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Volta, Isaías! És um dos nossos!

por Ao Colinho do Isaías, em 05.09.16
Volta, Isaías! És um dos nossos!
"Isaías está de volta a Portugal para encetar nova vida. Habituado a muito, vivia já sem condições no Brasil. Ajuda agora no restaurante do amigo Sìlvio, em Pombal.

Já não usa a barba que o alcunhou de Profeta nos tempos do Rio Ave, seu primeiro clube em Portugal, mas o tempo parece não deixar marcas em Isaías. Pelo menos fisicamente.
«52 anos? 25 ao contrário! Eu sei cuidar-me!», diz, o Pontapé Canhão que voltou a Portugal dia 12 de Julho. E veio para ficar. Aliás, para recomeçar. Como só os campeões conseguem.
No Benfica, de 1990 a 1995, viveu anos de glória. Ganhou dois campeonatos, uma Taça de Portugal e milhares dos antigos contos. Mas a vida dá voltas e prega rasteiras.
A conta que dele fez um rei no Brasil - sobretudo após o vantajoso contrato com o Coventry City para onde se transferiu depois do Benfica -, esvaziou-se em investimentos e ofertas, em compras e imóveis, em fazendas e aquisições de que pouco desfrutou.
Mal aconselhado e rodeado de amigos que dele se aproveitaram, Isaías nem foi dando conta de que o mealheiro se esvaziava. Irmãos tentaram alertá-lo e fazer ver ao jogador com nome bíblico que a inveja e cobiça eram pecados mortais que o estavam a fragilizar. Passaram os anos e com eles a ostentação. A ponto de Isaías viver nos últimos tempos numa casa sem condições, bem diferente da majestosa vivenda onde fazia churrascadas, num bairro que pouco fazia lembrar os tempos áureos em que jurou nunca mais ser pobre. Foi-se a abundância, ficou a necessidade.
Há oito anos que Isaías não saía do Brasil onde se entretinha, a pescar e a rezar por melhores dias. Mas os filhos - Isaías, de 24 anos; Lucas, de 20 que se encontra à experiência na equipa B do Benfica, e agora também a pequenina Maria, de 4 - , precisavam que o pai tentasse novo remate. De longa e para bem longe, cheio de força, como antigamente. Um remate à Peito de Galo, como também o alcunharam. Por isso Isaías voltou e vive agora em Pombal. Deu-lhe a mão o amigo de há 30 anos, Sílvio Ramos, dono do restaurante O Pote, onde o leitão força a paragem obrigatória.
Isaías é humilde, sempre o foi, e ajuda agora na copa do restaurante enquanto a vida não lhe mostra nova baliza para acertar.
«Vai às compras, ajuda a descascar batatas, a lavar loiça, faz o que aparece. O problema deste homem é ter um coração maior do que alguma vez teve o pé. Todos o levam na certa, ele não sabe dizer que não a nada ou a ninguém e agora não quer pedir ajuda. Mas tem mais é que pedir. Não é vergonha nenhuma assumir que precisamos de um empurrão, assumir que estamos no fundo. Ele é o Isaías. O que fez no Benfica ninguém esquece. E tenho a certeza que o clube também não. Luís Filipe Vieira é presidente para ajudá-lo. E ele merece», assegura o empresário, cujo restaurante, onde Isaías é, por estes dias, relações públicas, está repleto de cachecóis, fotografias, camisolas de clubes e jogadores de futebol e um cartaz de Eusébio.
«Claro que ainda o reconhecem. Outra noite fomos aqui a uma aldeia próxima ver um concerto do Mickael Carreira e ouvíamos as pessoas cochicharem' É ele? Não é ele?' Claro que pensavam: mas que raio faz aqui o Isaías no meio da aldeia?», ria-se Sílvio, amigo do Pé Canhão desde da sua chegada a Portugal, com 24 anos.
«Os benfiquistas deliram ainda com ele mas tem graça que são os rivais que mais o confrontam. Lembram-no de golos que marcou a Sporting e FC Porto. Todos reconhecem que era jogador excepcional», prossegue Sílvio, vingando-se no leitão que cortava sem parar.
«É... esse aí o meu irmão. O futebol dá-nos coisas maravilhosas e amigos como o Sílvio. Sempre pude contar com ele e nesta altura tem sido... nem sei o que dizer!!»
O assunto é delicado.
Isaías franze o queixo, engole em seco e recusa-se a assumir que precisa de ajuda para voltar a ouvir um apito inicial.
«A vida às vezes não nos corre da melhor maneira. Tive decepções, tive coisas boas e coisas ruins, hoje as coisas não estão boas mas aprendi uma coisa em Portugal: velhos são os trapos e eu não me sinto um trapo!»

