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Bom Natal, Benfiquistas!

por Ao Colinho do Isaías, em 23.12.18

Bom Natal, Benfiquistas!

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rematado às 20:03


Assobio Dourado

por Ao Colinho do Isaías, em 21.09.17

Longe de mim vir defender as quatro exibições mais recentes do Benfica. Foram muito abaixo do requerido e os resultados, ainda por cima, não surgiram em três dessas ocasiões.

 

Contudo, e tendo sido eu quem escreveu isto há dois anos atrás (para entretanto ter mudado de opinião em relação a tal intransigência, mas isso é pessoal), não posso deixar de sentir, neste momento, que há algo de externo à exigência natural Benfiquista nesta súbita onda de apupos e assobios. Apupos e assobios, note-se, aos mesmos jogadores que, após terem conquistado a Supertaça com conforto tal qual venceram o Braga na primeira jornada, após terem vencido em Chaves num jogo em que foram sempre superiores e terem goleado o Belenenses sem apelo aqui na Luz, passaram a ser, afinal, jogadores que não servem.

 

Há dois problemas para Rui Vitória resolver a nível de entrosamento táctico da equipa:

- o primeiro é quem substitui (ou melhor como substituir) Fejsa para soltar o médio criativo (por norma Pizzi)

- o segundo é envolver também os alas (do lado contrário a onde ocorre a jogada) no jogo de área, particularmente devido à mobilidade de Jonas e Seferovic (que fazem uma excelente dupla)

 

Depois há a escolha do 11. Só que tudo isso é algo que se passa internamente e assim deve ser.

 

Agora, enquanto aguardamos que a equipa regresse na plenitude daquilo que já a vimos fazer, não deixo de sentir que a contestação destas últimas duas semanas vem de fora para dentro. Não sou cego, também tenho a minha exigência Benfiquista e não condeno ninguém por contestar. Contudo, temos de fazer um exercício de auto-observação e verificar o que nos tem motivado a tal atitude.

 

É óbvio: estamos nervosos porque é ano de possível Penta e vemos os rivais a atacarem-nos vilmente enquanto amealham pontos. Contudo, da mesma forma que um jogador tem de engolir o seu nervosismo ao marcar um penalty decisivo, nós, adeptos, devemos ter esse controlo emocional para que possamos empurrar esta equipa para mais uma página Histórica.

 

Como qualquer outra, esta é a minha opinião. Calma, caros Benfiquistas, sócios e adeptos, muita calma, e controlo emocional. Tem sido uma viagem que nos testa a todos.

 

Não daremos a quem nos odeia uma vitória de Assobio Dourado.

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rematado às 09:11


Cumprida a primeira etapa de ciclo difícil

por Ao Colinho do Isaías, em 10.08.17

Sem ter sido uma entrada tão intensa como na Supertaça (também porque o adversário não deixou), o Benfica mostrou os seus pergaminhos de Tetra-Campeão. Foi uma primeira parte em que, após ter marcado o inaugural por Seferovic (mas 3/4 de golo é do Jonas) e o 2-0 por Jonas, que aproveitou a oferta do central contrário para mostrar arte na concretização, podia perfeitamente ter se encontrado a golear a equipa Bracarense. Contudo, quem não marca arrisca-se a sofrer e o golo do Braga perto do intervalo (desconcentração e lentidão inaceitáveis de Jardel, atenuadas pela falta de ritmo nesta fase, e uma mancha pouco sólida de Varela - atira-te com o torso e os braços à bola, não com os pés, miúdo!) podia ter relançado o jogo. Um penalty que ficou por assinalar sobre Jardel mesmo ao cair do pano podia ter dado essa tranquilidade bem mais cedo. Aqui o video-árbitro não se manifestou.

 

 

Só que o Benfica nunca perdeu o seu foco. Entrou na segunda parte com a mesma determinação ofensiva que lhe fizera chegar ao 2-0 antes. Num lance de Cervi (que é um CRAQUE, um descanso para qualquer treinador, tão bem que ataca e defende, sem nunca desistir de um lance), Salvio empurrou e recolocou a vantagem de dois golos.

