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Pouco tempo esta semana para escrever aqui acerca da jornada, mas não quero deixar passar a oportunidade de congratular a equipa do Benfica por um verdadeiro e cheio show de bola no Sábado frente ao Belenenses.
TODA a equipa esteve incrível. Jonas, Pizzi, Filipe Augusto (nem se sentiu a falta de Fejsa), Salvio, Cervi (sempre um descanso este trabalhador incansável), Seferovic, Jardel (a cada jogo que passa, cada vez mais o jogador do Tri), Raúl (é sempre a partir com ele, não há bola perdida), Bruno Varela (cada vez mais seguro no seu lugar). Ainda deu para ver Rui Vitória lançar Martin Chrien, que demonstrou bons detalhes. Um verdadeiro espectáculo!
Agora, foco total no Rio Ave, deslocação sempre difícil para defrontar um dos poucos clubes em Portugal que têm realizado um esforço de base para crescer com sustentação no futebol Português.
Seferovix:
em cápsulas ou gel, eficaz para as cãibras de esforço e as lesões frequentes.
Uma só aplicação é suficiente para curar uma equipa inteira.
Ironia à parte, tenho de dizer que fiquei desiludido com o público de Chaves. É que uma coisa, salutar, é apoiar a equipa da sua terra com convicção. Outra é assobiar o adversário. Sendo, na ocasião, o seu adversário o Benfica, que nunca desrespeitou o Chaves, é uma atitude incompreensível, por um lado, e bacoca por outro. De tal forma que acabou com a justiça devida.
Foi um bom jogo táctico, mas no qual os desequilibradores do Benfica, devido à massa de jogadores da equipa de Rui Castro (estranha opção para um treinador que no ano passado tinha o Rio Ave a trocar a bola com futebol positivo) não se conseguiram evidenciar. Havia sempre mais uma perna no caminho do golo ou do derradeiro passe. Ou um poste, como no remate de Jonas.
As mudanças no Chaves, colocando-o ainda mais defensivo, acabaram por atabalhoar a organização e o Benfica, que entretanto coloca Raúl e Rafa, começa a criar cada vez mais perigo, com uma pressão crescente. Cantos atrás de cantos, passes em profundidade, passes laterais à procura do cruzamento.
Foi nessa fase, em que os jogadores do Chaves já faziam um anti-jogo que não conheci no Rio Ave do ano passado, que Pizzi coloca a bola na profundidade lateral, Rafa, fresquinho, alcança-a para um cruzamento rasteiro perto da linha e Seferovic inventa um toque quase de calcanhar, para fazer uma "rabeta" ao guarda-redes e batê-lo, por fim.
Estava dada a vitória a quem a mereceu, a quem trabalhou e soube ser prático quando a magia não tinha espaço. O Chaves, equipa que têm condições para crescer, deve evitar os erros de outros e focar-se no apoio próprio e não a gerar inimizades onde elas não têm lugar... a não ser que agora Chaves seja um novo baluarte da visão Norte-Sul com mais de 30 anos, instaurada por Pinto da Costa? Acho que não é, mas fica o alerta. Para crescer há que ser Grande à partida e este tipo de comportamentos são pequenos.
PS: Jardel a ganhar forma...
Sem ter sido uma entrada tão intensa como na Supertaça (também porque o adversário não deixou), o Benfica mostrou os seus pergaminhos de Tetra-Campeão. Foi uma primeira parte em que, após ter marcado o inaugural por Seferovic (mas 3/4 de golo é do Jonas) e o 2-0 por Jonas, que aproveitou a oferta do central contrário para mostrar arte na concretização, podia perfeitamente ter se encontrado a golear a equipa Bracarense. Contudo, quem não marca arrisca-se a sofrer e o golo do Braga perto do intervalo (desconcentração e lentidão inaceitáveis de Jardel, atenuadas pela falta de ritmo nesta fase, e uma mancha pouco sólida de Varela - atira-te com o torso e os braços à bola, não com os pés, miúdo!) podia ter relançado o jogo. Um penalty que ficou por assinalar sobre Jardel mesmo ao cair do pano podia ter dado essa tranquilidade bem mais cedo. Aqui o video-árbitro não se manifestou.
Só que o Benfica nunca perdeu o seu foco. Entrou na segunda parte com a mesma determinação ofensiva que lhe fizera chegar ao 2-0 antes. Num lance de Cervi (que é um CRAQUE, um descanso para qualquer treinador, tão bem que ataca e defende, sem nunca desistir de um lance), Salvio empurrou e recolocou a vantagem de dois golos.
Surge depois o lance da polémica do lado do Braga. Seferovic parece, a olho nu, estar a colocar em jogo Ricardo Horta. À primeira, pareceu-me, também, que não estava fora-de-jogo. Precisei de, à vontade, dezenas de repetições para pausar no ângulo em que se vê Seferovic e Horta ao mesmo tempo no plano. Aí, nota-se que está, de facto, ligeiramente adiantado (mais ou menos tanto como o Hassan no golo bem anulado anterior). Honestamente, não sei se foi capacidade do fiscal de linha ou um golpe de vista que correu bem. A verdade é que o video-árbitro concordou com a decisão, por ter tido a oportunidade que eu tive: a de rever o lance de vários ângulos, várias vezes. Bem decidido, afinal, após as dúvidas iniciais.
O Benfica venceu bem, podia ter dilatado o marcador e acabou a controlar o adversário e a gerir o esforço (já pensando em Chaves). Cumprida a primeira etapa de um ciclo difícil.