Amor ao Benfica

Ao perspectivar o que pode ser o seu amanhã apenas um nome assalta a mente do antigo avançado da Luz: Benfica.
«Sentir-me-ia muito honrado se pudesse continuar a representar o meu clube. Se o Benfica me convidasse para trabalhar ficaria muito orgulhoso. Para que funções não seu mas de futebol percebo eu e tenho a minha experiência. Faço parte da história do Benfica. Dei muito ao futebol português e ainda sinto ter condições de continuar a dar. Claro que não chutando, mas sim a partilhar o que aprendi. Até mesmo o trabalhar nas categorias inferiores», vinca Isaías, esboçando sorriso mais aberto ao ouvir novo elogio. Desta vez de Rogério Santos, o assador de leitões do restaurante: «Há anos que o Benfica não tem um avançado como ele, que faça aquelas arrancadas e pás, meta-a lá dentro!»

«Hoje valeria €50 milhões»

Ao falar-se de Isaías não há quem não recorde os fortíssimos remates de longe que lhe valeram a alcunha de Pé Canhão. Muitos elegem-no como um dos antigos jogadores que mais faziam vibrar os adeptos.
«E sinto-me orgulhoso por isso. Sobretudo porque cheguei um 'zé ninguém'. Fui uma peninha que caiu no oceano e que conquistou muito num cube como o Benfica», acentua o antigo atacante,de 52 anos, que no Brasil, até aos 19, ajudava o irmão Ismael, que era ladrilhador. «Não gostava do que fazia mas precisava, claro!», recorda Isaías cuja carreira terminou aos 39 anos.
«Vou dizer o que nunca contei a ninguém. Foi um sportinguista que me trouxe para o Benfica. Acabou sendo o meu padrinho de casamento!» Quem? Isaías não diz.
Há assuntos que apenas consegue comentar com um esconder de lábios. Ao invés, outros há que o fazem abrir, ainda mais, os olhos.
«Penso que cheguei um pouco tarde ao Benfica, já com 27 anos, saí com 33. Acredito que poderia ter escrito história ainda mais marcante», confidencia, com resposta célere quando confrontado sobre o que não voltaria a fazer se voltasse atrás: «Sair do Benfica em 1994».
«Na época havia uma lei que, se o clube nos mandasse uma carta, o jogador tinha direito a mais um ano de contrato. Na altura o novo treinador, Artur Jorge, não queria manter a espinha dorsal da equipa anterior, campeã. Eu vi logo que não ia funcionar. Fui o melhor marcador e nem joguei todos os jogos mas ele não queria que eu ficasse, eu e outros que éramos a mística do clube. Fiquei frustrado. Mandaram-me a carta, ainda tinha um ano mas um director disse-me que se não saísse ia ficar a treinar-me sozinho. Isso magoou-me tanto que saí. Poderia ter batido o pé e ficado porque tinha a certeza de que passados três meses iam mandar embora o treinador para a casa não cair. Sentei-me com o presidente Manuel Damásio e disse-lhe 'vou sair, mas você vai ter de mandar embora o treinador muito em breve'. Fui para o Coventry, fui o primeiro brasileiro a jogar na Premier League. Entretanto, tal como eu dissera, o Artur Jorge saiu e quando o Paulo Autuori assumiu e equipa liguei-lhe de Inglaterra e dizer que não estava satisfeito lá. Ele prometeu que quando chegasse a Lisboa ligava. Mas nunca contactou. É o meu único arrependimento. Não devia ter saído».
De temos idos para o futebol da actualidade, Isaías encurta a distância. «Hoje? Valia €50 milhões! O futebol agora está inflacionado. Se analisarmos, por tudo o que fiz, pelo patamar que atingi e que nunca pensei alcançar... esse número é um cálculo meu. Posso estar errado mas lemos os jornais e vemos jogadores medíocres com clausulas de rescisão absurdas», opina o Pé Canhão, negando que os disparos que o celebrizaram fossem talento natural.
«Trabalhava muito isso. Ainda no Boavista, a equipa treinava de tarde e os guarda-redes de manhã. Eu pedia para treinar-me com eles logo cedo. No Benfica a mesma coisa. Quando todos saíam eu pegava em 10 bolas, colocava à direita, outros 10 no meio, outras à esquerda e ficava ali a rematar. Sentia que precisava de render. A verdade é que o clube pagava 24 horas mas na prática trabalhávamos quatro e tinha de dar sempre o máximo no campo. Sempre tive essa consciência. Era colega de jogadores de selecção e eu um natural de Cabo Frio! Era dos primeiros a chegar e dos últimos a sair. Todos falavam dos remates de longe, da força do Isaías mas o Isaías trabalhava para isso. Se todas as bolas que eu chutasse fossem golo, imaginem quantas bolas de ouro eu não teria em 10 anos de profissional? Hoje então com essas bolas e botas diferentes eu era... jogador de 50 milhões! Tudo na vida é trabalho. O sinónimo de perfeição é a insistência», lembra o Profeta.
 