 

Surge depois o lance da polémica do lado do Braga. Seferovic parece, a olho nu, estar a colocar em jogo Ricardo Horta. À primeira, pareceu-me, também, que não estava fora-de-jogo. Precisei de, à vontade, dezenas de repetições para pausar no ângulo em que se vê Seferovic e Horta ao mesmo tempo no plano. Aí, nota-se que está, de facto, ligeiramente adiantado (mais ou menos tanto como o Hassan no golo bem anulado anterior). Honestamente, não sei se foi capacidade do fiscal de linha ou um golpe de vista que correu bem. A verdade é que o video-árbitro concordou com a decisão, por ter tido a oportunidade que eu tive: a de rever o lance de vários ângulos, várias vezes. Bem decidido, afinal, após as dúvidas iniciais.

slb - scb - offside.PNG

 

O Benfica venceu bem, podia ter dilatado o marcador e acabou a controlar o adversário e a gerir o esforço (já pensando em Chaves). Cumprida a primeira etapa de um ciclo difícil.

 

NOTA: Não posso deixar de comentar aquela aziada conferência de imprensa do Abel, em que o seu lagartismo calimeriano veio todo à tona. Até posso aceitar que lhe tenham dito ou que ele tenha visto o lance polémico do fora-de-jogo de forma diferente. É um lance dos mais difíceis de analisar, particularmente porque o fiscal de linha está do lado do atacante. O que não posso deixar passar é aquela conversa dos orçamentos. Rui Vitória respondeu-lhe bem, referindo o Feirense que terminou próximo do Braga com um orçamento muito inferior e os anos em que teve de trabalhar com saldo negativo. Só que basta voltar a 2009/10 e perguntar qual a diferença de orçamento entre o Braga, que lutou até ao fim pelo título, e o Sporting ou o Porto dessa época. Mais a mais, aquele ressabiamento típico de neo-lagarto, a deixar, em ar de gozo, o desejo que o Benfica se dê mal na Champions, "porque lá é pequenino" (era isso que implicitava) demonstra bem o clube de onde vieste. Vai lá contabilizar, ó Abel, o número de meias-finais e finais das várias competições Europeias em que o Benfica participou. Vai lá ver quantas dessas aconteceram deixando pelo caminho equipas de orçamento muito superior? Eu já tinha escrito sobre o SC Braga aqui no blog e a sua intenção legítima de querer ser um dos grandes. Contudo, este é o tipo de caminho que os afastará de tal intento, por pretender chegar a grande sem antes se transcender. Olha, Abel, o Benfica na sua história, na fase de ascensão, com orçamento zero, sacou campeonatos ao Sporting que já pagava a jogadores.

Ficarão aqui na memória, estas tuas reflexões, ó Abel.

 


 

Actualização 10/AGO/2017, 11:50

Entretanto já me chegou que um site/blog afecto ao Sporting quer demonstrar e provar com a imagem abaixo que o golo do Braga não é obtido em fora-de-jogo:

Ridículo. Então e que tal, já que se deram ao trabalho de pôr as linhas, alinhá-las com o rabo do Seferovic, a sua parte do corpo mais atrasada que conta para efeitos de fora de jogo, ou com a cabeça/ombro do Horta, que é a mais adiantada que conta? Isso é que era, mas aí já não havia "prova".

 

Ri-dí-cu-los.


Continuo a dizer que este lance é muito difícil e que se fosse validado o golo não me chocava absolutamente nada. Já o penalty sobre o Jardel... é claro para todos.

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rematado às 07:56


"Bem prega Frei Tomás..."

por Ao Colinho do Isaías, em 18.04.17

 

Após um fim de semana no qual a equipa de futebol do Sport Lisboa e Benfica alargou um pouco a vantagem em relação ao Porto na segunda posição - tendo vencido o Marítimo enquanto que o Braga empatou com o segundo classificado - assistimos agora a mais um desfile de vitimização desresponsabilizante por parte de quem já poucos argumentos vai tendo para fazer vingar os seus ideais (se é que os tem de todo).

