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Da forma que todo o Euro 2016 correu a Portugal, estava escrito que seria desta que venceríamos: venceríamos pelos que hoje envergam a camisola da selecção nacional, mas também por todos os que a envergaram e não obtiveram essa vitória, merecendo-o bem mais.
O pontapé de Eder (que fez o jogo da sua vida, diga-se) foi de Eusébio, de Coluna, de Simões, de Chalana, de Carlos Manuel, de Diamantino, de Rui Costa, de João Pinto, de Figo e de todos os outros que, de certeza absoluta, injustamente não mencionei.
O peso deste golo na História do futebol Português, expande-se na direcção desses ases do passado e, com certeza, também no futuro - seja ele qual for, que esteja reservado para a selecção.
Rui Patrício teve um jogão, ao nível das exibições no resto do Euro, mantendo o sonho vivo em certos momentos.
Rui Fonte e Pepe estiveram certinhos (ainda que Pepe tenha sido um pouco mal batido no lance aos 91', em que o poste nos salvou).
Cedric e Guerreiro estiveram muito bem, tanto defensivamente como quando subiram no terreno. William algo nervoso, não conseguiu ser o pivot defensivo e primeira referência de construção (muito por culpa de Griezmann que lhe apareceu muitas vezes na zona).
Renato esteve um pouco apagado - pareceu-me cansado, o que é normal, tendo em conta a sua forma de jogar e o esforço que providenciou à equipa nos jogos anteriores.
Adrien entregou-se muito, mas esteve sempre em desvantagem perante a fisicalidade do meio campo Francês.
João Mário tentou sempre ser solução, mas, nunca conseguiu neste Euro evidenciar toda a capacidade que demonstrou no campeonato - talvez cansaço, também, sim.
Nani foi o jogador Português em melhor forma neste Euro e, apesar de muito tapado neste jogo, esteve bem no que foi possível.
João Moutinho fez o que Fernando Santos lhe pediu.
E depois, Eder. Bom, o Eder. Foi o jogo da vida do Eder, foi mesmo. Ganhou todas as bolas divididas pelo ar, pôs em sentido a dupla de centrais adversária e, para colocar a cereja no topo do bolo, ficou na História com o golo da vitória.
Ronaldo, por seu lado, alternou o Euro todo entre o jogador colectivo que eleva o futebol de qualquer equipa a um nível fantástico e o jogador dos números individuais que desafinam qualquer colectivo. Ele será dos poucos a não perceber que, num jogo destes, a sua saída acabou por ser benéfica para o jogo colectivo.
É triste que se continue a alimentar o ego e a necessidade de protagonismo de um rapaz que, não obstante a sua enorme qualidade futebolística individual, não tem postura nem arcaboiço para ser Capitão. Já sei, já sei: é o melhor do mundo, dizem os especialistas. Eu discordo dessa leitura mas aceito o veredicto deles. Contudo, há mais no futebol e no desporto que os números - Ronaldo, já trintão, pode estar à beira da fase da sua vida em que descobrirá isso mesmo e talvez não da forma que espera.
Chego a Fernando Santos. O seu bluff funcionou e as estrelas (as lá de cima e as que tinha na equipa) protegeram-no. Montou uma equipa com um futebol chato e pouco ligado, mas que, qual Itália, foi passando as barreiras que lhe apareceram ao caminho, com maior ou menor esforço, com maior ou menor fortuna.
Fica na História, isso é incontestável, como o seleccionador que conseguiu o que nenhum outro antes conseguira: ganhar uma final por Portugal.
Parabéns a todos os envolvidos pelo primeiro título de uma selecção Portuguesa!
Estava escrito!
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Quanto à finalista França: já lá estivemos, mes amis... sabemos como é.
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