Comparado a Eusébio, elogiado por Beckenbauer; o enguiço da 8 e da 11

-Brinca ao dizer patentear as alcunhas que ganhou; emociona-se ao recordar jogos especiais

Isaías esteve longe tanto tempo que confessa estar já desabituado de sentir toda a gente a olhar para si.
«No meu tempo ia ao marcado, à lota comprar peixe, adorava o convívio com os benfiquistas. No estádio, no final do treino, chegavam autocarros e eu parava sempre para dar autógrafos, comer castanhas e beber uma cervejinha com os adeptos», ri-se Isaías, concordando que tal, hoje em dia, seria impossível.
A conversa flui solta, para trás e para diante, do passado para o presente. «Melhor elogio? Ser comparado a Eusébio. Ainda agora no jantar de recandidatura de Vieira, António Simões disse-me: quando o via jogar lembrava-se logo do nosso grande Eusébio. A sua forma de actuar, de encarar o adversário. Não é para qualquer um. E não foi a primeira vez que ouvi a comparação».
 
Grandes figuras

«Apanhávamos sempre o Barcelona na Champions e o Guardiola que jogava na frente do Centrais, apanha com o Isaías. Nos jogos vinha abraçar-me. Bobby Robson? Sempre quis tanto trabalhar comigo, tinha verdadeira paixão pelo futebol de Isaías. Beckenbauer? Foi ver um jogo com o Boavista porque queria observar o Schwartz. A imprensa do dia seguinte dizia 'Beckenbauer foi ver Stefan mas encantou-se com Isaías»
.
 
Dia especial na Luz

«Nas meias-finais da Taça de Portugal frente ao FC Porto, em 1992/93. Tínhamos jogado nas Antas e já tinha dito ao Toni que tinha de ir ao Brasil resolver uma situação. Queria embarcar logo desde o Porto. Ninguém esperava que o conseguíssemos trazer o segundo jogo para a Luz. Quando acabou o jogo disse ao mister: vou embarcar. Ele disse não, não, não podes. Insisti: não adianta ficar aqui com o problema lá. Não vou estar bem psicologicamente. Ok, vais mas voltas, concordou. Assim fiz. Resolvi a minha pendenga e segui para estágio. Mas estava preocupado porque tinha passado dias sem treinar. Os meus amigos do Brasil disseram-me: vais jogar, vais resolver, vai assinar a bola com toda a equipa e trazes-nos a bola nas férias. No jogo fiz um golo, sofri penalty e ganhámos 2-0!»
.
 
Magoado e esquecido?

«Não. As pessoas ainda se lembram do Isaías. Valorizei o futebol português. Se não me falha a memória ainda sou o brasileiro com mais golos marcados no Benfica: 71. Jonas está muito perto e quero que ele me ultrapasse. Significa que o Benfica vai atingir os seus objectivos. Eu faço parte da história mas não sou a história. O Benfica é que não pode parar. E não vai parar.»
 
Outro pé-canhão?

«Ainda não vi algum parecido. Eu jogava com os dois pés. O direito era o preferencial mas curiosamente foi com o esquerdo que fiz os golos mais importantes. Frente ao Arsenal lá (jogo de Champions 1991/92) que marcou a minha carreira, o do FC Porto do 2-0, da meia-final da Taça, frente ao Sporting no 6-3. Do pés esquerdo, quando saía era fatal! Se ainda está para nascer um pé-canhão assim? Pois, mas todos os dias nascem!»
 