 

Com isto dito, não pretendo validar os cânticos dos adeptos Benfiquistas referentes ao trágico acidente de 1996 no Jamor. Bem pelo contrário.
São condenáveis e nada condizentes com o que o Benfica é.
Contudo, todos nós, Benfiquistas, Sportinguistas, Portistas, etc, partilhamos esta condição humana, com tudo o que tal acarreta. Alguns de nós pretendem transcendê-la, outros usufruí-la, por a favorecerem, outros apenas vão existindo. Estamos todos seguramente cientes, apesar de alguns moralismos fáceis que surgem sempre nestas alturas, que partilhamos todos desta tentação retaliatória perante a provocação, perante o insulto que, por vezes, parece nos ofender mais que uma agressão física. Faz parte da condição humana que todos partilhamos.

 

Os que agora se exibem na procissão da beatificação de vítimas destes horrendos cânticos (e reafirmo que são horrendos sem qualquer ironia), querem limpar seus próprios pecados, desviando atenções sobre as pedras que eles próprios lançaram sobre humanos, que, tal como eles mesmos, retaliaram. Para além do que se ouve abaixo, não esqueçamos aquele vídeo de há uns anos em que se apelava ao genocídio dos Benfiquistas, por exemplo, nem tão pouco do que tem sido a comunicação oriunda da instituição Sporting Clube de Portugal (particularmente desde a tomada de posse de Bruno de Carvalho) e da instituição Futebol Clube do Porto.

 

 

"Bem prega Frei Tomás! Faz o que ele diz, não faças o que ele faz!"

 

Melhor teria sido não retaliar desta forma absurda, mas que surjam então os santos entre os demais para nos mostrar como se faz com os seus actos, mais que com as suas palavras recheadas de falsa moral. Que aqueles que agora choram as palavras ofensivas não sejam aqueles que acossam o pior lado que todo o ser humano tem, seja ele adepto de que clube for ou tenha ele o ideal que tiver.

A equipa do Sport Lisboa e Benfica, os tais rapazes com o Fogo Sagrado, esses têm de se focar no seu trabalho somente. O barulho à sua volta é somente o reflexo do sucesso do seu caminho. Caminhá-lo é não ceder à tentação de competir contra os outros, mas sim manterem-se em competição consigo mesmos, com os seus próprios limites, transcendendo-os.

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rematado às 08:54


Messiglou!

por Ao Colinho do Isaías, em 20.02.17

A paciente capacidade de sofrimento que esta equipa demonstrou esta semana, entre o Dortmund e o Braga revela um estofo que só os campeões demonstram ter.

 

Não fizemos um grande jogo, mas notou-se que os jogadores quiseram sim evitar o erro, até porque jogaram tacticamente em risco, normalmente em assumida inferioridade numérica no meio-campo central. Fizemos sim, um jogo de grande luta, de alma, de esforço para oferecer mais 3 pontos a todos os Benfiquistas que desejam o 36, o histórico Tetra, mesmo contra os hábitos imutáveis de "burros velhos".

Mitroglou foi Messi e inventou espaço entre três defesas do Braga, para meter a bola pela "cueca" de Marafona e dar a explosão de alegria que todo um país desejava e precisava. Este nosso Grego vale ouro! Ontem foi Messiglou!

 

Veja o golo de outro ângulo.


Quanto a tudo o que rodeou este jogo, há poucos aspectos sociais mais graves que a Polícia estar politizada e é isto que claramente acontece, principalmente a norte de Portugal (e não é só com os adeptos do Sport Lisboa e Benfica, contudo são os mais numerosos e mais visíveis pela notoriedade do clube). Só em sociedades destruídas é que é possível que criminosos organizados se passeiem e pavoneiem livremente. Portugal é já uma sociedade destruída, não se enganem, e o que se passa ao redor do futebol é somente sintoma disso.

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rematado às 11:41


Mitroglicerina!

por Ao Colinho do Isaías, em 20.09.16

Era indispensável vencer esta difícil partida diante do Sporting de Braga, numa jornada em que os dois habituais concorrentes ao título de campeão perderam pontos e dado que o próprio Braga, que intromete-se na luta por vezes, perderia também pontos, consequentemente.

