressão, sufoco mesmo - um pouco tiro ao boneco, só que a bola teimava em não entrar, e, se tivesse entrado, de certeza teríamos goleada por outros número ainda mais expressivos. A bola não entrou e o Paços foi equilibrando as ocorrências. Acertou as marcações, subiu em bloco, ocupou o espaço entre linhas, povoando-o muito organizadamente e roubou a bola ao Benfica. Com isto, criou perigo constante, ameaçando sempre com intento a abertura do marcador. Ainda assim, o Benfica, submetido que foi a esta pressão, não vacilou, defendeu com critério, concentração e organização. O que pensei nesta fase do jogo foi: "Se este jogo tivesse sido há umas três ou quatro jornadas atrás, perderíamos, provavelmente". Só que a evolução nos processos nota-se e, após aguentar a pressão de uma equipa bem organizada e com um plano de jogo que não se limitou ao aspecto defensivo (palmas ao Paços e ao seu treinador), apareceu o artilheiro deste nosso Glorioso, o homem que nos deslumbra com a sua capacidade de finalização. Precisou de meia oportunidade e fez um golo brilhante.
Após o intervalo, a equipa do Paços quis voltar ao jogo, mas o Benfica não deixou. Só que o segundo golo não chegava e, por isso, a dúvida quanto à conquista dos pontos permanecia. O Paços não desarmava, mas o Benfica não permitiu, nessa fase, demasiadas facilidades.
O surgimento do segundo golo, finalmente, veio acalmar o jogo e permitir a gestão. Gaitán descobriu Guedes à entrada da área e este, com sorte, conseguiu marcar o seu primeiro golo oficial pelo Benfica.
Foi o mesmo Guedes que mostrou ter afinal mais capacidade para jogo colectivo: dominou em boa posição ao segundo poste e tocou para trás, para Jonas finalizar o 3-0.
Em suma, temos uma equipa cada vez mais coesa e segura de si. Vê-se notória evolução nos processos e nas transições, apesar de haver ainda muito trabalho pela frente. E André Almeida dá uma segurança ao meio campo Glorioso que o torna, para já, essencial a meu ver!
É claro que há muito campeonato pela frente e tudo pode mudar, mas enquanto se verificar esta evolução, o Campeão voltou!
Leia uma análise mais factual à partida, por Eu visto de Vermelho e Branco, aqui.
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