Enguiço com a 8 e 11

«No Benfica só não joguei com a camisola 2, 3, 4... Da 6 para a frente, até à 11, usei todas. Nunca fui supersticioso mas a camisola 11... quando acontecia, acontecia mesmo, mas quando não acontecia não tinha jeito. Com as outras isso não acontecia. Por exemplo quando vestia a 6 marcava sempre. Com a 11 fiz jogos maravilhosos, coisas bestiais mas havia jogos em que não saía nada. Com a 7, a 8, a 10 fiz bons jogos mas a 8 e a 11... A 6 era sinónimo de golo!»
 
Alcunhas

«Colocaram-me tantas, vou até patenteá-las! No Rio Ave era o Profeta por causa da barba e do nome bíblico. A minha família é cristã. Meus irmãos têm nomes com i: Ismael, Irene, Iúsa e Itamar. Naquela época não havia televisão! Meu pai era Isaú. A minha mãe conta que o meu pai andou três horas num jumento para poder registar-me. Morávamos fora da aldeia. Pé-canhão apareceu no Benfica, tal como o Peito de Galo, devido ao modo como corria. Chamavam-me homem golo mas Pé-canhão foi sempre a de que mais gostei»
.
 
Rituais

«Havia duas coisas de que não abdicava: entrar com o pé direito e usar o meu escapilarzinho do senhor do Bonfim. Não uma pulseira mas um colar. Como não podia usá-lo ao pescoço prendia-o no elástico dos calções.»
 
Belenenses

«Antes de vir para o Rio Ave (1987) estive um mês em testes no Belenenses. Passei cá o mês de Novembro, faço anos a 17, passei o aniversário sozinho e depois mandaram-me embora. Disseram-me que era muito lento. Cheguei cá magrela, passando fome...»
 
Primeiro golo em Portugal

«Frente ao SC Braga pelo Rio Ave: foi um chapéu ao guarda-redes! Chovia tanto...»
 
Golaço

«Na Luz, frente ao Estrela da Amadora. Estávamos a perder, fiz o 1-1, chutei a uns bons 40 metros. Foi o jogo antes do 6-3, com o Sporting. O mister Toni ficou irado de empatarmos antes do jogo com o rival. Eu disse-lhe tranquilo, vamos ganhar ao Sporting!»
 
Campeonato

«Vai ser bera mas é bom assim. Bom que também V. Guimarães, o SC Braga e outros estivessem na luta. Depois da conquista do Europeu, é momento do futebol português deixar de ser o patinho feio e começar a acreditar que pode comparar-se aos outros. Chega de ser o menino pobre. Há aqui qualidade. Nos grandes da Europa há sempre portugueses»
.
 
Conselho

«Dediquem-se ao máximo. Hoje a juventude e a adolescência são muito difíceis. Muitas redes sociais, muitas aplicações que lhes roubam tempo. Deixem as redes sociais e vão trabalhar para o campo. Quando mais de trabalhar, mais se aprende. Hoje em dia, com tanta concorrência, há que sair na frente e correr atrás»
.
 
Jonas

«É jogador diferenciado. Vi-o a jogar frente ao Torino, é parecido ao Nené. Muita pluma, elegante, quando não tem a bola parece que ninguém dá por ele mas quando a apanha... já fez, já criou desequilíbrios. Faz leitura muito boa antes da bola chegar. No futebol de hoje, que é tão rápido, não há tempo de dominar a bola e ficar olhando. Há que antecipar e ele faz isso muito bem.»
 
Sonho

«Sempre tive o sonho de ver um filho meu jogar a nível profissional com o meu nome nas costas. Lucas está à experiência na equipa B do Benfica. Tem 20 anos, é médio ofensivo, mais criativo que o pai. Isaías está em Campo Maior. É mais defensivo, joga também pelas laterais, já tem mais a minha força. Está com 24 anos, a idade que tinha quando vim para Portugal e as coisas aconteceram para mim. Ficarei em Portugal se tudo resultar para eles.»
 
Museu

Já fui, tenho lá as minhas coisas. Adorei os telões e o elevador com vídeos de jogos e momentos importantes. É muito bom.»
 
Cara fechada

«Sempre fui assim. As pessoas falam que antes de me conhecerem têm outra impressão. Não sou muito de conversar. Sou mais de observar. Quem fala muito sabe pouco. Dentro de campo era diferente. Quando se trabalha com alegria e se é apaixonado pelo que se faz...»
 
Velha guarda

«Temos de resgatá-los. Os jogadores dos anos 90 onde andam? Paulo Madeira, Veloso, Schwartz... As pessoas procuram-nos, recordam-se de nós, lembram-nos de jogos e ocasiões. Devíamos criar o hábito de reunir o pessoal e fazer uns jogos. Estou precisando fazer alguma coisa e treinar-me. Voltar a fazer uma equipa com aquele grupo ia ser bom, até para os adeptos»
.
 