 

A equipa esteve muito bem. Mesmo quando pressionada, não se desmontou e manteve a cabeça e a estrutura táctica. Gostei de ver a espécie de losango mais firmado, sendo que no vértice direito precisa de jogar Pizzi (quando mudou de lado, perto do fim, notou-se diferença no seu movimento) em vez de Sálvio. Contudo, entendo que Rui Vitória queira recuperar o Toto o máximo possível e, para isso, precisa de jogar e sentir-se confiante.

 

Os laterais, que tem sido muito criticados pelo que tenho lido por aí, estiveram impressionantes. Grimaldo, digam o que disserem, tem um cultura posicional madura e consciente. Depois oferece uma velocidade e técnica ao jogo que Eliseu não consegue dar.

Nélson Semedo fez o seu melhor jogo desta época, nunca comprometendo e saindo bem para o ataque, mostrando que o que é preciso é que a aposta seja firme e não uma questão de ocasião.

 

André Horta tentou encher o campo e esteve muito bem, sendo que deve aprender a dosear o seu esforço, pois acabou fatigado cedo demais. Guedes esteve bem, lutador e abnegado, mas falta-lhe alguma clarividência por vezes.

Fejsa é... Fejsa, indispensável. Nem se dá por ele de tão importante que é para o equilíbrio.

 

Os centrais saíram com pouco a apontar e Júlio César mostra que ainda "existe", que não é fama. Seria tão fácil para este senhor do futebol vir para Lisboa gozar um fim de carreira tranquilo, mas não é disso que o um campeão é feito. Parece trabalhar agora como quando começou.

 

Quem, no entanto, desbloqueou o jogo e serviu de farol ao golo foi Mitroglou. A intimidação que os centrais do Braga sentem com a sua presença não é de descurar, mas ele nunca complicou. Jogou de primeira, rematou de primeira, guardou a bola quando preciso - foi um autêntico pilar que sustentou o jogo ofensivo Benfiquista! E aquela bomba enroscada... teria sido tão fácil acertar "nas orelhas da bola" e aquele lance ter acabado na bancada! Saiu Mitroglicerina que nem um inspirado Marafona conseguiu suster!

 

Análise Eu Visto de Vermelho e Branco

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rematado às 09:29


O ataque será a melhor defesa do título

por Ao Colinho do Isaías, em 08.08.16

A Supertaça é o primeiro troféu da época, apesar de se desenrolar cedo de mais na época para que se perceba o que aí vem com garantia. Consegue ver-se quem está melhor naquela fase, poderá prever-se o potencial, mas a época será longa e difícil de prever.

 

Posto isto, a verdade é que ontem se verificou que o Benfica 2016/17 de Rui Vitória será tão ou mais atacante que o de 2015/16.

Por um lado, tem a coesão de quem joga junto há bastante tempo: Pizzi dá à equipa um jogo central que nenhum outro extremo do plantel tem para dar e complementa Jonas de olhos fechados, enquanto Mitroglou, apesar de ontem me parecer mal fisicamente, percebe o que tem de fazer para que Jonas se solte. Ah! E habemus Júlio César! Que exibição do nosso guarda-redes!

Por outro, tem qualidade nos reforços: Cervi é craque, fazendo lembrar o melhor Saviola, e ganhou confiança com o seu primeiro golo. André Horta começa a entender melhor a sua função e a desempenhá-la bem, libertando-se da comparação com Sanches. Grimaldo dá muito mais técnica à equipa que Eliseu, perdendo na componente física para o seu colega de posição.

Parece-me, no entanto (e se ficar no plantel), que Jardel deverá jogar por Luisão. O capitão é importante psicologicamente, mas obriga a que Lindelöf corra por dois e esteja sempre na dobra. Jardel é, nesta fase da carreira, uma melhor solução... se ficar no plantel.

 

De qualquer modo, verifica-se que a melhor defesa ao título que o Benfica poderá aplicar estará no ataque. Afinal, se se conseguir fazer dois a três golos por jogo, dificilmente não se conquistarão três pontos. Há muito a melhorar defensivamente, mas penso que isso virá com tempo, sinceramente.