NOTA: Não posso deixar de comentar aquela aziada conferência de imprensa do Abel, em que o seu lagartismo calimeriano veio todo à tona. Até posso aceitar que lhe tenham dito ou que ele tenha visto o lance polémico do fora-de-jogo de forma diferente. É um lance dos mais difíceis de analisar, particularmente porque o fiscal de linha está do lado do atacante. O que não posso deixar passar é aquela conversa dos orçamentos. Rui Vitória respondeu-lhe bem, referindo o Feirense que terminou próximo do Braga com um orçamento muito inferior e os anos em que teve de trabalhar com saldo negativo. Só que basta voltar a 2009/10 e perguntar qual a diferença de orçamento entre o Braga, que lutou até ao fim pelo título, e o Sporting ou o Porto dessa época. Mais a mais, aquele ressabiamento típico de neo-lagarto, a deixar, em ar de gozo, o desejo que o Benfica se dê mal na Champions, "porque lá é pequenino" (era isso que implicitava) demonstra bem o clube de onde vieste. Vai lá contabilizar, ó Abel, o número de meias-finais e finais das várias competições Europeias em que o Benfica participou. Vai lá ver quantas dessas aconteceram deixando pelo caminho equipas de orçamento muito superior? Eu já tinha escrito sobre o SC Braga aqui no blog e a sua intenção legítima de querer ser um dos grandes. Contudo, este é o tipo de caminho que os afastará de tal intento, por pretender chegar a grande sem antes se transcender. Olha, Abel, o Benfica na sua história, na fase de ascensão, com orçamento zero, sacou campeonatos ao Sporting que já pagava a jogadores.
Ficarão aqui na memória, estas tuas reflexões, ó Abel.
Actualização 10/AGO/2017, 11:50
Entretanto já me chegou que um site/blog afecto ao Sporting quer demonstrar e provar com a imagem abaixo que o golo do Braga não é obtido em fora-de-jogo:
Ridículo. Então e que tal, já que se deram ao trabalho de pôr as linhas, alinhá-las com o rabo do Seferovic, a sua parte do corpo mais atrasada que conta para efeitos de fora de jogo, ou com a cabeça/ombro do Horta, que é a mais adiantada que conta? Isso é que era, mas aí já não havia "prova".
Ri-dí-cu-los.
Continuo a dizer que este lance é muito difícil e que se fosse validado o golo não me chocava absolutamente nada. Já o penalty sobre o Jardel... é claro para todos.
A Supertaça é o primeiro troféu da época, apesar de se desenrolar cedo de mais na época para que se perceba o que aí vem com garantia. Consegue ver-se quem está melhor naquela fase, poderá prever-se o potencial, mas a época será longa e difícil de prever.
Posto isto, a verdade é que ontem se verificou que o Benfica 2016/17 de Rui Vitória será tão ou mais atacante que o de 2015/16.
Por um lado, tem a coesão de quem joga junto há bastante tempo: Pizzi dá à equipa um jogo central que nenhum outro extremo do plantel tem para dar e complementa Jonas de olhos fechados, enquanto Mitroglou, apesar de ontem me parecer mal fisicamente, percebe o que tem de fazer para que Jonas se solte. Ah! E habemus Júlio César! Que exibição do nosso guarda-redes!
Por outro, tem qualidade nos reforços: Cervi é craque, fazendo lembrar o melhor Saviola, e ganhou confiança com o seu primeiro golo. André Horta começa a entender melhor a sua função e a desempenhá-la bem, libertando-se da comparação com Sanches. Grimaldo dá muito mais técnica à equipa que Eliseu, perdendo na componente física para o seu colega de posição.
Parece-me, no entanto (e se ficar no plantel), que Jardel deverá jogar por Luisão. O capitão é importante psicologicamente, mas obriga a que Lindelöf corra por dois e esteja sempre na dobra. Jardel é, nesta fase da carreira, uma melhor solução... se ficar no plantel.
De qualquer modo, verifica-se que a melhor defesa ao título que o Benfica poderá aplicar estará no ataque. Afinal, se se conseguir fazer dois a três golos por jogo, dificilmente não se conquistarão três pontos. Há muito a melhorar defensivamente, mas penso que isso virá com tempo, sinceramente.
Venha lá o Tondela!
Quanto mais distantes ficam da salvação, mais os jogadores do Tondela entram em descrença. O grupo de jogadores não está ao nível da I Liga, é certo, mas com certeza que os verão produzir mais, logo que o veredicto esteja lançado e seja matematicamente impossível escapar à descida. Questões de arcaboiço emocional.
O nosso grande Petit, cuja saída extemporânea do Boavista é para mim ainda um mistério, veio agarrar um projecto sem pernas para andar ou, pelo menos, só podendo andar com pernas que não estas.
O Benfica não necessitou de se empenhar para vencer confortavelmente, pese os amarelos desnecessários de Jardel e Mitroglou (se bem que não me convenço que o do Grego não fosse propositado, pensando em "limpar" no Bessa). Jonas acrescentou mais dois à sua conta e só não será o melhor marcador este ano se for permitido ao Slimani passar a marcá-los com os cotovelos... e mesmo assim...
Mantivemos a liderança e ultrapassámos mais uma barreira. Juntos até ao fim, altura em que se farão as contas a esta interessante e completamente atípica época.
Leia uma análise mais factual à partida, por Eu visto de Vermelho e Branco, aqui.
NOTA: Quanto às insinuações de Inácio acerca de Júlio César, enfim... só espero que os assalariados ao serviço de Bruno de Carvalho se mantenham nessa toada "peixeira". É que mesmo que fosse verdade, acabaram por unir ainda mais, como as declarações de Jorge Jesus já o tinham feito em relação a Rui Vitória. Pelo "peixe" lhes morre a boca - já ninguém os levará a sério quando se tratar de algo mesmo sério e grave.
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