 
Vieira e o sonho da final da Champions

-Isaías acredita que o Benfica vai chegar à discussão da liga milionária num futuro bem próximo

Isaías conheceu Luís Filipe Vieira na inauguração da nova Luz (2003). «Do estádio anterior conhecia todos os cantos. Se me soltarem neste perco-me! Fiquei maravilhado. Estrutura de clube grande, com condições e capacidade para chegar a patamares acima a nível de competições europeias. O presidente tem pulso e tem o sonho de levar o clube a uma final da Champions e pode pensar nisso. Num futuro bem próximo isso vai acontecer. Vibrei com o 35 no Brasil, quem sabe vem aí o 36 e a concretização do sonho do presidente», acredita o brasileiro, identificando-se com o percurso do líder encarnado. «Também veio de baixo e chegou bem longe. Para tudo na vida é preciso trabalho. Todos os benfiquistas, e não só, reconhecem a sua obra», elogia.
 
Isaías Marques Soares
Data de Nascimento: 1963-11-17 (52 anos)
Naturalidade: Brasil
Nacionalidade: Brasileira e Portuguesa
Peso: 80 quilos
Altura: 1,80 metros
Posição: Avançado
Alcunhas: Pé-canhão, O Profeta e Peito de Galo
Clubes: Vitória, Cabofriense, Rio Ave, Boavista, Benfica (1990/95), Coventry City, Campomaiorense, Cabofriense e Friburguense
Jogos pelo Benfica: 178
Golos pelo Benfica: 71
 
Elsa Bicho, entrevista ao Isaías, in A Bola
(Retirado de O Indefectível)
 
---
 
 
Isaías em dificuldades financeiras quer recomeçar em Portugal
 
Ex-jogador do Benfica está a viver na zona de Pombal e a ajuda no restaurante do amigo Sílvio Ramos

Isaías foi uma das glórias do Benfica nos anos 90, mas tem passado por dificuldades nos últimos meses. Por isso deixou o Brasil e está de regresso a Portugal à procura de trabalho no futebol. Enquanto não arranja emprego 'o pontapé canhão' ajuda no restaurante de um amigo, em Pombal.

"Está a passar por uma situação difícil. Já se sabe como é: os jogadores de futebol têm dinheiro, mas quando deixam de ser torna-se complicado. Já não dá para viver do que ganhou, ainda por cima, naquela altura, não se ganhava tanto assim. E os amigos só aparecem quando se tem dinheiro", contou ao Jornal de Leiria, o amigo Sílvio Ramos do restaurante 'O Pote'.

Isaías faz questão de dar uma mão no dia-a-dia do restaurante: "Ele é humilde, até demais. Faz questão de ajudar no que for preciso. Está na copa, lava a loiça, descasca batatas se necessário. Os clientes ficam surpreendidos quando o veem e pedem para tirar fotografias. Ainda hoje é um rei por onde passa. A marca do pé canhão ficou."

Isaías Marques Soares chegou a Portugal em 1987, com 23 anos, para jogar no Rio Ave. A equipa de Vila do Conde desceu de divisão e ele mudou-se para o Boavista, onde esteve duas temporadas. Depois surgiu a possibilidade de ir para o Benfica, onde ficou cinco épocas, conquistou dois títulos nacionais e uma Taça de Portugal.

Seguiu-se o Coventry City, o Campomaiorense, e os brasileiros Cabofriense e Friburguense, onde terminou a carreira aos 39 anos.

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rematado às 11:16




1 comentário

De António Madeira a 05.09.2016 às 14:53

Obrigado.
Como não leio jornais, tinha a secreta esperança que pusesses aqui o texto de A Bola.

Isaías é um dos ídolos da década de 90 e um dos poucos que estiveram connosco o tempo suficiente para transportar a mística. A sorte não lhe sorriu e talvez não se tenha feito rodear das melhores pessoas, mas penso que nenhum benfiquista se importaria de o ver na estrutura, mas não como esmola!
As palavras que ele diz sobre os jovens e as redes sociais mostram que teria algo a ensinar-lhes, mas acima de tudo, desejo-lhe muita sorte nesta segunda vida em Portugal.

Aquelas palavras sobre o sacana do Artur Jorge e o Damásio... e ainda há quem tenha saudades do período mais negro da nossa longa e gloriosa história.

Força, Isaías!

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