 

Venha lá o Tondela!

 

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rematado às 08:55


Reflexões sobre o SC Braga e a História do futeluso

por Ao Colinho do Isaías, em 23.05.16

As aspirações de António Salvador em promover o seu Sporting Clube de Braga para um estatuto superior são perfeitamente legítimas. É um homem ambicioso e claramente dedicado ao seu clube, quer se goste dele ou não.

Depois da habitual ironia caustica antes do jogo, em que achou bem lançar umas "bocas" aos rivais que não estavam na final, o presidente do FC Porto tem mantido um estranho e constrangedor silêncio após a derrota. É que vejamos: Pinto da Costa surgiu no Futebol Clube de Porto como o arauto de uma necessidade de combater o "imperialismo" Lisboeta, em particular do Sport Lisboa e Benfica (apenas porque era o que mais ganhava na altura, nada mais). Tomou de assalto o poder no seu clube (literalmente, como se sabe) e desde então que mantém o seu discurso coerente (apesar de absurdo) no qual afirma que o FC Porto é a "alternativa do norte ao centralismo do sul".

É óbvio, para quem tiver olhos para ver sem ser turvado por clubismos ou sentimentos regionalistas, que este discurso não tem sentido. Em primeiro lugar, o Sport Lisboa e Benfica não é um clube imperialista ou centralista, é sim um clube com uma ética de esforço e superação Histórica que lhe permitiu obter imensas vitórias, o que o torna num clube cativante - daí ser o clube com maior número de adeptos, não só em Portugal. De notar que o Benfica surge sem qualquer ideia de identificação local ou regional. Tinha o nome de Lisboa, tinha o nome de Benfica, mas não queria suportar-se numa representação local ou regional. Sempre quis ser maior e abrangente, recusou sempre definições que o limitassem ao local do seu nascimento, apesar de nunca renunciá-lo.

Pelo contrário, é o Sporting Clube de Portugal que nasceu desde logo com o intuito de ser representante (qual "clube único") de uma ideia de união nacional em torno de um clube que fosse a bandeira de Portugal no estrangeiro. A sua origem aristocrata e o seu mote fundador são sinais evidentes desse intento. O Sporting não contou foi com o facto de que a vitória, a glória e o carisma não são obtidos por decreto, nem tão pouco se compram. Deparando-se com um chato empecilho encarnado, com o nome pobre e plebeu de Benfica e que não negava a sua origem em Lisboa (ainda hoje é um problema para o Sporting ser associado a Lisboa no estrangeiro, por se considerar, à nascença, nacional), o clube de Alvalade procurou impôr-se pelo poder financeiro dos seus fundadores e pela ideia de que o que o Benfica tinha e conquistava, era, por direito inerente à sua condição de nascença, seu. Daí que tantos tivessem sido os jogadores e treinadores aliciados pelo Sporting após terem mostrado valor no Benfica - o Benfica não tinha o direito de ter os melhores, porque esses pertenciam ao Sporting por decreto.

Só que o Benfica, munido, como disse, de uma ética de esforço e superação incríveis, uniu-se sob a ideia de que o desporto era um mundo onde o poder político e financeiro não ditavam vencedores antecipados. Por isso é que, apesar de tantas vezes dado como ultrapassado ou derrotado, o Benfica se reergueu, sempre mais forte, pelo esforço e dedicação dos seus simpatizantes e sócios interventivos. O Sporting foi sendo consecutivamente atirado para segundo plano, quando julgava seu o direito de ser primeiro - é daqui que advém o sentimento dos Sportinguistas de que há um eterno "roubo" por parte do Benfica, a origem da questão é de que se trata de um "destino roubado", na realidade.


Posto isto, seria de esperar que o Futebol Clube do Porto, clube que nasceu para representar orgulhosamente a região da sua cidade, tivesse mais admiração pelo Sport Lisboa e Benfica que pelo Sporting Clube de Portugal - o que se verificou, de facto, durante décadas de rivalidade sadia e admiração mútua (como o provam, por exemplo, as inaugurações de ambos os Históricos estádios, tendo o Benfica participado na inauguração das Antas e o Porto na inauguração da Luz). Essa admiração advinha precisamente do facto de que o Benfica, à semelhança do Porto, era sustentado e engrandecido pelo orgulhoso trabalho dos seus sócios e não por uma ideia de direito à vitória, como era apanágio do Sporting.

Só que o Futebol Clube do Porto tinha, à partida, um limitador que não estava presente em nenhum dos outros dois clubes: a assumida representação da sua cidade como valor máximo da sua vontade de vencer. Este é que foi o verdadeiro limitador do FC Porto na sua ascensão perante o Benfica e o Sporting e não a adulteração histórica que Pinto da Costa promoveu, quando acusou os rivais de origem Lisboeta de vencerem pelo poder instituído. O que proporcionou a explosão vitoriosa do FC Porto após a chegada de Pinto da Costa e Pedroto foi que, com a liberdade da revolução, chegaram também "outras liberdades" a que o país não estava habituado e com as quais não sabia lidar. Nem todos os Portistas são Pintistas, por este motivo.

Assim, é de facto de estranhar que Pinto da Costa não tenha dado os parabéns ao Sporting Clube de Braga pela vitória na Taça de Portugal. O Braga é um clube do norte, da região que ele pretendia que o seu Porto representasse contra o "centralismo de Lisboa" e, por isso, uma parte de uma vitória sua, seguramente? Só que António Salvador e os Braguistas já há muito entenderam que para o presidente do FC Porto esse discurso de simpatia pelos outros clubes "do norte" só se aplica quando estes são subservientes aos interesses verdadeiramente centralistas de Pinto da Costa e, particularmente, só quando não ganham ao FC Porto. Há muito que se pode atribuir na promoção impressionante de clubes do norte à Primeira Liga, em particular daqueles possuidores de poucos sócios e de ainda menos recursos, a esta rede de interesses que ele soube montar, apelando a essa ideia de "clube único do norte", ao longo de quarenta anos do presidente do FC Porto. Já para não referir a adulteração e desrespeito dele para com a História do seu clube, o que, de fundo, envergonha os verdadeiros Portistas em relação a Pinto da Costa.

O SC Braga tem aspirações legítimas e tem todo o direito de lutar e trabalhar por elas. Muitas vezes, o seu presidente é deselegante e tem tiques reprováveis. No entanto, o que verdadeiramente pode assustar Pinto da Costa e, talvez, os Pintistas mais atentos é que o Braga pode vir a ocupar um dia o lugar que já foi do "antigo" FC Porto: o Braga é um clube com uma imagem muito menos fustigada pela atitude polémica e belicosa que deu força ao Porto e pode, por isso, se se mantiver por muito mais tempo o naufrágio Portista como nos últimos três anos, passar a ocupar a posição de grande clube da região. Ainda para mais, com cada vez mais interesse gerado, mais adeptos e mais sustentada e sólida presença na Europa... Grão a grão...

Só espero que o Sporting Clube de Braga, se de facto vier um dia a cumprir essa profecia, não lhe siga o exemplo. Penso que os Braguistas também não o desejam.

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rematado às 14:12


Edifício que treme mas resiste, é mais seguro

por Ao Colinho do Isaías, em 03.05.16

Foi um fim de semana de dupla futebolada Benfiquista. Nesta recta final, com os nervos todos à flôr da pele, a equipa continua unida, determinada e bafejada pela tal estrelinha que só os campeões merecem. Trememos sim, mas temos sido sujeitos a um verdadeiro terramoto à nossa volta.

 

Edifício que treme mas resiste, é mais seguro que o que finge não tremer e tem as paredes a ruir!

 

Foi, por isso, com muito mais trabalho que estética que o Glorioso ultrapassou a barreira Guimarães para o campeonato e a barreira Braga para a Taça da Liga.

 

Quanto ao Guimarães: inacreditável postura de Sérgio "eu-já-fui-FCP-mas-agora-ninguém-gosta-de-mim-lá" Conceição. Uma frustração sem limites, um azedume típico de um perdedor que teve nas mãos um troféu o ano passado e deixou-o fugir em 5 minutos, que teve a oportunidade de levar um histórico Guimarães de novo à Europa mas culpa os jogadores por deixar escapar vantagens. Este treinador não só é pessoalmente baixo, como é um perdedor. Todo o mundo tem culpas no seu insucesso, nunca ele.

Ganhámos uma verdadeira batalha, mais que um jogo de futebol.

Leia uma análise mais factual à partida, por Eu visto de Vermelho e Branco, aqui.


Quanto ao Braga: foi um jogo sem Jonas e outro com. Duas metades completamente diferentes, diferenciadas exactamente pela qualidade do nosso mais-que-goleador. Houve outra vez a choraminguice sem sentido em relação às arbitragens, desta vez de Paulo Fonseca (que até tinha estado bem composto aquando do jogo para o campeonato), mas nem uma palavra quanto à falha inaceitável (e não é a primeira) de um guarda redes deste nível.

 

Que venha mais uma final desta taça que ninguém quer e o Benfica acumula.

Leia uma análise mais factual à partida, por Eu visto de Vermelho e Branco, aqui.

Vamos lá agora à Madeira, concentrados e determinados em dar mais um passo para o 35!

 

NOTA: Uma palavra para a extraordinária época do nosso Glorioso Andebol! Impressionante a ascensão desta equipa e o que já garantiu e tem possibilidade de garantir ainda. De excelência. À Benfica!

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rematado às 09:18


Dimensões

por Ao Colinho do Isaías, em 06.04.16

O Benfica fez em Munique ao Bayern aquilo que o Braga quis fazer ao Benfica na Luz.

Uma questão de dimensões; de clube, de cultura, de valia dos jogadores...

 

Com o Braga, é certo que tivemos a sorte do jogo - não sofrendo quando podíamos ter sofrido e marcando quando podíamos marcar - mas a dinâmica despertada pelo primeiro golo foi tão forte que a goleada é mais que justificada.

 

Achei curioso que Paulo Fonseca parece estar mais respeitoso quando se refere ao Benfica. Terá aprendido algo com a marca de bota que ainda deve ter ficado do pontapé no rabo que levou no Porto? Espera-se que sim.

 

Leia uma análise mais factual à partida, por Eu visto de Vermelho e Branco, aqui.

 

Quanto a Munique, pergunto: quantas equipas teriam desmoronado após aquele golo aos 2 minutos? Sofrer um golo cedo em Munique diante deste Bayern de Guardiola não é desprimor nenhum, jogar de olhos nos olhos (com a diferença de dimensão dos jogadores disponíveis, claro) e não se limitar a sofrer vaga após vaga de ataques bávaros é um aspecto positivo e promissor. Aconteça o que acontecer, o Bayern já respeita o futebol Português novamente.

 

Leia uma análise mais factual à partida, por Eu visto de Vermelho e Branco, aqui.

 

Ah e perdoem-me os analistas, eu, como Benfiquista e até mais esclarecido ainda pelas regras da FIFA (ver este post no NGB acerca disso), não penso que aquele lance do Lahm seja penalty. O braço está lá a apoiar o carrinho (seria quase impossível e muito pouco natural fazê-lo com os braços atrás das costas) e não há movimento do braço para ir ao encontro da bola quando esta é rematada pelo Gaitán. Em contraste com o penalty contra o Braga em que, aí sim, há movimento do braço após a bola sair do pé.

Adicionalmente, e nada tendo a ver com o assunto directamente, vendo as imagens, também me pareceu que o Fernando Torres foi bem expulso contra o Barcelona. A primeira entrada é alaranjada e ele ainda reclama com o árbitro, pondo-se a jeito. A segunda entrada, até pode ter sido um tropeção, mas quem vai entrar à bola assim habilita-se - o facto não é a intenção, mas a ocorrência: o jogador do Barcelona foi atingido com uma entrada ríspida que justifica o amarelo, que era o segundo na ocasião.

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rematado às 08:31




Ao Colinho do Isaías

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